Manowar – Armazem 14, Recife/PE (24/11/2024)

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Manowar – Armazem 14, Recife/PE (24/11/2024)

Produção: Dark Dimensions
Assessoria: JZ Press

Texto por Renan Ho Soares
Vídeo por Metal Bootlegs (Youtube)

O domingo do dia 14 de novembro foi especial para os headbangers recifenses (principalmente para os da velha guarda), pois o Manowar, um dos grandes nomes do metal mundial, se apresentaria na capital pernambucana pela primeira vez (sendo também a primeira vez no Nordeste).

O palco escolhido para essa épica batalha foi o Armazém 14, que tem recebido grande parte dos shows de metal ocorridos na cidade nesse último ano. Antes mesmo de os portões abrirem, já havia uma grande concentração de camisas pretas formando uma fila que se estendia pelos armazéns do Marco Zero, com direito à vista iluminada do Parque das Esculturas.

Inicialmente, os portões estavam marcados para se abrirem às 18h, e o show se iniciar às 20h (sem banda de abertura), mas a casa foi aberta apenas às 21h30, e a apresentação começou às 22h30, ainda com os headbangers se posicionando dentro do Armazém 14, para vibrarem ao som da faixa de abertura “Manowar”.

No palco, o Manowar adotou uma dinâmica sem muita “conversa fiada”, focando em tocar as músicas sem perder muito tempo falando com a plateia nos intervalos. Isso causou estranhamento em alguns momentos, especialmente quando, ao fim de cada canção, as luzes do palco se apagavam e os instrumentos se silenciavam por completo.

Alguns podem até questionar a simpatia da banda (ou a falta dela), mas não podem questionar a técnica dos músicos. Este foi um dos shows com o som mais limpo que vi este ano (mais limpo inclusive do que shows de grande porte). Tudo foi ouvido perfeitamente, e os músicos desempenharam seus respectivos papéis com maestria. O maior destaque foi o vocalista Eric Adams, que, aos 72 anos, ainda apresenta a mesma potência vocal de sua juventude.

O público, apesar de não ter se movimentado tanto (a maioria das pessoas presentes tinha mais de 30 anos), cantou junto com a banda a plenos pulmões clássicos como “Warriors of the World United”, “Brothers of Metal Pt.1”, “Fighting the World”, “Kings of Metal” e, claro, “Kill With Power” e “Hail And Kill”.

Inclusive, toda a sequência entre “Fighting the World” e “Hail And Kill” foi a mais intensa de todo o show, com a energia da banda e do público no nível máximo. E a intensidade se manteve com a execução de “Fight Until We Die” (que já é uma faixa bastante enérgica por si só).

Após a execução da música, a banda deixou o palco sem falar nada, e daí iniciou-se a tensão para saber se haveria um bis ou se o show se encerraria ali (nas apresentações de Curitiba e Brasília, a banda encerrou o show sem fazer bis e sem se despedir do público).

Mas, após alguns minutos de expectativa (e sem o público ajudar muito gritando o nome da banda), o baixista Joey DeMaio apareceu para o único momento em que a banda conversou com o público. Joey arriscou não apenas um português, mas também um “pernambuquês”, chamando a plateia de “arretados” e dizendo: “Muitos não gostam do Brasil ou do Manowar. Para esses, a gente diz: ‘vai se lascar’.” Obviamente, a galera entoou a mensagem junto com Joey, e alguns aproveitaram para direcionar a fala a um conhecido crítico musical que, há algum tempo, viralizou ao criticar a banda.

Após a rápida mensagem, as luzes se apagaram de novo, e a expectativa por um bis voltou. Dessa vez, a espera valeu a pena: a banda retornou ao palco para tocar “Black Wind, Fire And Steel”, encerrando o show com um grand finale, com Eric Adams prometendo que a banda retornará em breve.

Após o início da apresentação, no palco tudo deu certo, e o som contribuiu para que a experiência da performance fosse a melhor possível. A banda trouxe uma ambientação de palco que, embora simples, nos imergiu no espetáculo. Ou seja, uma verdadeira aula de Heavy Metal.

Infelizmente, para quem estava mais no “fundão”, a experiência ficou bastante comprometida, pois o palco do Armazém 14 não é dos maiores. Mesmo as pessoas com maior estatura tiveram dificuldades de enxergar a banda ao longo da apresentação.

Isso seria algo resolvido caso não existisse a Pista Premium (já que o Armazém 14 é uma casa pequena). Porém, é preciso lembrar que, inicialmente, o show seria no Geraldão (um ginásio, certamente maior), e que os setores anteriormente definidos como Arquibancada e Pista foram adaptados no Armazém para Pista Comum e Pista Premium, respectivamente.

Há quem reclame também do fato de o show ter durado menos de uma hora e meia, mas, sinceramente, por se tratar de um show no domingo, foi melhor que tivesse essa duração, já que muitos ali trabalhariam no dia seguinte. Mas o fato é: quem esteve presente no Armazém 14, no último dia 24 de novembro, presenciou a história do metal pernambucano sendo escrita mais uma vez.

Setlist:

Manowar
Warriors of the World United
Immortal
Brothers of Metal Pt. 1
Blood of My Enemies
Call to Arms
Sign of the Hammer
Moutains
Bass Solo/Guitar Solo
Fighting the Wotld
Kings of Metal
King of Kings
Kill With Power
Hail and Kill
Fight Until We Die
Black Wind, Fire and Steel

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