Heathen – “Bleed The World: Live” (2025)

heathen
Compartilhe

Heathen – “Bleed The World: Live” (2025)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#ThrashMetal

Para fãs de: Exodus, Testament, Anthrax, Death Angel, Forbidden

Texto por Johnny Z.

Nota: 10

O Heathen nunca foi um dos nomes mais lembrados do Thrash Metal, não por falta de qualidade — que, aliás, é muito acima da média —, mas porque, em um cenário com bandas como Metallica, Exodus, Testament, Anthrax, Slayer, Death Angel, Overkill, Forbidden, Vio-Lence, entre muitas outras, a ‘competição’ sempre foi acirrada nesses últimos 40 anos. No entanto, quem conhece o Heathen sabe perfeitamente que a banda poderia — e deveria — estar sempre incluída nesse seleto grupo em qualquer discussão sobre Thrash Metal entre fãs, imprensa, bandas etc.

Depois de seu retorno às atividades em 2009, a banda — que teve várias mudanças de formação no passado, diga-se de passagem, mas sempre mantendo o núcleo com David White (vocal) e Lee Altus (guitarra, atualmente no Exodus) — seguiu sua trajetória com dois E-S-T-U-P-E-N-D-O-S lançamentos, mesmo com certo tempo entre eles: The Evolution Of Chaos (2010) e Empire Of The Blind (2020). E um dos fatores que contribuíram para a excelência desses álbuns foi a entrada do exímio guitarrista e compositor Kragen Lum (Prototype, Psychosis), que também foi encarregado de substituir Gary Holt no Exodus por um bom tempo, enquanto este estava no Slayer. Quem o viu tocar com o Exodus no Brasil em 2016 pode dizer com propriedade: o cara tem uma mão direita de (muito) respeito! O cara SÓ substituiu o Gary Holt, o fundador da banda!!!

Enfim, mesmo que a banda não faça muitas turnês ou grave/lance novo material com frequência, basta analisar que entre um álbum e outro foram 10 anos de espaço, eis que agora a lançam o seu primeiro álbum ao vivo oficial (lembrando não ser o primeiro lançamento ao vivo da banda, já que na edição de aniversário de 10 anos de The Evolution Of Chaos temos um DVD bonus ao vivo gravado em 2009), apresentando músicas de todos os álbuns da carreira, incluindo faixas mais recentes como ‘Sun in My Hand’ e ‘The Blight’, além de clássicos como ‘Hypnotized’ e a fabulosa ‘Goblin’s Blade’, refletindo o poderoso setlist ao vivo da banda.

Se você, caro leitor, se apaixonou pela sonoridade atual e violenta da banda nos dois últimos álbuns de estúdio, vai simplesmente ter uma catarse com Bleed The World: Live, pois a qualidade, produção e mixagem estão no mesmo nível dos álbuns de estúdio — ou seja, fenomenais! Vale ressaltar que todo esse louvor deve-se à produção por Kragen Lum e mixagem de Zeuss.

Não está errado dizer que o Heathen atualmente se assemelha bastante ao Exodus, mas também não está totalmente certo. O Heathen incorpora, além do peso característico do Exodus, muito mais melodia e técnica, criando uma espécie de ‘math-thrash’ extremamente pesado!

Com faixas gravadas durante a última turnê de divulgação de Empire Of The Blind, a banda não contou com o guitarrista fundador Lee Altus, mas sim com Kyle Edissi, da banda Invicta. Mas não se preocupe — tudo foi executado de ponta a ponta com exatidão e maestria!

É impossível destacar apenas alguns momentos, pois tudo ficou tão perfeito e prazeroso de ouvir que você vai colocar no repeat várias vezes. Os vocais de David e toda a rifferama de Kragen e Kyle te cativam absurdamente! Mas tenho que ser correto: A clássica “Goblin’s Blade” ficou algo estrondosamente perfeita nessa sonoridade atual da banda! A voz de David White está afiadíssima, e para quem vive em Marte, o Heathen é uma banda de Thrash Metal com vocais bem Heavy Metal, seguindo a linha do Anthrax e Forbidden. Ou seja, nada de vocal urrado e brutal — aqui é vocal ‘lá em cima’. Nada de ‘castrati’ ou gritinhos açucarados, mas também bem longe dos urros graves de ursos no cio (risos).

Adoraria que também saísse em vídeo (Blu-ray ou DVD), mas tudo bem — em CD ou vinil já está de bom tamanho, já que a ‘modernidade’ só sabe falar de streaming… ô coisa chata! Meu único porém com esse lançamento — que, diga-se de passagem, não mudaria em nada a nota máxima que merece — é que poderia ter mais músicas. No total, são apenas nove faixas, sendo uma introdução instrumental e outra focada na interação de David com a plateia.

Em breve, teremos a nossa versão nacional pela Shinigami Records, e eu mal posso esperar para pôr as mãos nessa maravilha!

Compartilhe
Assuntos

Veja também