Dificuldades em manter uma banda na ativa não chega a ser nenhuma novidade em se tratando do cenário brasileiro. Vários são os fatores que podem vir a pesar na cabeça de um músico se vale a pena ou não fazer o que gosta. E não é diferente do ocorrido com Schuky Miranda (Skin Culture). Mesmo com diversos percalços pelo caminho e enfrentando o “caminho das pedras”, o músico continua firme em seu propósito de fazer som de qualidade. Confira agora uma entrevista exclusiva para o Metal na Lata.
Por Márllon Matos
Metal Na Lata: Como você define o Skin Culture. Não no sentido de “ah a banda é isso, toca tal estilo e bla bla bla”, mas o que ela representa para você e em que ela mudou sua vida? Podem acusar a banda de várias coisas, mas nunca de comodismo.
Schuky Miranda: O SKIN CULTURE é meu projeto de vida. Ele nasceu pelos meus ideais passar a mensagem e o som que eu acredito. Ao longo dos anos teve muitas mudanças na formação por diferenças de opinião e de idéias, mas a última palavra sempre foi a minha, não por eu ser melhor que os outros, mas por uma questão ideológica e identidade mesmo.
Metal Na Lata: Ser uma banda onde os fãs esperam o inesperado trás uma segurança ou aumenta a responsabilidade?
Schuky Miranda: A cobrança sempre é maior quando se é um projeto pessoal, pois nunca se sabe o que vai vir da banda lá na frente. Mas, por outro lado, acho legal porquê você não fica preso a rótulos, estilos e dogmas. Todos acabam sempre se surpreendendo no final.
Metal Na Lata: Formação sempre foi uma questão difícil para vocês. Todo álbum trazia novos integrantes e novas influências. Esse formato de projeto seria a forma ideal para fazer com que o Skin Culture atinja os objetivos já traçados em sua mente?
Schuky Miranda: O difícil de se lidar com a maioria dos músicos é sempre pelo ego. Nunca estão satisfeitos ou de acordo com os ideais da banda. O cara entra na banda e algum tempo depois já quer passar por cima de tudo o foi construído até hoje em prol das vontades dele, sendo que ele entrou sabendo qual é a característica da banda. Acho que esse é o lado ruim, mas por outro lado a banda mantém a sua integridade.
Metal Na Lata: Qual foi o alto e baixo em sua carreira com a banda?
Schuky Miranda: O topo é tudo o que a banda construiu ao longo dos anos, o respeito que se mantém hoje de músicos e empresas importantes ligado a musica. O lado baixo é sempre a dificuldade financeira para se manter uma banda no Brasil.
Metal Na Lata: Como você chegou nessa formação que estará presente na turnê sul-americana? E aproveitando o gancho, por quê chamar a banda de Skin Culture B.C. ?
Schuky Miranda: O SKIN CULTURE B.C. é um projeto a parte do meu projeto pessoal. Meu amigo Dave Chavarri (baterista do ILL NINO), veio com a ideia de fazermos turnês com a banda quando ele e os outros músicos tiverem um tempo livre. Então ele convidou o Christian Old Wolbers (ex-Fear Factory) e o Chris Towning (ex-Devil Driver). Era até pra rolar uma tour agora em maio, mas por uma questão pessoal de luto que estou passando, ele aproveitou para marcar uma nova tour para o ILL NINO na Austrália. Em breve vai rolar por aqui, ainda não sei quando. Mas à parte disso já tenho novos músicos no Brasil e na Argentina para quando pintar algumas coisas por aqui também.
Metal Na Lata: Existem planos para um novo álbum? Se sim, seguiria o direcionamento de “MurderNation” ou mais uma vez o grupo pretende extrapolar os seus limites?
Schuky Miranda: Eu tenho já um novo álbum na gaveta para escrever e extrapolar os limites será sempre uma prioridade já que nunca fazemos CDs que sejam copias de algo que já fizemos. Sempre olhamos para frente.
Metal Na Lata: O que você acha do momento atual da cena brasileira? Quais pontos deveriam melhorar e quais bandas novas você indicaria para nossos leitores conhecerem?
Schuky Miranda: Para falar a verdade eu ando preocupado com o momento que estamos vivendo. Acho que falta interesse do publico olhar para as bandas que temos no Brasil. Vide a quantidade de shows internacionais que estão rolando, e cadê as bandas brasileiras nisso? O Brasil está recheado de bandas excelentes, as vezes até melhores que as bandas gringas! Posso citar o Tamuya Thrash Tribe, Puritan, Ego Kill Talent, Prayer, Error, Worst, My Fair Lady, entre muitas outras. Falta interesse do publico em abrir a mente para novas bandas. Ficam sempre idolatrando as mesmas bandas de sempre.
Metal Na Lata: Em 2010, após uma turnê com o P.O.D., foi noticiada a gravação de uma faixa em conjunto que acabou nunca sendo lançada oficialmente. Existe a possibilidade desse material ser lançado, junto com outras raridades ou bônus de algum relançamento?
Schuky Miranda: Sim, na verdade esse som é a musica “Here I Preach” que está no álbum “The Flames Still Burns Strong” de 2013, mas que por um desentendimento entre o nosso empresário e o ex-empresário do P.O.D acabou com essa possibilidade.
Metal Na Lata: Muito obrigado pela oportunidade. Sinta-se livre para passar suas considerações finais e também deixe um recado para nossos leitores.
Schuky Miranda: Gostaria de agradecer a todos os fãs, amigos e leitores do Metal Na Lata pela oportunidade. Muito em breve o SKIN CULTURE estará de volta aos palcos seja de uma maneira ou de outra, mas com sua musica e verdade sempre intactas. Peso extremo. Grande abraço, Deus abençoe.
Mais informações:
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