Hammerfall – “Avenge the Fallen” (2024)
Nuclear Blast | Shinigami Records
#PowerMetal #HeavyMetal
Para fãs de: Manowar, Helloween, Accept
Texto por Mauro Antunes
Nota: 8,5
Quem viveu o mundo do Heavy Metal no final dos anos 90 certamente se lembra do burburinho causado pelo Hammerfall com o lançamento de seus dois primeiros álbuns, “Glory to the Brave” (1997) e, em especial, o mega clássico “Legacy of Kings” (1998). Pouco tempo depois, veio outro trabalho consistente e querido pelos fãs, o ótimo “Renegade” (2000).
De lá para cá, o Hammerfall seguiu seu caminho procurando manter-se fiel às suas raízes, com o tradicional “arroz com feijão” bem temperado. Porém, o tempero desandou com o fraquíssimo e experimental “Infected” (2011). Felizmente, os experimentalismos pararam por ali, e a banda segue firme com sua proposta, concebida em torno de batalhas épicas, espadas, histórias medievais, e por aí vai.
O tempo passou e, agora, em 2024, o Hammerfall chega a nada menos que seu 13º trabalho de estúdio, “Avenge the Fallen”. Incluo aqui algumas palavras ditas por um dos líderes, o guitarrista Oscar Dronjak: “Em tempos onde as pessoas têm cada vez menos atenção, ainda pensamos na forma de álbuns completos. Algumas músicas boas não fazem um álbum forte. Um álbum forte vem de um álbum cheio de ótimas músicas, e é isso que estamos entregando com Avenge the Fallen.” Se analisarmos esse contexto, é realmente difícil manter-se relevante após tanto tempo de estrada, e os suecos são um exemplo disso, já que seus fãs, no qual me incluo, ainda se sentem dignamente representados por cada uma de suas faixas e shows.
A abertura com a faixa-título é capaz de encantar e surpreender ao mesmo tempo. O refrão dela é de arrepiar. Faixas como a pesadíssima “The End Justifies”, a melhor do disco, nos remetem aos clássicos citados no início desta resenha, já que a incluiria lá (em qualquer um deles!) sem nenhum pudor.
“Freedom” é outra candidata a clássico, simplesmente um petardo com solos de arrepiar e uma levada de bateria pra lá de insana de David Wallim (essa ficará na minha playlist). “Hail to the King” é ótima, apesar de ser daquelas que, quando ouvimos, irremediavelmente pensamos: “Acho que já ouvi isso antes!”.
“Hero to All” é bem Heavy Metal tradicional, mostrando que, sim, há espaço para algo fora do Power Metal na discografia do Hammerfall. Na sequência, outro imenso destaque: a balada “Hope Springs Eternal”, que traz algo difícil de se imaginar: uma balada com refrão épico e mais alguns lindos solos com a dupla Oscar Dronjak e Pontus Norgren. Em minha modesta opinião, é a melhor balada já feita pela banda. Ouça!
“Burn It Down” se destaca mais uma vez pelo trabalho de guitarras, com bases pesadas e solos realmente precisos. “Capture the Dream” e “Rise to Evil” representam o lado mais melódico, e “Time Immemorial” me lembrou a clássica “Glory to the Brave”, faixa-título do trabalho de estreia, com uma levada mais lenta e épica, candidata a clássico também, como quase tudo o que ouvimos aqui.
A versão física ainda trará a faixa bônus “Night Terrors”, que, para ouvi-la, só esperando o lançamento mesmo, mais um atrativo para este vindouro trabalho.
Em suma, quem gosta da banda continuará gostando; quem não gosta seguirá passando longe. O que não se pode, em nenhuma circunstância, é tirar-lhes o mérito por se manterem por quase três décadas fazendo Metal, e só isso já é mais do que o bastante para que tenham o respeito de qualquer headbanger que se preze. Que venham mais três décadas de Hammerfall!