Endrah – “Bloodshed and Violence” (2025)
Independente
#DeathMetal #Hardcore #ExtremeMetal
Para fãs de: Cannibal Corpse, Worst, Hatebreed, Slayer, Siegrid Ingrid, Oitão
Texto por Cristiano Ruiz
Nota: 9,0
O terceiro álbum da carreira do Endrah, “Bloodshed and Violence”, sucessor do excelente “The Culling”, foi oficialmente lançado no dia 21 de fevereiro. Portanto, passaram-se mais de doze anos sem lançar um álbum completo. Ainda que nesse hiato a banda paulistana tenha lançado o EP “Shoot, Shovel, Shut Up”, além de alguns singles, a ansiedade pelo novo registro se deu, principalmente, por conta de como o line-up soaria em estúdio, pela primeira vez, como um power trio.
A atual formação teve início com a saída do vocalista americano Ryan “Relentless” Raes, em 2023. Algum tempo depois, o guitarrista Covero e o baixista Adriano Vilela decidiram dividir os vocais nas novas composições, pois, dessa forma, colocariam uma nova dinâmica na música do Endrah. Mas é óbvio que, para ter êxito nesse novo objetivo, contariam com o destruidor Bruno Santin na bateria.
Assim que os primeiros acordes de “Betrayal” começam a soar, já nos damos conta de que a banda alcançou absoluto sucesso no planejamento de seu atual trabalho. “Monstrous Capacity” vem na sequência a fim de cessar o receio daqueles que imaginavam que os paulistanos reduziriam o peso, a agressividade e a qualidade de suas músicas. “Rebellion” fecha a primeira trinca com ainda mais peso e intensidade.
Em suma, temos até aqui uma mistura de elementos de Thrash/Death Metal e Hardcore, tudo executado com perfeccionismo. Em outras palavras, temos Metal que não fica devendo em nada para a elite mundial dos subgêneros de música extrema.
A acelerada “Gore Infestation” evidencia a influência da banda nas temáticas do estilo Splatter/Gore. Além disso, as diferenças de timbre entre as vozes de Adriano e Covero tornam as faixas únicas, mesmo que ainda não saibamos quando é um e quando é outro que está no comando vocal. Em seguida, vem “Vengeance”, que alterna entre acelerada e cadenciada. Aos nossos ouvidos, ela soa como um misto entre Slayer de 1988 a 1990 com Cannibal Corpse.
O núcleo intensamente energético e supermassivo de “Bloodshed and Violence” termina com a brutal “Bloody Rampage Unleashed”. Assim, podemos ouvir a parte final desse disco, que até aqui soou tão positivo.
A composição “Hell’s Whispers” chega a lembrar a sonoridade antiga do Endrah, no entanto, turbinada pela poderosa nova configuração da atual formação. Destaque para os solos de Covero e as linhas de baixo de Adriano, que demonstram evoluir em seus respectivos instrumentos, da mesma forma que Santin deslancha cada vez mais na bateria.
“The Park Maniac Is Here!”, minha favorita dessa obra, não deixa dúvidas de que a banda está no auge de sua forma, pois entregou a seus fãs um trabalho de qualidade e respeito. Ainda que “The Park Maniac Is Here!” seja mesmo minha predileta, é impossível não aplaudir a criatividade na construção da rifferama de “We’ll Never Forget”. Bom, falar da técnica de Bruno Santin já se tornou algo recorrente, mas o que podemos fazer se ele não para de impressionar?
O single “Madness”, primeiro aperitivo de “Bloodshed and Violence”, que saiu ainda em 2024, encerra um trabalho que demorou bastante a chegar. Entretanto, quando veio, veio esmagador, um tutorial de Metal extremo. Enfim, estou demasiadamente feliz em poder escrever sobre esse novo trabalho do Endrah e constatar a evolução do agora power trio paulistano para algo ainda mais brutal!
Recomendo essa obra nacional a todos os que se dizem fãs de Metal extremo e de boa música.