Krisiun – “Mortem Solis” (2022)
Century Media Records | Shinigami Records
#DeathMetal, #BrutalDeathMetal, #TechnicalDeathMetal
Para fãs de: Immolation, Cannibal Corpse, Hater Eternal, Malevolent Creation
Nota: 9,5
Falar sobre os irmãos Kolesne sempre me enche de orgulho e sentimentos positivos por várias razões. Os caras conseguem ser extremamente simpáticos, humildes, gratos por tudo que conquistaram e principalmente uns baita músicos que JAMAIS nos decepcionam. Então, não vejam o que vou falar nas próximas linhas como algo negativo, pois não é, e vocês vão entender meu ponto de vista em relação a “Mortem Solis”, seu matador 12º álbum de estúdio da carreira.
O Krisiun está no topo da cadeia alimentar do Death Metal mundial e ninguém discute isso. Atualmente, temos outras bandas mandando muito bem? Sim, mas nosso trio brasileiro está no topo já há alguns anos. “Mortem Solis” é um álbum que, na minha opinião, não faz a banda subir ainda mais de patamar pelo simples fato que não tem mais para onde subir (risos), mas sim os mantêm na posição suprema de mestres. O estilo não têm mais para onde crescer ou evoluir, aliás ninguém que realmente vive e respira Death Metal sonha em algo diferenciado em termos evolutivos. O Krisiun cresceu, progrediu e desenvolveu-se quando precisou, agora colhe os frutos graúdos de sua conquista. O que a banda têm que continuar fazendo agora é manter-se sempre no topo com grandes lançamentos sem arriscar-se para não rolar escada abaixo. Conhecendo bem a banda, sabemos perfeitamente que isso JAMAIS acontecerá, pois as posturas de Alex Camargo (vocal/baixo), Moysés Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) já falam por si só.
Enfim, “Mortem Solis” dá aquilo que todos seus fãs esperam: um massacre impiedoso do mais puro Death Metal e isso já basta ser motivo de sobra para aplaudirmos de pé. “Sworn Enemies”, “Serpent Messiah” e “Swords Into Flesh”, primeiros amostras lançadas já deram os sinais de espancamento de nossos ouvidos, mas “Necronomical” simplesmente quebrou minhas pernas. Essa faixa simplesmente é BRILHANTE do começo ao fim, seu andamento mais cadenciado com baixo estalando na cara, riffs triturantes e levadas cheio de quebradeiras mostram porquê os reis nunca perdem sua majestade, nem muito menos seu trono.
“Mortem Solis”, comparado com o álbum anterior, “Emperor Of The Enthroned”, é mais dinâmico, mais brutal e tem uma produção mais moderna e robusta, que na minha opinião foi o fator principal para eu acha-lo melhor. Sua audição não é cansativa! Não que o seu antecessor seja ruim, ninguém seria louco para proferir essa blasfêmia, mas “Mortem Solis” é mais coeso e flui bem melhor. Seus momentos agressivos parecem ser mais bem calculados e vão direto ao ponto.
Os riffs de Moysés estão mais “palhetados” aqui, o que me agrada bastante e também várias inserções de Heavy Metal e Thrash Metal aqui e ali fazem-no um dos mais respeitados, completos e soberbos guitarristas que o Metal tem o orgulho de nos brindar. Uma máquina de aniquilação e um gigante, literalmente falando também, pois para quem o conhece e o viu de perto sabe que a “criança” é grande (risos). Falando em máquina, Max Kolesne dispensa comentários, certo? Aqui o cara transborda técnica (ah vá!) de novo. Deveriam mudar o nome de “blast beats” para “kolesne blast beast”. Monstro! Monstro! MONSTRO! E não só nisso, sua técnica e estilo é brilhante em tudo, até quando incorpora levadas mais quebradas e intricadas. Resumindo: quer ser um baterista de Death Metal com pegada, agressividade e criatividade? Estude-o e quem sabe chegue perto, mas saiba que: igualar-se nunca, supera-lo jamais.
Achei que o baixo e os vocais de Alex estão mais audíveis nessas 11 faixas que compõem “Mortem Solis”, provando que uma produção eficaz consegue deixar, até numa das bandas mais brutais do planeta, os instrumentos na nossa cara! Alex é um músico completo dentro do estilo. Seu vocal é similar a 2000 outros, certo? Sim e não, pois você ouve um segundo e já sabe que é ele! Isso chama-se identidade, meus queridos! E ele tem de sobra!
Se quer um álbum que resgata aquela sonoridade brutal dos anos 90, mas com uma produção mais moderna, eis o seu disco!
Meus destaques pessoais vão para as já citadas “Sworn Enemies” como um rolo compressor, “Serpents Messiah”, a melhor de todas “Necronomical”, a visceral e a provavelmente causadora de hematomas auriculares “Tomb Of The Nameless”, a rifferama seguida de aniquilação em massa chamada “Worm God” e a faixa bônus “Death Of The Sun” que lembrou muito o que o Sepultura fazia na época do “Beneath The Remains” elevado a quinta potência! Mas não pense que as outras não dignas de estarem aqui citadas, o álbum na sua totalidade é merecedor de destaque.
Inclusive, não posso deixar de destacar a maravilhosa arte de capa de Marcelo Vasco que deveria sempre fazer as capas do Krisiun, na minha modesta opinião, pois seu traço combina muito.
Obrigado Krisiun, os mestres da brutalidade!
Johnny Z.