Slaughter to Prevail – VIP Station, São Paulo/SP (29/03/2025)

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Slaughter to Prevail – VIP Station, São Paulo/SP (29/03/2025)

Produção: Xaninho Discos
Assessoria: LP Metal Press

Texto por Vinícius Marcel
Fotos por Roberto Sant’Anna (@roberto_santanna_fotografia)

Pela primeira vez no Brasil, a aguardada banda russa de Deathcore Slaughter to Prevail finalmente veio ao nosso país, realizando duas apresentações: na quinta-feira (27), em Curitiba/PR, e hoje (29), em São Paulo/SP. Com produção da Xaninho Discos, a banda trouxe toda a brutalidade e irreverência que conquistaram a cena metálica mundial, reforçando a relevância que ganharam ao longo dos anos.

Ativa desde 2014, o Slaughter to Prevail tornou-se uma das sensações do momento, muito por conta do vocalista Alex Terrible, que ganhou notoriedade no YouTube ao publicar covers com seu vocal extremamente cavernoso. Esse talento chamou a atenção de muitos e se consolidou na banda, que, ao lado do guitarrista Jack Simmons, desenvolveu um som único dentro do Deathcore. Esse gênero, que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, encontrou na banda uma identidade visual e performática marcante, que a diferencia de inúmeros outros nomes do metal. Mesmo com apenas dois álbuns lançados — Misery Sermon (2017) e Kostolom (2021) — além do EP Chapters of Misery (2015) e do futuro álbum Grizzly, programado para este ano, o Slaughter to Prevail já demonstrou que veio para ficar. Excursionando com grandes bandas e lotando casas de show, a banda entrega ao público tudo o que promete — e de forma avassaladora.

A casa abriu às 19h, e o evento teve como atração de abertura a promissora banda paulista de Metalcore AXTY, que iniciou sua apresentação às 20h. Assim como o Slaughter to Prevail, o AXTY vem ganhando destaque no cenário nacional, trazendo um Metalcore enérgico, pesado e repleto de breakdowns — uma escolha perfeita para abrir os trabalhos do evento. Apesar do curto set de apenas 30 minutos, o público respondeu com intensidade, abrindo rodas de mosh e agitando o tempo todo. A recepção calorosa incendiou o VIP Station, mostrando que o AXTY é, sem dúvida, um nome promissor na música pesada brasileira.

Pontualmente às 21h, após uma breve introdução, o Slaughter to Prevail iniciou sua apresentação com “Bonebreaker” (Kostolom, 2021). A violência sonora e física tomou conta do VIP Station, com um mosh intenso e ininterrupto. O mesmo ocorreu com a faixa seguinte, “Baba Yaga” (Kostolom, 2021), amplamente celebrada pelos fãs. A iluminação, sincronizada com os breakdowns, tornou o impacto da música ainda mais poderoso. Após um singelo “E aí, Brasil?!” de Alex, a banda emendou a pesadíssima “Conflict” (single, 2024). Se o clipe dessa música já instigava a vontade de sair quebrando tudo, ao vivo essa sensação foi ainda mais intensa.

Após alguns agradecimentos ao público e gritos ensurdecedores, a banda seguiu com a nova “Koschei”. Em seguida, veio um de seus maiores sucessos, “VIKING” (single, 2023), com seu final marcante — “unsatisfied primal fear” — seguido de um poderoso breakdown, em mais um momento destruidor do show.

A icônica introdução “Ladies and gentlemen, you’re listening to… Alex, the Terrible!” anunciou “Bratva” (Kostolom, 2021), seguida da inédita “Grizzly”, mantendo o público em frenesi absoluto. Mas o ápice da insanidade veio com “Hell” (Chapters of Misery, 2016), transformando o VIP Station literalmente em um inferno. E, por falar em caos, o público brasileiro se destacou não apenas pela energia, mas também pela criatividade: entre os presentes, havia fãs fantasiados de Jesus, Goku, Pikachu e até uma banana, adicionando um toque de surrealismo ao espetáculo.

O massacre sonoro continuou com “1984” (single, 2022), seguida por “I Killed a Man” (Kostolom, 2021), outro verdadeiro rolo compressor do repertório da banda. Já se encaminhando para o final, tocaram os singles mais recentes, “Behelit” e “Kid of Darkness”.

No bis, veio a música que realmente projetou a banda: “Demolisher” (Kostolom, 2021). A resposta do público foi imediata — o VIP Station se transformou em um verdadeiro campo de guerra, com um mosh avassalador e incessante. Assim, o Slaughter to Prevail encerrou sua apresentação após pouco mais de uma hora, deixando a plateia completamente exaurida, mas satisfeita.

Sem dúvidas, o Slaughter to Prevail deixou o Brasil com uma excelente impressão. Mesmo com um set relativamente curto, a intensidade da performance e a resposta do público foram tão esmagadoras que o tempo simplesmente pareceu voar. Tudo aquilo que se vê nos vídeos da banda se confirma ao vivo — um verdadeiro atropelo sonoro. E essa energia já estava presente desde a apresentação do AXTY, com o público sedento por brutalidade sonora. Foram atendidos em todos os aspectos. Que voltem logo ao Brasil!

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