Denial Of Light – “Mydriasis” (2022)
Eclipsys Lunarys Records
#Crust #DarkMetal #PostMetal #Industrial #Drone #DeathDoomMetal #AvantgardeMetal
Para fãs de: Unholy, Bethlehem, Eyehategod, Gaera, Amebix, Triptykon, Moor, The Ocean
Nota: 10
Esse segundo álbum do Denial of Light é um ritual sombrio de desesperança, tristeza e loucura, uma das melhores obras do metal soturno já lançados em terras brasileiras. Mas é um álbum de metal extremo que não é para qualquer um pois desafia o ouvinte a cada música.
A começar pelo título cujo nome apesar do nome significar uma dilatação da pupila sem causas fisiológicas, mas de traumas e drogas, o conceito é elevado para algo metafisico de escuridão interna crescente. Começamos com “Dead Eyes” uma introdução sinistra, dando a sensação de estar moribundo em um hospital, esperando a morte e sendo subitamente levado para o limbo.
Seguida pela “Askance” que com os vocais grunhidos dão um sentimento de desesperança que vai sendo conduzida em um andamento arrastado. As guitarras ressaltam a melancolia marcante.
Na sequência temos “Behind the Marble Walls” que é uma espécie de complemento a canção anterior, com uma agressividade triste, viajada, as sequências hipnóticas que permeiam o álbum começam a ser estabelecer aqui, as guitarras aqui nos remetem a fortes momentos de doom metal no meio da canção de forma linda, e tem uma letra bem blasfema.
Em “March to the Ruin” iniciada com viradas interessantes de bateria e uma narração, o terror narrativo se inicia novamente sem dar descanso para o ouvinte.
“Desintegration (Trauma I)” parece uma trilha de cena de filme de terror, perfeito para fãs de dark wave/ harsh noise. E então começa a majestosa faixa título “Mydriasis”, pesada, sufocante, a perfeita mistura de dark com elementos de crust trazendo uma atmosfera ameaçadora.
A “This Life to Fail” tem linhas vocais arrepiantes, as partes extremas aqui são caóticas e decaem em um lamento. E então temos uma das minhas favoritas, “No Wounds Will Heal”, que é linda, traz um toque congelante, de explodir a cabeça, que música!
“Desintegration (Trauma II)” é outra introdução com sussurros para dar vez a “Two Sides Asunder” que joga para o ouvinte os elementos Crust de forma a cravar o peso sem piedade.
E daí temos outro destaque “Into the Burial Frost”! Que faixa! Perfeita em tirar a alegria de qualquer ambiente, uma ode a lamentação.
“Divine Forbid Me” tem a participação especial de Alex Rodrigues (Of the Archaengel, Lethal Curse) com trechos de vozes dando um contraponto interessante aos grunhidos de Arthur F., e é uma das mais pesadas do cd, também se destaca das demais pelas várias passagens climáticas.
“Morbid Trails” continua com o massacre Crust/Dark, e é curta e funciona como prólogo para “Future Dies” e daí vamos para os dois últimos atos do cd: “The Hell Of My Existence”, que tem o segundo solo de guitarra feito por Fábio de Paula (HellLigth) e que por ser bem diferente ao de Arthur e enriquece demais a música, e então temos “All Suffer”, fechando com chave de ouro, muito densa, um convite a introspecção. O músico Arthur honrou os fãs ao nos apresentar esse magnifico álbum.
Não somente na qualidade das composições, mas de gravação e apresentação do trabalho. Para este lançamento tivemos uma versão especial de colecionador limitada que vai virar item raro de colecionador.
O artista e o selo Eclipsys Lunarys estão de parabéns pela qualidade do produto. Quanto aos fãs do real underground, adquiram o mais rápido possível esta obra antes que esgote e vire lenda.
Sergio R. Santos