Sepultura – Sesc Belenzinho, São Paulo/SP (15/07/2023)

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Sepultura – Sesc Belenzinho, São Paulo/SP (15/07/2023)

Banda: Sepultura
Local: Sesc Belenzinho, São Paulo/SP
Data: 15/07/2023

Texto, fotos e vídeo por Johnny Z.

Sesc Belenzinho:

Sempre alimentar a cultura! Esse é o lema da rede Sesc em São Paulo, e temos que tirar o chapéu para todos os eventos ligados ao Rock e Metal que temos disponíveis na capital paulista a preços populares.

Sesc Belenzinho é um centro cultural localizado na cidade de São Paulo, na Zona Leste da capital que pertence a instituição privada Serviço Social do Comércio. A unidade é a maior da rede em termos de área construída e tem uma área total de 35 mil metros quadrados.

Muitas bandas já passaram pelos pelos palcos dos inúmeros Sescs na capital: Attomica, Mutilator, Dorsal Atlântica, Affront, Overdose, Krisiun, The Mist, The Troops Of Doom, Noturnall, MX, Genocídio, Torture Squad, Angra, Sepultura, etc.

Falar da infraestrutura, especificamente do Sesc Belenzinho, é chover no molhado, pois quem já foi em qualquer uma das 43 unidades do Sesc sabe que é de primeiro mundo, mas esse local propriamente dito se destaca por ter uma área relativamente grande para shows, super confortável, fácil localização, super organizada, iluminação, som e acústica impecáveis, bares, banheiros, tudo perfeito.

Provavelmente você, caro leitor, jamais verá uma linha negativa para o local, portanto parabéns a toda equipe administrativa e de assessoria do Sesc Belenzinho. Se aparecer algum show lá, nem pense duas vezes, e o melhor, o metrô é 5 minutos dali!

Obrigado Sesc Belenzinho pela parceria, atendimento e credenciamento! Sempre é um prazer imenso participar de seus eventos.

Sobre o show:

O gigante Sepultura nem tem muito que se falar do que sempre é dito: a banda é uma máquina no palco!

Nesse sábado, com uma noite fria, uma fila grande já se formava na entrada do recinto. Lembrando que o local do show é dentro do centro cultural, e as filas não ficam nem sequer perto da rua, o que já dá uma bela segurança. Mesmo com a fila, tudo fluiu rapidamente e ninguém ficou mais que dez a quinze minutos para entrar.

Pontualmente às 20h30, a banda subiu no palco com a casa praticamente lotada. Vale destacar que o “praticamente lotada” é porquê o Sesc limita o número de ingressos para o conforto de todos na hora dos eventos, portanto, mesmo cheia foi super tranquilo de curtir o show durante toda a apresentação. Sem empurra-empurra, pisadas nos pés, apertos, nada. Tranquilíssimo!

A energia que Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo) e Eloy Casagrande (bateria), ainda divulgando o excelente álbum “Quadra” (2020), sempre é digna de nota. Os caras realmente dão o sangue no palco e essa sinergia passa ao público mais rápida que osmose celular.

Incrível como as faixas mais recentes de “Quadra” caíram muito no gosto dos fãs, sendo sempre cantadas e apreciadas quase como os clássicos antigos. Veja bem, eu disse “quase”, pois a maioria dos fãs dos shows da banda hoje são já quase senhores que na adolescência pulou muito de palcos e se ‘matou’ em rodas nos shows da turnê de “Shizophrenia”, “Beneath The Remains”, “Arise”, “Chaos A.D” e “Roots” (risos), a era de ouro da banda.

Mas não pense que esses mesmos ‘senhores’ estavam no Sesc Belenzinho nesse sábado frio na capital só para tomar cerveja e assistir a maior banda brasileira de metal no mundo, os caras realmente vieram para lembrar os ‘velhos tempos’, pois a cada porrada executada eram rodas e mais rodas num verdadeiro caos ‘controlado’.

Vale destacar que todos os instrumentos estavam numa perfeição de timbre, qualidade e peso monstruosa, a cada palhetada de Andreas era como um coice de mamute no nosso peito. Já o ‘alienígena’ Eloy Casagrande deveria ser estudado em todos os sentidos, pois além do cara ser o mais técnico, perfeito e espetacular baterista que já vi em ação, o som que saia de seu espancamento causava arritmia cardíaca! Não estou exagerando!

