ACCEPT – Carioca Club, São Paulo/SP (01/05/2024)

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ACCEPT – Carioca Club, São Paulo/SP (01/05/2024)

Produção: Dark Dimensions (@darkdimensionsbrasil)
Assessoria: JZ Press (@jzpressassessoria)

Texto e vídeo por Johnny Z. (@johnnyz666)
Fotos (Amalgama) por Eddie Junior (@eddiejuniorfoto)
Fotos (Accept) por André Tedim (@andretedimphotography)

Apenas 3 dias após a maratona de shows do Summer Breeze (aguarde nossa cobertura para breve), eis que o ACCEPT, uma das grandes instituições morais do Heavy Metal, desembarcou em São Paulo para dar início a uma turnê latino-americana que passará por sete países a saber: Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, El Salvador e México.

Uma das atrações, além, é claro, da turnê de lançamento do novo álbum do Accept, o ótimo “Humanoid”, foi a presença de Joel Hoekstra (Whitesnake, Iconic, Revolution Saints, Trans-Siberian Orchestra, ex-Night Ranger, etc.) na terceira guitarra, no lugar de Philip Shouse, que não pôde participar da turnê por problemas pessoais. Com todo o respeito a Philip, acredito que a presença de Joel deu o último impulso nas vendas dos ingressos, tornando este primeiro show dos alemães no Carioca Club completamente SOLD-OUT. Inclusive, até na apresentação da banda de abertura, a meio russa/meio holandesa Amalgama, era visível que a casa já estava bem cheia.

Executando um Heavy Metal – com algumas pitadas de Hard Rock – competentíssimo por mais de 20 anos, os russos do Amalgama subiram ao palco sem nenhuma pressão ou peso nas costas, ou seja, completamente tranquilos, mesmo sabendo que praticamente ninguém ali os conhecia. Talvez esse tenha sido o motivo do show ter sido tão genuíno e prazeroso de assistir, já que a porcentagem de nervosismo era praticamente nula! O que eles tinham a perder? Nada! Pelo contrário, só tinham a ganhar! Som, luzes, e presença de palco impecáveis!

Formada pelos russos Vlad ‘Graf’ Ivoilov (vocal), Andrey Smirnov (guitarra), e pelos holandeses Timo Somers (baixo) e Joey Marin De Boe (bateria), a banda divulgava seu mais recente álbum “Mastermind”. Eles conseguiram, de forma afiadíssima no palco e com muita competência, entreter todos os presentes, inclusive fazendo-os aprender alguns refrões grudentos na hora para cantar junto! Além de terem músicas muito boas, dois destaques não podem passar despercebidos: o guitarrista Timo e o baterista Joey, que são excelentes músicos! Portanto, caros leitores e fãs que falaram mal antes mesmo de conhecer a banda: não julguem o livro pela capa, ok?

Setlist:

Dark Lacroix
Mastermind
Amulang
Fight For Freedom
Brothers In Rock
Sping of my Life
Dark Night
Beat Of Your Heart
Back To The 80’s

Pontualmente às 20h, a máquina chamada Accept, hoje formada por Wolf Hoffmann (guitarra), único membro original, Mark Tornillo (vocal), Uwe Lulis (guitarra), o já citado convidado Joel Hoekstra (guitarra), Martin Motnik (baixo) e Christopher Williams (bateria), proporcionou mais uma incrível aula de Heavy Metal na capital paulista. Pode parecer clichê e praticamente todos os veículos que cobriram o evento podem usar essas mesmas palavras, o que demonstra que, embora clichê, não está correto, mas também não está necessariamente errado (risos).

Divulgando seu mais novo álbum, “Humanoid”, os alemães entraram com tudo, começando com duas faixas desse trabalho na sequência: “The Reckoning” e a faixa-título “Humanoid”, ambas modestamente conhecidas do público por terem sido lançadas anteriormente como singles. Isso gerou uma certa satisfação nos rostos dos músicos ao receberem essa sinergia vindo do público logo de cara!

A presença do americano Joel Hoekstra foi um atrativo à parte, pois logo nos primeiros acordes deu para perceber que se encaixou perfeitamente na banda. Além disso, era nítido que as três estrelas no palco eram Joel, Wolf e Mark, já que Martin (que toca muito bem e é um ser humano muito simpático, diga-se), Uwe e Christopher (este, logicamente) ficam sempre atrás.

A pergunta que não quer calar: Existe a necessidade do Accept ter três guitarristas? Na minha opinião, não, mas quem sabe o que se passa na cabeça de Wolf? (risos). Mesmo Uwe Lulis sendo um tremendo guitarrista, que já teve passagens brilhantes pelo Grave Digger e Rebellion, parece estranho vê-lo no fundo do palco em boa parte dos shows, mesmo que ele execute corretamente suas partes. Logicamente, nas coreografias ‘acceptinianas’, Uwe, e também Martin, vão também para a frente e fica bonito de se ver todos juntos, mas, musicalmente falando, não há necessidade de um terceiro guitarrista.

Sabemos que Joel está apenas como convidado substituindo Philip Shouse, mas seria um tremendo “up” para a banda se ele ficasse permanentemente? Sem dúvida! O cara tem um carisma e simpatia contagiantes, além de tocar muito bem (tanto riffs palhetados quanto solos), e vê-lo empunhando uma guitarra flying V combinou demais! Novamente, com todo respeito a Philip, mas Joel cativou a todos nesta que foi sua primeira apresentação com o Accept.

