Candlemass – “Candlemass” (2005) (Relançamento 2025)

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Candlemass – “Candlemass” (2025) (Relançamento 2025)

Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#DoomMetal #HeavyMetal

Texto por Johnny Z.

Nota: 10

Quando o Candlemass lançou seu álbum homônimo em 2005, ficou claro que aquele não seria apenas mais um retorno qualquer. Era uma verdadeira celebração da própria essência da banda e do doom metal, reunindo novamente a formação clássica, incluindo o vocalista icônico Messiah Marcolin, para entregar um trabalho que soa como um reencontro com tudo o que os fãs mais amam no grupo, mas com uma energia que evita qualquer risco de soar datado.

Esse álbum traz além de uma produção absolutamente impecável, com um som é cristalino, muito peso e densidade na medida certa. As guitarras estão gordas, cortantes, com riffs que esmagam, enquanto o baixo pulsa forte e a bateria dita o compasso com precisão cirúrgica. É uma sonoridade que remete diretamente aos clássicos da banda, como “Nightfall” e “Tales of Creation”, mas com uma pegada atualizada, robusta e extremamente relevante mesmo duas décadas após o auge do doom clássico.

As composições são, sem dúvida, o grande trunfo deste disco. A abertura com “Black Dwarf” – a melhor música da banda para esse quem vos escreve – já deixa claro que o Candlemass voltou disposto a esmagar qualquer dúvida sobre sua relevância. É uma faixa rápida para os padrões da banda, com riffs pesadíssimos, um refrão poderoso e uma interpretação magistral de Messiah, que entrega uma de suas performances mais afiadas. Na sequência, “Seven Silver Keys” nos conduz diretamente ao universo mais tradicional do doom, com andamentos arrastados, atmosferas soturnas e melodias que soam como lamentos ancestrais, carregando aquela aura quase litúrgica que só o Candlemass sabe criar.

“Copernicus” talvez seja o maior destaque do álbum, uma verdadeira aula de construção de tensão e liberação. Alternando momentos de calmaria e peso esmagador, a música traz dinâmicas que fazem o ouvinte ser literalmente levado por uma montanha-russa emocional — é intensa, sombria e incrivelmente bem composta. Já “Witches” se destaca pela agressividade dos riffs e pelas variações rítmicas que quebram expectativas, mantendo a audição sempre instigante, pesada e surpreendente.

O encerramento com “The Day and the Night” é, simplesmente, a definição de épico. Uma faixa longa, construída de forma lenta e gradual, que cresce até atingir um clímax emocionante, misturando peso absurdo, melodia e uma carga emocional que mostra como o Candlemass domina a arte de criar músicas que não são apenas pesadas, mas também profundamente expressivas.

No fim, este trabalho é mais que um álbum de retorno — é uma obra que reafirmou com louvor o status da banda como um dos pilares absolutos do heavy/doom metal, pois ele além de irretocável não só honrou todo o legado do Candlemass como o projetou novamente como uma das forças mais respeitáveis e inspiradoras do metal mundial. No mais… uma obra prima, pena que essa reunião com Messiah não foi para frente por conta dos famigerados problemas pessoais.

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