Análise: Setlist da nova turnê do Iron Maiden

ironmaiden_2025
Compartilhe

Análise: Setlist da nova turnê do Iron Maiden

Texto por Johnny Z. (Redator-Chefe)

O Iron Maiden deu início à sua nova turnê mundial na noite de ontem, e, como de costume, o setlist rapidamente gerou debates entre os fãs. A seguir, compartilho minhas impressões, tanto positivas quanto críticas, sobre as escolhas da banda para este novo ciclo de apresentações.

Setlist do primeiro show da turnê:

The Ides Of March (Intro)
Murders In The Rue Morgue
Wrathchild
Killers
Phantom Of The Opera
The Number Of The Beast
The Clairvoyant
Powerslave
2 Minutes To Midnight
Rime Of The Ancient Mariner
Run To The Hills
Seventh Son Of A Seventh Son
The Trooper
Hallowed Be Thy Name
Iron Maiden
Aces High
Fear Of The Dark
Wasted Years

PONTOS DE ANÁLISE:

Por mais emblemáticas que sejam, há músicas que, a meu ver, já apresentam certo desgaste justamente por estarem presentes em praticamente todas as turnês da banda nas últimas décadas. Não se trata de desmerecer clássicos como “Wrathchild”, “The Number Of The Beast”, “Powerslave”, “2 Minutes To Midnight”, “Run To The Hills”, “The Trooper”, “Iron Maiden”, “Aces High”, “Fear Of The Dark” e “Wasted Years” — todas fundamentais e espetaculares na história do Iron Maiden e do heavy metal —, mas sim de reconhecer que sua recorrência acaba gerando saturação, inclusive entre parte dos fãs mais antigos.

Em contrapartida, existem faixas do próprio catálogo que poderiam renovar significativamente o repertório, mantendo a energia e a identidade da banda para essa turnê específica de 50 anos abordando somente os 9 primeiros álbuns da carreira.

Faixas como “Tailgunner”, “Afraid To Shoot Strangers”, “Be Quick Or Be Dead”, “From Here to Eternity”, “Bring Your Daughter To The Slaughter”, “Where Eagles Dare”, “To Tame A Land”, “Moonchild”, “22 Acacia Avenue” e “Total Eclipse” seriam excelentes alternativas, tanto por sua força ao vivo quanto por oferecerem uma experiência mais surpreendente ao público. Mas a zona de conforto é um padrão dentro do círculo “maideniano”.

Sem contar as diversas composições que jamais foram executadas ao vivo e que, certamente, despertariam grande entusiasmo: “Flash Of The Blade”, “Only The Good Die Young”, “The Prophecy”, “Run Silent, Run Deep”, “Mother Russia”, “The Fugitive” e “Childhood’s End” são apenas alguns bons exemplos. A ousadia de incluir “Alexander The Great” na turnê anterior prova que, quando quer, o Iron Maiden sabe atender aos anseios dos fãs mais atentos e exigentes. É raríssimo, mas acontece (aconteceu).

ASPECTOS POSITIVOS:

Entre os acertos do setlist, destaco a inclusão de faixas como “Murders In The Rue Morgue”, “Killers”, “Phantom Of The Opera”, “The Clairvoyant”, “Rime Of The Ancient Mariner” e “Seventh Son Of A Seventh Son”, além do retorno sempre bem-vindo de “Hallowed Be Thy Name”.

No aspecto técnico, é inegável que a ausência de Nicko McBrain é sentida, mas cabe aqui reconhecer o trabalho absolutamente competente de Simon Dawson, que assumiu a bateria com extrema segurança e energia, cumprindo seu papel de forma irretocável.

PRINCIPAIS DECEPÇÕES:

As escolhas de abertura e encerramento do espetáculo poderiam ter sido mais impactantes. A ausência de “Be Quick Or Be Dead” como música de abertura, ou até mesmo na reentrada do bis, por exemplo, deixou a desejar em termos de impacto. Além disso, a não utilização do tradicional Eddie inflável sobre a bateria no bis foi uma surpresa negativa para quem valoriza os elementos cênicos clássicos da banda.

AVALIAÇÃO FINAL:

Nota pessoal (visão de fã): 6,5
Nota técnica (pela proposta da turnê): 9,0

A proposta da turnê está clara e, dentro do que a banda se propôs, é plenamente atendida. Contudo, do ponto de vista de quem acompanha o Iron Maiden há quase 4 décadas como eu, fica a expectativa — ou, quem sabe, a esperança — de que, no futuro, a banda se permita explorar com mais profundidade outras facetas de seu próprio legado. Acho improvável, pois a banda também não deva durar muito mais tempo, então nos resta agradecer por termos vivido no mesmo planeta que esses (hoje) senhores por todo esse tempo.

Só nos resta saber se a banda irá mudar algumas músicas com o decorrer da turnê, ou aceitar que isso não vai acontecer (como de costume).

E você? Concorda, discorda ou tem outra visão sobre o setlist? Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate.

Compartilhe
Assuntos

Veja também