Kaledonia – “Far Beyond The Light” (2024)
Independente
#HeavyMetal #PowerMetal #ProgHardNHeavy
Para fãs de: Angra, Avantasia, Edguy, Circus Maximus, Symphony X, Fates Warning
Texto por Johnny Z.
Nota: 8,5
Creio que todo fã de Power/Heavy Metal goste de pegar um álbum para ouvir e, logo de cara, perceber uma produção primorosa, onde tudo foi feito de forma refinada e com muito bom gosto, destacando todos os instrumentos e, por consequência, tornando as melodias e harmonias mais impactantes.
Pois bem, a banda paulistana Kaledonia, liderada pela mente criativa e talentosíssima de JP Pretti (vocal/teclado/produção), oferece exatamente esse tipo de sonoridade, com acentuações progressivas e até elementos de pop/AOR, envolvidas em uma produção/masterização esmerada, digna de destaque. E sim, se o ouvinte e fã do estilo procura por refrões grudentos, teclados robustos que elevam a música para outra dimensão e não ficam ‘atrapalhando’ o andamento da mesma com estripulias, peso na medida certa, backing vocals encorpados, alma e honestidade tanto na composição como execução das faixas, eis a sua banda.
Após algumas boas audições de seu álbum de estreia, e com o intuito de fazer uma comparação para aqueles que estão prestes a descobrir a banda — ou seja, que ainda não a conhecem —, eu diria que o som é uma mescla bem elaborada de Angra (fase André Matos), com o peso progressivo do Symphony X, somada à aura épica e melódica de Avantasia/Edguy, com harmonias de teclado que o Nightwish utiliza (moderadamente) como recurso e um pezinho no Hard Rock/AOR.
Os vocais cristalinos de JP Pretti são tão articulados que cada palavra cantada é perfeitamente compreendida, penetrando sua mente com clareza e precisão, o que ajuda e muito quando chega nos refrões e camadas de backing vocals bem empregadas.
O time que compõe a Kaledonia, além de JP Pretti, inclui Bruno Luiz (guitarra), Fernando Giovannetti (baixo) e Marcus Dotta (bateria), e juntos conseguiram criar um álbum extremamente prazeroso de se ouvir, perfeito para apreciar em boa companhia e com um vinho tinto de qualidade! As participações especiais de Leandro Caçoilo (vocal, Viper, em “Far Beyond The Light”), Tito Falaschi (guitarra em “Starless Sky” e “Take All My Mess”) e Gabriel Truck (guitarra em “Far Beyond The Light”) também enriqueceram o projeto, com destaque especial para Leandro Caçoilo, que, não tem outra forma de dizer: o cara arregaça! Ouvir Leandro Caçoilo e JP Pretti juntos foi uma experiência de um bom gosto incomparável!
Além disso, os solos são na medida certa, sem exageros ou autoindulgência, sempre a serviço das 8 faixas do álbum. O baixo é modesto, porém eficaz, enquanto a bateria de Marcus Dotta é vibrante, pesada e precisa.
Confira minhas impressões das faixas: “Neon Signs”, com sua pegada pesada de Hard N’ Heavy, lembrando uma espécie de Paradise Lost do “Draconian Times”, só que mais acessível e alegre (risos); a agressiva faixa-título, um verdadeiro torpedo nos tímpanos; a exuberante “Same Queen”, que une com maestria o Power Metal a um AOR bem moderno; a balada “Starless Sky”, com uma sonoridade que remete imediatamente a Angra/Shaman (os ouvintes vão se lembrar de André Matos em segundos); a alegre e empolgante “Hungry Nights”; a balada densa “Wicked Heart”, que mistura um clima meio HIM com Angra; “Take All My Mess”, que me lembrou bastante o Helloween do “Chameleon”, só que mais pesado; e “Queen Of All Lies”, uma pancada tipicamente Power Metal, com um refrão grudento, ao estilo Edguy, e que ainda conta com um belíssimo atrativo no videoclipe – no caso, “uma belíssima” (risos).
É um início promissor que certamente renderá excelentes frutos a curto prazo! Aos fãs do estilo: vão com fé, pois a parada está muito bem feita!