In Flames – “A Sense of Purpose” (2008) (Relançamento 2024)
Nuclear Blast | Shinigami Records
#MelodicDeathMetal #MelodicGrooveMetal #Metalcore
Para fãs de: Arch Enemy, At The Gates, Soilwork
Texto por Mauro Antunes
Nota: 7,5
Quem conhece a carreira do In Flames sabe o quanto a banda se transformou ao longo dos anos. Percebendo a mudança no cenário metálico mundial, a banda preferiu, ao longo de sua trajetória, se afastar de suas raízes e adotar uma linha musical, digamos assim, mais acessível. Há quem tenha gostado, e outros, como este redator que vos escreve, não foram tão cativados por essa mudança.
Porém, apesar de não aprovar essa metamorfose sonora, é inegável que o In Flames segue relevante e continua sendo referência quando o assunto é Metal Extremo. Reroute to Remain (2002) foi o primeiro disco a apresentar essa guinada musical; na sequência, Soundtrack to Your Escape (2004) e Come Clarity (2006) consolidaram ainda mais essa mudança de foco, aproximando o som da banda de uma estética quase Nu Metal.
A Sense of Purpose foi um pouco além: a banda deu aqui alguns sinais de que não abandonou completamente suas raízes, mas, obviamente, sem o brilho e a intensidade dos anos áureos.
“The Mirror’s Truth” abre o disco em alto nível. “Sleepless Again” mostra uma banda que procura incorporar novos elementos ao som, mesclando-os com o Melodic Death Metal característico do grupo. “Move Through Me” apresenta momentos que chegam a arrepiar, com destaque absoluto para o solo, um dos melhores momentos instrumentais do álbum. A faixa de maior impacto, “I’m the Highway,” remete bastante ao clássico Clayman (2000), resgatando o brilho do momento mais glorioso da carreira desses suecos.
Se você, caro leitor, for fã incondicional dos clássicos Whoracle (1997), Colony (1999) e o já citado Clayman, talvez não encontre aqui um trabalho que o fará vibrar novamente. O mais importante, contudo, é entender o contexto por trás dessa transformação no som da banda, que optou por algo mais acessível e comercial.
Por mais que tente absorver essas mudanças, elas não são tão agradáveis para todos. Para aqueles com a mente mais aberta e que conseguem assimilar essa levada menos brutal, A Sense of Purpose pode ser, sim, uma boa opção, já que, inegavelmente, temos aqui um disco de Heavy Metal bem gravado, bem produzido e com músicos de primeira. Tirem suas próprias conclusões, pois estas são as minhas.