Mark Tornillo, como sempre, é um show à parte. Ele tem uma voz potentíssima que, SIM, faz todos esquecerem seu antecessor (com todo o respeito também, ok?), inclusive nas faixas clássicas como, por exemplo, as seminais “Restless And Wild”, “Midnight Mover”, “Breaker”, etc. Mesmo estando na banda desde 2009, todas as vezes que puder falar isso, falarei: o cara nasceu para o Accept (mesmo que tenha chegado tardiamente). Isso sem contar seu próprio material com o Accept, como “Dying Breed”, “Overnight Sensation”, “Shadow Soldiers”, “Zombie Apocalypse”, e as brutais (e essenciais/indispensáveis/queridas) “Teutonic Terror” e “Pandemic”, que arrancam do público as mesmas reações dos clássicos antigos! Senti muito a falta de “Final Journey”, um das que mais gosto de todo o material com Mark.

Vale um comentário pessoal: pouquíssimas bandas conseguiram a proeza de trocar de vocalista e manter esse nível de aceitação! Palmas para Mark, que além de ser um excelente ‘frontman’, é muito simpático e atencioso com todos (antes, durante e depois dos shows).

Um fato interessante na apresentação foi um medley batizado como “Riff Orgy”, onde o trio de guitarristas executou trechos das pesadíssimas “Demon’s Night”, “Starlight”, “Losers And Winners” e “Flash Rockin’ Man”, precedendo o ataque fulminante com “Breaker”. Mais uma vez, o entrosamento de Joel com Wolf fez valer-se do que foi dito aqui anteriormente, e é incrível pensarmos que nunca tocaram juntos antes desse show, somente nos ensaios para a turnê! Surreal!

A balada “Ravages Of Time”, do álbum “Humanoid”, deu uma pequena esfriada no público, pois pouquíssimas pessoas a conheciam, já que o disco foi lançado há menos de uma semana. No entanto, o crescendo dali em diante foi de levantar até defunto com a belíssima “Shadow Soldiers” e as porradas “Princess Of The Dawn”, a ‘thrashona’ “Fast As A Shark”, a poderosíssima “Metal Heart”, e as arrasa-quarteirões e já clássicos eternos “Teutonic Terror” e “Pandemic”, ambas prediletas deste redator e pontos altos do espetáculo.

Falar de Wolf Hoffmann é chover no molhado. O cara sobe no palco e sai dele com um sorriso contagiante no rosto, deixando claro que está ali curtindo cada momento com seus fãs. O peso que sai de suas Flying V corta nossas jugulares a cada palhetada. É impressionante o poder que ele exerce no palco, verdadeiramente um monstro do Heavy Metal e dos riffs! Não é papo de fã ‘die hard’, mas cada riff executado parece fazer nosso coração vibrar de forma diferente!

Christopher Williams é uma verdadeira máquina feita para espancar sua bateria. Sua precisão é algo a ser estudado! Foi um enorme ganho para a banda a entrada desse músico em 2015, que, embora seja pouco comentado, é um dos melhores bateristas que já vi ao vivo nos últimos anos. Posso falar com propriedade, pois fiquei a poucos centímetros dele no palco, e o cara não erra nem mesmo quando enfrenta algum problema com as peças da sua bateria! É incrível!

Show impecável, com iluminação e som perfeitos que não estouraram os ouvidos (não apenas ali perto do palco, mas por onde andei). A plateia transbordava suor por conta do calor infernal, mas estava feliz por estar presente, cantando cada refrão, cada riff, cada música! A banda estava afiadíssima, proporcionando um show verdadeiramente marcante!

Não esqueci de falar de mais nada? Deixei para o final “Balls To The Wall” e “I’m A Rebel”, que encerraram a apresentação de forma apoteótica, ensurdecedora e descontraída, deixando uma memória duradoura em todos os presentes que lotaram o Carioca Club! Simplesmente inesquecível e a sensação de ver, cantar, gritar ao som dessas faixas! Não existe uma pessoa nesse mundo que goste de Metal e que não goste dessas músicas!

Muitos podem falar besteira sobre essa formação “nova” do Accept, chorar que não é a formação clássica e blá, blá, blá. É preciso entender que o mundo não para, a roda tem que girar, e que o Accept está aí há mais de 50 anos produzindo grandes discos, excelentes shows e metal de qualidade. E principalmente, não precisam provar nada a ninguém! Aceitem que dói menos, viuvinhas! #paz (risos)

Perdeu esse? Não tem problema, pois dia 18 desse mesmo mês tem o show extra no mesmo lugar! Corra e garanta seu ingresso, pois já restam pouquíssimos!

Setlist:

The Reckoning
Humanoid
Restless And Wild
Midnight Mover
London Leatherboys
Dying Breed
Overnight Sensation
Demon’s Night / Starlight / Losers And Winners / Flash Rockin’ Man
Breaker
Ravages Of Time
Shadow Soldiers
Princess Of The Dawn
Fast As A Shark
Metal Heart
Teutonic Terror
Pandemic
Zombie Apocalypse
Balls To The Wal
I’m A Rebel

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