O baixo de Paulo Jr. também estava forte, ‘grosso’ e preenchia todas as camadas com muito brilho (mesmo – na minha percepção pessoal – sempre achar que falta uma guitarra base na parte dos solos. Pode me xingar ou ‘cagar e andar’ Andreas (risos), eu sei que você não aguenta ouvir mais isso).

Derrick Green está cantando muito para o desespero dos xiitas, e sua simpatia é cativante. Mesmo estando na banda há tanto tempo, ainda falando certas coisas em português todo desengonçado e torto, é um grande cara e um grande vocalista para a banda sim. E gosto muito! Aceita que dói menos. Preferências aqui são outros 500.

Shows assim, ‘menores’, são muito mais enérgicos e muito mais intimistas, pois fica nítido que a banda se solta muito mais com o público, conversa mais, etc. Não estou falando que shows em grandes festivais isso não aconteça, mas acredito que, tanto para os músicos e público, estar próximo, sentir o suor, o calor e a adrenalina mútua altera sim o desempenho de uma apresentação. E aqui isso foi provado mais uma vez.

Com um setlist bem interessante mesclaram muito bem clássicos com material mais novo, mas o que vale ser citado – e acho isso perfeito – é terem escolhido as faixas recentes que os fãs realmente mais gostam, portanto, jogo ganho! A única que eu – e aqui é algo bem pessoal meu, ok? – teria trocado seria a faixa “Machine Messiah” por “Phantom Self”, e, também, teria acrescentado alguma do ótimo “Against”, talvez uma “Choke” ou a “Hatred Aside”. Agora, deixar “Innerself” de fora realmente me magoou profundamente (risos).

Um excelente e intimista show, com muitas piadas entre as músicas, trechos de outras músicas tocadas, como, por exemplo “Crazy Little Thing Called Love”, do Queen, antes de “Guardians Of Earth”, e um bom pedaço de “Dusted” antes da “Ratamahatta”. Poxa, deviam ter tocada ela, já que para mim é uma das melhores faixas do “Roots”! Brincadeiras a parte, logicamente sei das limitações de horário e cronogramas, e não tem como ser executado tudo o que gostaríamos.

Falando em “Ratamahatta”, vale aqui um destaque particular onde Derrick disse em português que essa música está sendo muito querida em shows nos últimos anos, mas toca-la no Brasil/São Paulo é algo que ele gosta demais pela vibe de todos pulando, cantando e gritando junto. E realmente, foi uma das melhores execuções dessa faixa que vi com Derrick e Andreas se esgoelando nos vocais juntos.

Meus Deus, o que foi “Dead Embryonic Cells” nesse show??? E tocada inteira!!! Até Andreas disse ao microfone que foi um verdadeiro caos no público e que tinha sido melhor que no dia anterior (sim, a banda tocou no dia anterior no mesmo local). “Infected Voice” foi uma bela surpresa e também um arregaço! Agora, na brilhante “Agony Of Defeat”, onde é o momento de Derrick brilhar cantando tudo e mais um pouco, serviu para preparar para a ‘Faixa de Gaza’ que viria depois. A matança de “Refuse/Resist”, “Arise” (mais caaaaaaossss!), a já citada “Ratamahatta” e “Roots Blood Roots”, que levantam até defunto tetraplégico.

Uma coisa que gostaria de confirmar, e sem puxa-saquismo nem nada, é que Andreas Kisser é hoje o MAIOR, MELHOR e MAIS QUERIDO MÚSICO/GUITARRISTA em atividade dentro do Metal/Rock nacional com vantagem vertiginosa para qualquer outro no segundo lugar. Pronto falei.

Já estou contando nos dedos para assistir ao próximo, pois assistir a um show do Sepultura sempre é garantia de satisfação! Ainda mais no ‘quintal’ de sua casa (risos). Tatuapé/Mooca rules!

Setlist:

Isolation
Territory
Means to an End
Capital Enslavement
Kairos
Propaganda
Guardians of Earth
Cut-Throat
Dead Embryonic Cells
Ali
Machine Messiah
Infected Voice
Agony of Defeat
Refuse/Resist
Arise
Ratamahatta
Roots Bloody Roots

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