Mötley Crüe e Def Leppard – Allianz Parque, São Paulo/SP (07/03/2023)

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Mötley Crüe e Def Leppard – Allianz Parque, São Paulo/SP (07/03/2023)

Texto por Mauro Antunes
Fotos por Karoline Rocha

Fazia muito calor em São Paulo. Dia de semana, horário de trabalho na cidade que não dorme e não para nunca, então dá para se supor que não foi nada fácil o deslocamento do povo roqueiro até a zona oeste de São Paulo, mais precisamente até estádio do Palmeiras, o Allianz Parque. Ao seu entorno, existia muita gente com camisas das duas bandas, mas também pessoas vestidas socialmente e que haviam saído direto do trabalho para o evento (o que foi o meu caso). Enfim, tínhamos toda a atmosfera para uma grande noite de Hard Rock, já era o que se via ainda quando o sol batia forte antes do início dos shows.

A rápida apresentação do eterno ex-Angra, Edu Falaschi, foi apenas um aperitivo do que estava por vir. Além de uma faixa do seu mais recente trabalho, ‘Vera Cruz’, o vocalista apresentou ‘Heroes Of Sand’ e ‘Nova Era’, faixas clássicas de seus tempos de Angra. Foram apenas 30 minutos de apresentação que, para muitos foi rápido e para outros interminável por, na minha opinião, não ter seu estilo absolutamente nada a ver com as atrações principais. Sinta-se a vontade para escolher qual você se enquadra melhor.

Foram 45 minutos de espera para o início do Mötley Crüe. Enquanto isso, pausa para um lanche e a busca por um bom local na plateia, se acotovelando com todos a volta para chegar mais perto possível do palco. Pudemos notar que a pista não estava completamente lotada, mas com um ótimo número de presentes, e que os anéis superiores estavam vazios. Talvez a produção tenha liberado o acesso para pista por baixas vendas, não sabemos ao certo e, também, não nos cabe tal opinião/informação por sempre primarmos em falar sobre música e dos espetáculos propriamente ditos, nada além disso. Quem quer lacrar, cancelar ou pedir não vai encontrar nada disso no Metal Na Lata.

Finalmente, por volta das 19h30h, começou a introdução da primeira atração principal, e, posteriormente, a banda entra já emendando com ‘Wild Side’, faixa de abertura do clássico ‘Girls Girls Girls’, de 1987. E, assim, na primeira parte do show tivemos muitos hits dos anos 80, como, por exemplo, a pesada ‘Shout At The Devil’, a visceral e empolgante ‘Too Fast for Love’ e balada ‘Don’t Go Away Mad’. Só até ali, faixas que já valeriam um show completo, mas estávamos apenas no início.

Quando ‘Saints of Los Angeles’ deu o ar da graça fiquei impressionado ao ver tanta gente cantando junto uma faixa de um álbum mais, digamos assim, recente do quarteto, já que ele é de 2008. Antes do medley ‘Rock and Roll, Part 2 / Smokin’ in the Boys Room / Helter Skelter / Anarchy in the U.K. / Blitzkrieg Bop’, com uma ótima interação entre banda e público como não poderia deixar de ser, Nikki Sixx (baixo) e o novo guitarrista do quarteto, John 5 (guitarra), fizeram seus solos na extensão do palco bem ao meio do público e ali interagiram bastante com os presentes e sortudos próximos.

Após o medley, o momento mais ‘Mötley Crüe’ do show: o lendário baterista Tommy Lee tomou o microfone, foi ao meio da plateia e pediu um favor aos homens presentes: que levantassem suas garotas e que elas lhe mostrassem os seios; e sim, muitas garotas o fizeram!

Nota da Redação (leia-se Johnny Z.): Um adendo devemos comentar aqui, sem soar machista, misógino ou o raio que o parta, mas quem gosta da banda, conhece o som e as atitudes dos caras, dentro e fora do palco desde os anos 80, SABE que isso (sensualidade) FAZ PARTE de um show deles. Sentir-se ofendido por isso, após tantos anos e só agora vociferar estrume pela boca só para ganhar holofotes, me perdoem, é a mesma coisa que reclamar do Judas Priest por usar couro ou uma motocicleta no palco, e não uma bicicleta ‘vegana’. (risos). Façam-me o favor gente! Deixem de ser chatos e politicamente corretos contra antigos costumes de entretenimento que não te arrancam pedaço! Falso moralismo não cola, pois as moças que mostraram os seios na plateia, e até mesmo as lindíssimas dançarinas presentes no palco estavam lá por quatro motivos: queriam fazer aquilo, gostavam daquilo, se sentiram bem em fazer e precisavam daquilo (sendo bem pagas, pois é a profissão delas!), respectivamente. Fim de papo! Se sente machucado(a)? Poe gelol que passa ou chore a vida toda! Sim, (essa) putaria também é diversão, aceita que dói menos! E é foda pra caralho, ok? Não confunda com vulgarização explícita nojenta como vocês estão acostumados por aí. Ou você vai entrar para um convento agora?

