Dream Evil – “Metal Gods” (2024)

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Dream Evil – “Metal Gods” (2024)

Century Media Records | Shinigami Records
#PowerMetal #HeavyMetal

Para fãs de: Primal Fear, Iron Savior, Grave Digger, Judas Priest, Accept (atual)

Texto por Johnny Z.

Nota: 7,5

Dream Evil é uma das bandas mais inconstantes que conheço dentro do Power Metal mais ganchudo e pesadão. Eles lançam um álbum, fazem poucos shows, e depois somem por anos, sem deixar rastros. Desta vez, não foi diferente: sete anos após o bom “Six”, surge o sétimo álbum de inéditas dos suecos.

Como mencionado anteriormente, Dream Evil não é aquela banda típica de Power Metal ‘espadinha’. Eles tendem a focar mais nos riffs de guitarra pesados e cheios de ‘downpicking’, aproximando-se bastante do estilo de Primal Fear e do que o Accept vem fazendo há quase uma década e meia.

Para os entusiastas da banda, o que temos aqui é basicamente o arroz com feijão que o Dream Evil sempre entregou em todos os seus álbuns: alguns mais arrojados e impactantes, outros nem tanto, mas nenhum chegando ao nível de algo mediano – muito longe disso. O fator clichê, principalmente nas letras, está presente em doses colossais. A faixa-título, por exemplo, transborda clichê desde o nome, e em sua letra temos referências a bandas, músicas e discos clássicos de metal dos anos 80. Muitas bandas já fizeram isso, e é tão piegas que chega a ser cômico. Seu instrumental, no entanto, é uma maravilha, extremamente pesado, com a guitarra pulsando nos seus ouvidos. Porém, ao ouvir os poderosos vocais de Niklas Isfeldt (cada vez mais parecidos com os de Ralf Scheepers em uma zona não tão alta), cantando certas passagens, realmente soa estranho – especialmente se você já está beirando os 50 anos (risos).

Não espere algo na linha do fabuloso “The Book Of Heavy Metal” (2004), nem nada anterior a ele, mas é um bom – para ótimo – disco que cumpre seu papel de trazer energia renovada e novidade para os campos do Power Metal decente (leia-se audível e sem níveis glicêmicos elevados).

Um fator interessante são os resquícios de melodias, vocalizações e levadas de bateria que seguem o padrão do Hard N’ Heavy, com aquele frescor alegre em suas harmonias. Mas não leve isso para o lado ruim; pelo contrário, o resultado aqui é extremamente empolgante, em um nível meio Scorpions de agradar a audiência.

“Metal Gods” é extremamente bem produzido e traz uma enxurrada de faixas com os já mencionados riffs cortantes e palhetados em profusão – que me agradam muito – de Fredrik Nordström (também produtor) e os solos simples e eficientes de Mark Black (aqui apresentado com seu nome real, Markus Fristedt). Mas temos que dar os devidos créditos ao novo baterista Sören Fardvik, bem mais “porrada” do que a banda teve na carreira pós-Snowy Shaw, trazendo nova vida ao som da banda.

Os destaques ficam para: “Metal Gods”, “The Tyrant Dies At Dawn” (o início nos assusta ao remeter ao Rhapsody Of Fire e ao Angra mais ‘pesado’, mas depois vem um dos melhores riffs de todo o álbum – escute alto!), “Fire In The Night” (bem Judas Priest dos álbuns mais recentes, com mais rifferama, claro!), “Born In Hell” (essa você vai jurar que é Primal Fear) e a meio Hard N’ Heavy “Masters Of Arms”, numa espécie de Judas Priest fase “Turbo” e “Ram It Down”, só que mais pesado. Há também a cortante “Night Stalker” (nada excepcional, mas só por ser bem Accept já basta!).

As faixas medianas: “Chosen Force”, com seu clima épico seguindo a linha do Powerwolf (nao adianta, esse tipo de som não me desce!), e “Insane”, com sua vibe bem Hard Rock, mas com guitarras pesadas o suficiente para enganar, embora não cativem tanto.

Agora, as “carnes de pescoço” (pelo menos para este redator) são: a insossa – ou seria tapa-buraco? – “Lightning Strikes” e a (quase) totalmente descartável “Y.A.N.A” (com algumas partes que chegam a agradar os headbangers de plantão, mas muito pouco para ser algo realmente proveitoso).

No conjunto da obra, mesmo as “carnes de pescoço” não causam nenhum mal aos nossos ouvidos, mas acredito que não serão muito ouvidas (risos).

Se alguém te impor que é um disco chato, bloqueie esse pessoa. Vale muito a sua audição e aquisição, especialmente se você não é daqueles chatos que ficam procurando, em todo lançamento, a salvação do metal (como se ele precisasse ser salvo) ou algo extremamente original e diferente em pleno 2024. Se você é um desses, passe longe e vá jogar xadrez com o tiozinho santista da pracinha.

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