Banda seminal brasileira só poderia ter músicos de extremo bom gosto e gabarito ímpar. E o Genocídio jamais fugiu a essa regra, com isso, convidados nosso grande amigo de longa data Murillo Leite (vocal/guitarra) para falar um pouco de um disco nacional que marcou sua vida. Confira!
Por Murillo Leite (Genocídio)
Taurus – “Signo de Taurus” (1986)
Mais uma vez o senhor Johnny Z. me coloca numa fria, desta vez para resenhar um álbum de Metal brasileiro que me marcou, então vamos lá.
Lançado há trinta anos, “Signo de Taurus” da banda niteroiense Taurus possui de cara uma apresentação distinta, com uma capa diferente para os padrões do Metal, simples, mas de bom gosto. As fotos do encarte já seguem o esquema do estilo, com fotos em preto e branco posadas e de shows, mas o que garante a imortalidade deste álbum é o conteúdo sonoro. Primeiramente, pela ótima gravação, um fato raro na época, é possível ouvir todos os instrumentos sem fazer força alguma.
E o que falar das composições? A introdução enigmática “Signo de Taurus” prepara o terreno com pujança para “Mundo em alerta”, com letra remetendo a uma visão apocalíptica do mundo, afinal estávamos em 1986 e o evento Chernobyl era fresco na memória de todos. Já neste som o vocalista Otávio mostra deu cartão de visitas com propriedade.
“Massacre” possui um dos riffs mais matadores, na linha Exodus, aliás, Claudio Bezz era e é um guitarrista de muita habilidade, que aliava bases elaboradas com solos extremamente técnicos. Em seguida a cadenciada “Império humano”, que tem um trecho acústico no meio da música meio Maiden que é de tirar o fôlego, vale mencionar a atuação do baixista Jean nesta parte.
“Batalha Final” mantém o pique e antecede um petardo chamado “Damien”, inspirada no filme “A profecia”, um dos mais comentados entre os seguidores do metal na época ao lado do “Exorcista”.
Riffs, riffs e mais riffs, essa é “Batalha dos Mortos”, um desfile de acordes Thrash que encanta qualquer fã do estilo. O ‘grand finale’ se dá com “Falsos comandos” e uma variedade de ritmos impostos pelo correto baterista Sergio Bezz.
A alquimia de boas composições, músicos talentosos e gravação excelente não poderia dar errado e mesmo após 30 anos este precioso material ainda permanece relevante para a história do metal brasileiro…YEAH!