Kataklysm – “In The Arms of Devastation” (2006) (Relançamento 2025)

KATAKLYSM
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Kataklysm – “In The Arms of Devastation” (2006) (Relançamento 2025)

Shinigami Records 
#DeathMetal 

Para fãs de: Hypocrisy, Amon Amarth, At The Gates

Texto por Matheus “Mu” Silva

Nota: 9,0

Em mais um trabalho de relançamentos da Shinigami Records, desta vez, trouxe uma verdadeira pérola do Death Metal canadense, “In The Arms of Devastation” (2006), de um dos maiores nomes da atualidade do gênero, Kataklysm. Por ter poucas tiragens de seus álbuns no Brasil, essa é mais uma oportunidade de se adquirir um disco que, além de sua qualidade musical, hoje é difícil de achar, e deve figurar em qualquer coleção de metal extremo que se preze.

Na ativa há 30 anos e já em ascensão com seus dois discos anteriores, “Shadows & Dust” (2002) e “Serenity in Fire” (2004), o Kataklysm alcançou no seu oitavo disco de estúdio, “In The Arms of Devastation” (2006), o ápice de seu refinamento e direcionamento musical, trazendo uma gravação impecável, músicas realmente marcantes, refrões grudentos, e uma brutalidade descomunal, que eles descrevem como “northern hyperblast”, em que ajudaram no desenvolvimento e disseminação do gravity blast (técnica que consiste em uma velocidade absurda nos blast beats), aliado a grooves e riffs criativos, tornando a banda um nome realmente distinto no gênero. Tanto que, na época, rendeu ainda um disco ao vivo, “Live in Deutschland – The Devastation Begins” (2007), onde demonstrou todo o poderio sonoro do disco e da banda naquele momento.

Ouvir esse disco foi um passeio no tempo; eu o tive quando era adolescente. A introdução “Revenge… Is a meal best served cold…” abre uma das melhores músicas do disco, “Like Angels Weeping The Dark”, em uma mistura poderosa de Death e Thrash, aliada a um trecho melódico no meio, levando o ouvinte a bater cabeça do início ao fim. “Let Them Burn” dá sequência na porradaria, com doses cavalares de groove e trechos mais “bate-estaca”, que preparam o terreno para a música seguinte, e uma das músicas mais conhecidas da banda, “Crippled & Broken”, com seu riff pesadíssimo inicial, o qual o ouvinte já até faz careta de saber que vem algo realmente pesado por aí, e é recompensado com uma das melhores músicas do disco todo. O início mais melódico de “To Reign Again” engana por poucos segundos, antes de começar mais uma faixa que despeja cadências maravilhosas pra bater cabeça, outro ponto alto do disco, e estamos apenas na quarta música…

“It Turns to Rust” e “Open Scars” têm fórmulas um tanto parecidas, o que deixa soar um breve momento de menos inspiração, mas “Temptation’s Nest” já põe as coisas no eixo de novo, com mais variações de andamento, sendo uma das faixas mais completas do disco. “In Words of Desperation” não deixa a peteca cair, uma das mais brutais do disco, cheia do chamado “hyperblast” da banda, e com um final matador. Finalizando a obra, “The Road to Devastation”, um dos momentos mais inspirados do disco, com um refrão viciante, riffs simples mas enérgicos, bateria pulsante e cheia de groove, além de ter o melhor solo de guitarra do disco todo, o que justifica um disco cheio de momentos tão intensos, ter um final derradeiro com mais pegada e menos velocidade, claramente uma das melhores não só do álbum, mas de toda a carreira da banda.

“In The Arms of Devastation” é um clássico. Já beirando os 20 anos, ainda é uma obra muito relevante e cheia de grandes momentos. Se hoje o Kataklysm é um nome consolidado dentro do metal, muito disso vem justamente dessa fase da banda, na qual encontrou o seu som, e veio lapidando com o passar do tempo, mas a estrutura está aqui. Merece ser ouvido do início ao fim sempre, e sempre vale a pena.

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