Xenos A.D – “Reqviem For The Oppressor” (2025)
My Kingdom Music
#ThrashMetal #HeavyMetal
Para fãs de: Megadeth, Xentrix, Metal Church, Death Angel
Texto por Johnny Z.
Nota: 9,0
“Reqviem For The Oppressor”, terceiro álbum na carreira dos thrashers italianos, marca um novo capítulo na trajetória da banda siciliana Xenos A.D., que antes atendia apenas por Xenos. Ao longo de nove faixas, o grupo se dedica a explorar a temática da guerra e seus horrores, embalando esse conceito em uma sonoridade que faz pontes entre o thrash metal clássico dos anos 80 e (alguns poucos) elementos mais contemporâneos.
A abertura com a instrumental “1986” já deixa claro que este é um trabalho ancorado na nostalgia do gênero, mas que não se limita a reproduzir fórmulas antigas — trata-se de uma introdução curta, com guitarras limpas e uma atmosfera cinematográfica, que funciona como um prenúncio do peso que vem a seguir.
Os riffs são o grande motor propulsor desse álbum, com a guitarra de Giuseppe Taormina transitando com naturalidade entre passagens velozes e momentos mais cadenciados, costurando harmonias que evocam nomes como Megadeth, Metal Church e Death Angel, mas com uma identidade própria. Os solos aparecem com frequência e cumprem o papel de trazer uma dose de melodia e respiro, sem jamais comprometer o peso geral.
Na bateria, Danilo Ficicchia oferece uma performance variada, alternando blast beats, grooves diretos e levadas progressivas que ajudam a construir uma atmosfera por vezes sombria e opressiva — bem adequada ao tema. O vocalista e baixista Ignazio Nicastro mantém uma postura firme, com linhas de baixo marcantes e vocais agressivos e de muito impacto. Seu timbre visceral, cheio de rouquidão áspera, se encaixa muito bem na proposta geral do disco — e do estilo — principalmente em faixas como “Dogma of War”. Falando nessa música, temos aqui o puro suco do caos thrash, combinando rifferama rápida, refrão certeiro e quebradeiras do início ao fim. Com certeza, a melhor do álbum!
Na sequência, “Welcome the Destroyer” entrega talvez o refrão mais memorável de todo o trabalho, com backing vocals rasgados que potencializam a sensação de urgência e riffs cheios de groove. Outro destaque é “Children Of The Atomic Sun”, uma faixa que equilibra peso e melodia com naturalidade, abordando a ameaça nuclear com um clima tenso e emotivo, especialmente nos solos. Já “Shaping the World” mostra um lado mais progressivo e ambicioso do Xenos A.D., com variações rítmicas e passagens acústicas que fogem da linearidade.
Produzido de forma honesta e simples, mas com um equilíbrio entre clareza, rispidez seca e agressividade, o álbum soa bem definido e “limpo” sem perder a sujeira característica do thrash metal, tendo todos os instrumentos soando de forma bem orgânica e nada pasteurizada — sonoridade que muitas bandas atualmente vêm adotando por aí, soando praticamente iguais entre si.
Aqui, temos um disco que soa coeso e de forte impacto, indo mais de encontro aos fãs da velha guarda do thrash, mas que, como dito no início, ainda carrega um pequeno suspiro do fator contemporâneo. Um bom exemplo disso é a faixa-título, que podemos usar como carro-chefe para quem não conhece a banda, já que apresenta tudo o que encontramos neste novo álbum de forma condensada.
Resumindo, “Reqviem For The Oppressor” é sombrio, pesado, agressivo e com bastante melodia — mas não é um turbilhão de caos ou uma massa sonora feita só para “bater”, pois os arranjos de todas as faixas são fora da curva. Um belíssimo trabalho de composição, já que nenhuma música se parece com a outra. Não espere algo fora da bolha ou cheio de invencionismos, mas também não espere um disco que já foi gravado “n” vezes por aí, pois ele tem solidez e atinge em cheio os amantes do estilo.
O THRASH METAL RESPIRA FIRME E FORTE!!! Super indicado!