Após esse momento ímpar, a banda emendou a clássica balada ‘Home Sweet Home’. Até o final, mais hits dos anos 80 garantiram a diversão. Vince Neil se não tem mais a mesma performance que tinha, ao menos, não comprometeu e sua icônica presença é o que um show da banda californiana pede. Não dá também para não citar as duas bailarinas/dançarinas Hannah Sutton e Ariana Rosaldo, que garantiram a diversão e uma completa experiência sobre o que significa um show de Hard Rock desse porte. De se lamentar apenas a ausência (óbvia!) de nenhuma faixa da fase John Corabi. Que show, que atmosfera, que som, que iluminação, que espetáculo fantástico!

Ah, e se você, caro leitor, ver gente falando mal do Mötley Crüe por causa do seu jeito heterossexual de ser, ignore e não dê trela, pois é isso, apenas isso, que eles querem!

Setlist MÖTLEY CRÜE:

(Intro) Requiem in D Minor, K.626 (Mozart)
Wild Side
Shout at the Devil
Too Fast for Love
Don’t Go Away Mad (Just Go Away)
Saints of Los Angeles
Live Wire
Looks That Kill
The Dirt (Est. 1981)
Guitar Solo
Rock and Roll, Part 2 / Smokin’ in the Boys Room / Helter Skelter / Anarchy in the U.K. / Blitzkrieg Bop
Home Sweet Home / T.N.T. (Terror ‘n Tinseltown)
Dr. Feelgood
Same Ol’ Situation (S.O.S.)
Girls, Girls, Girls
Primal Scream
Kickstart My Heart

Pontualmente, às 21hs30, o Def Leppard chegou e de cara ‘Take What You Want’, faixa de abertura de seu mais recente trabalho ‘Diamond Star Halos’, de 2022, um ‘hardão’ com cara de Def Leppard, bons riffs e os famosos backing vocals que creio ser a maior das marcas registradas dos britânicos. Aí, como não poderia ser diferente, começou a chuva de hits dos primórdios: ‘Let’s Get Rocked’, ‘Animal’, ‘Foolin’ (essa é um Hit com H maiúsculo!), ‘Armageddon It’, ‘Love Bites’…

Fiquei bem feliz ao ver o quanto Joe Elliott interagiu com o público, bem como a fantástica dupla de guitarristas Vivian Campbell e Phil Collen, pois ficou nítido que os caras têm a plateia na palma de suas mãos. Outra marca registrada do Def Leppard, o baterista Rick Allen dono de um carisma espetacular, não há como não o admirar por conseguir fazer o que faz com apenas um dos braços, digno de muitos aplausos. E que técnica! E que som de bateria meus caros! Qualidade ímpar!

Fazendo o chamado ‘arroz com feijão’, a banda exibiu Kick’ e ‘This Guitar’, de seu mais recente álbum ‘Kick’, que apesar de possuir boas faixas, claramente, e obviamente, não possuem um apego sentimental perante os mais clássicos que ainda estavam por vir. O momento mais esperado por este redator chegou com a dobradinha ‘Bringin’ on the Heartbreak e Switch 625’, simplesmente obrigatórias nos shows do Def Leppard, e que resgata a veia Heavy Metal que a banda praticou um dia no início de sua carreira. Duas músicas que incrivelmente se complementam.

O que dizer da sequência derradeira com ‘Hysteria‘, ‘Pour Some Sugar on Me‘, ‘Rock of Ages‘ e ‘Photograph’ que ainda não foi dito? Não tem o que errar! É para se chorar de emoção!

Quem gosta de Rock & Roll e Hard Rock especialmente, saiu emocionado do estádio! Som perfeito, estrutura impecável, bons itens de merchandising, comida e bebida fartas, clima agradável e sem chuva, tudo na mais perfeita ordem.

Parabéns à produtora Live Nation BR, a assessoria Motisuki PR, às bandas, roadies e todos os envolvidos, pois foi tudo de primeira. Uma pena apenas o estádio não estar lotado, apesar do bom público no geral, pois teríamos um espetáculo ainda mais grandioso em termos de energia. Que ainda as duas bandas tenham forças e pique para aguentar mais tempo na estrada e possamos vê-los de novo muitas vezes. Para o bem geral de todas as nações!

Obs: Infelizmente não conseguimos credenciamento para um fotógrafo, então estamos usando fotos de celular gentilmente cedidas.

Setlist Def Leppard:

Let’s Get Rocked
Animal
Foolin’
Armageddon It
Kick
Love Bites
Promises
This Guitar
When Love and Hate Collide
Rocket
Bringin’ On the Heartbreak
Switch 625
Hysteria
Pour Some Sugar on Me
Rock of Ages
Photograph

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