Joe Satriani – “The Elephants Of Mars” (2022)
Shinigami Records | earMUSIC | Sound City Records
#InstrumentalRock, #Rock
Para fãs de: Steve Vai, Larry Carlton, Eric Johnson
Nota: 9,0
Ninguém poderia imaginar que trinta e seis anos após sua estreia, dez milhões de álbuns vendidos, quatro discos de ouro, dois de platina e quinze indicações para o Grammy, Joe Satriani ainda teria cartas na manga que o fizessem ser relevante.
Como ele disse sobre o álbum: “Quero mostrar às pessoas que um álbum instrumental de guitarra pode conter elementos muito mais criativos e divertidos do que acho que as pessoas estão usando agora” – e continua – “Fizemos de tudo neste álbum. Tentamos as ideias mais loucas e viramos tudo de cabeça para baixo para ver o que poderia acontecer”.
Mas não apenas isso, “The Elephants Of Mars”, seu décimo nono álbum, é baseado em uma estória que ele mesmo explica: “Com o passar dos meses essa estória começou a se desenvolver na minha cabeça: no futuro as corporações da Terra estão estuprando Marte em busca de matérias-primas. O que eles não sabem é que existe uma forma de vida lá que são esses elefantes de 30 pés e eles vão lutar para que Marte possa manter sua beleza natural”.
Contando com Kenny Aronoff (John Mellencamp, Lynyrd Skynyrd, Jon Bon Jovi) na bateria, Bryan Beller (Steve Vai, James LaBrie, The Aristocrats) no baixo, Rai Thistlethwayte e Eric Caudieux (que também atuou como produtor e engenheiro) nos teclados e Ned Evett nas guitarras, Satch eleva o sarrafo em um de seus melhores álbuns neste século.
Cada uma das músicas merece ser mencionada, mas destaco as paisagens sonoras de “Sahara” e “Doors Of Perception”, o Rock épico da faixa-título, o clima sci-fi de “Sailing The Seas Of Ganymede”, as melodias belíssimas de “Faceless”, o Blues de “22 Memory Lane”, a melancolia de “Desolation”, o funkeado de “Blue Foot Groovy” e “Pumpin’”, a hipnose Floydiana de “Through A Mother’s Day Darkly”, além do jazz rock de “E 104th St NYC 1973”. Este álbum renova Satriani ou como ele mesmo disse: “removeu as barreiras dos meus impulsos criativos”.
Em seu álbum mais eclético, complexo e conceitual, Satch trouxe influências externas, sabores musicais e paisagens sonoras que na mão de outro músico poderiam fazê-lo se perder durante o caminho, mas sem precisar de 1000 notas por segundo, Satriani transmite a emoção e a magia necessárias mantendo-o unido e consistente.
“The Elephants Of Mars”, e sua capa inteligentíssima, é uma explosão de cores, humores e emoções. Ouça com atenção e se deixe levar.
João Paulo Gomes