O ano era 2002, eu estava, tardiamente, descobrindo o Heavy Metal.
Como era jovem e ainda não tinha grana, o jeito era correr para a internet em busca de novos sons. Essa época foi o auge de programas P2P como Napster, Emule, Limewire, etc.
O Melodic/Power Metal foi minha porta de entrada para esse mundo e, por algum motivo, sempre gostei de tudo que era produzido em nossas terras. O Metal brasileiro sempre me atraiu mais do que os demais. Quando me deparei com essa banda de Manaus, simplesmente pirei! Como uma banda tão boa pode estar “escondida” tão longe? Quando fui lendo sobre a temática de “Rising Moangá”, mais me sentia parte daquilo, uma banda nacional que eu me identificava. A capa, simples mas cheia de simbolismos, parecia ter saído de algum livro de história.
Falando sobre o som, a banda abusa do tradicionalíssimo Melodic Power Metal com boas doses de Prog, lindas guitarras, bateria criativa, veloz e com muito pedal duplo, teclados preenchendo todos os espaços possíveis, um baixo super presente e encorpado na mixagem e uma performance incrível de Humberto Sobrinho.
Com seus mais de sete minutos de duração, “Endless Sin” abre o disco e é praticamente um hino do Metal Nacional, simplesmente perfeita, diversificada e empolgante. Em “One Step Behind” o baterista Helmut Quacken mostra toda sua fúria, esbanjando técnica apurada e inteligência na criação de ritmos e viradas impressionantes, dando mais dinâmica e brilho à composição, que é dividida em duas partes. Na sequência temos uma das minhas favoritas, “Half Of Darkness” com uma introdução de tirar o fôlego, influências de Symphony X e um refrão fantástico – isso sem falar na paradinha que tem no meio da música, no melhor estilo Angra da fase “Holy Land”.
O disco todo é maravilhoso, bastante evoluído pra época e certamente um clássico! Um dos álbuns que mais ouvi na vida e que mudou meu jeito de encarar o Heavy Metal.
A banda promete voltar à ativa em 2017 com um novo trabalho, já estou ansioso pelo que pode vir!