Fabiano Negri & Bebê Diabo – “The Outlaw’s Journey” (2025)
Independente
#HardNHeavy #HeavyMetal #HardRock #ClassicRock
Para fãs de: Deep Purple, Black Sabbath, Led Zeppelin, Ozzy Osbourne, Alice Cooper
Texto por José Henrique Godoy
Nota: 9,0
Fabiano Negri, cuja carreira já bate três prolíficas décadas, é um dos mais respeitados representantes do rock pesado brasileiro — seja como excelente vocalista, seja como compositor ou como multi-instrumentista. Desde sua saída da banda Rei Lagarto, em 2010, Fabiano vem se dedicando a uma sólida carreira solo, com uma série de trabalhos marcados pela qualidade e ótima recepção, tanto do público quanto da crítica especializada.
Seu registro anterior foi o ótimo álbum conceitual “Mysteries the Night Hides” (2023), o que naturalmente elevou as expectativas por um novo lançamento. A espera chega ao fim com “The Outlaw’s Journey”, lançado hoje, dia 27 de junho, em todas as plataformas digitais e também em formato físico (CD).
Neste novo trabalho, Fabiano conta com a banda Bebê Diabo. E aqui vai uma “nota do redator”: confesso que bateu uma pontinha de inveja (da boa) quando li o nome da banda. Eu, que já nomeei algumas bandas na minha humilde carreira de baterista, nunca pensei em algo assim! Agora é tarde! (risos)
Para os mais jovens: “Bebê Diabo” remete a uma lenda urbana que circulou nos anos 1970, especialmente no estado de São Paulo, sobre um suposto bebê que nasceu com chifres e rabo, frequentemente estampado nos jornais sensacionalistas que custavam cinquenta centavos nas bancas.
Voltando ao que interessa: “The Outlaw’s Journey” traz uma sonoridade retrô que nos transporta diretamente para as décadas de 1970 e 1980, reunindo o melhor do que foi produzido nesse período. A base é o Heavy Metal/Hard Rock típico da época, mas com o toque pessoal de Fabiano e sua banda, o que impede que o disco soe datado ou como mera cópia de medalhões do gênero. As influências estão todas lá: Led Zeppelin, Bad Company, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, Deep Purple (fase Coverdale/Hughes), Badlands, Van Halen, Alice Cooper enfim, só coisa fina!
O álbum mantém um nível excelente do início ao fim. Desde a abertura com a zeppeliana “Dust and Sorrow”, que já nos entrega um hard rock setentista de respeito, até o encerramento com “27” — cuja letra é assinada pelo renomado jornalista Antônio Monteiro e aborda o infame “Clube dos 27”, reunindo os nomes de artistas que partiram cedo demais — tudo é um esmero só! Alta performance e qualidade!
Aliás, a parte lírica do álbum é outro ponto alto, com pitadas de humor, sarcasmo e desilusão com os tempos atuais.
Outras faixas que se destacaram na minha audição: “Wiseman”, um hard rock poderoso cuja letra trata dos insuportáveis e perigosos “sábios e especialistas de internet”; “Something’s Going Wrong”, cheia de groove e sentimento — excelente! E também a bluesy “Ballad of a Lazy Man”, que vai te pegar de jeito: na primeira ouvida, você já estará cantando o refrão.
Para fechar: “The Outlaw’s Journey” já entra na lista dos melhores lançamentos nacionais de 2025, sem sombra de dúvida. Se você é fã de Hard Rock/Heavy Rock, vá atrás desse álbum — é garantia de satisfação.
