Slayer – “Reign in Blood” (1986)
Def Jam Records | Geffen Records
#ThrashMetal
Para fãs de: Exodus, Venom, Sepultura, Death Angel
Nota: 10
Todos os fãs de metal conhecem o Slayer, uma das bandas mais conhecidas de todos os tempos e tidos como a mais pesada dentro do “Big Four” do Thrash Metal (Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax). Eles trilharam uma carreira com álbuns sólidos, as vezes tirando um pouco o pé do acelerador, mas nunca se afastando do estilo que ajudou a marcá-los na história da música.
Os dois primeiros álbuns da banda, “Show No Mercy” (1983) e “Hell Awaits” (1985) soavam mais brutais e explosivos do que os discos lançados na mesma época por bandas como Metallica e Anthrax. Com isso eles levaram o nível um degrau acima no quesito de letras satânicas e que espirravam sangue, abrindo caminho para o Death e Black Metal. Mesmo assim, foi com o terceiro disco, “Reign In Blood”, hoje comemorando 35 anos, que a banda alcançou um novo patamar artístico e comercial, e se tornou uma referência para o Thrash Metal mundial.
Lançado no dia 7 de outubro de 1986, o renomado produtor Rick Rubin teve a intenção de trazer as guitarras agressivas e a bateria insana de Dave Lombardo em primeiro plano, o que levou a curta duração do álbum (como também os problemas de interferência da gravadora durante o processo) e a violência que foi além do peso. Rubin disse ao Slayer que eles tinham total liberdade criativa para o álbum, então eles estenderam seus limites e escreveram suas letras mais diretas, contundentes e violentas até aquele momento.
Toda a atitude da banda emanava vibrações ruins e polêmicas, começando pela primeira faixa. “Angel of Death” fala sobre o médico nazista Josef Mengele, e que tem logo em sua primeira palavra o grito “Auschwitz”. No entanto nem o autor da música, Jeff Hanneman, nem o vocalista Tom Araya se preocuparam com o que era falado a respeito da faixa (Hanneman defendeu a letra dizendo: “não precisamos dizer que ele é um cara mau”).
Eles também atacaram a religião em “Jesus Saves”, cantaram sobre assassinatos sádicos em Piece By Piece”, guerra biológica em “Epidemic” e o ocultismo em “Altar of Sacrifice” e “Rainning Blood”. Em entrevista ao site Loudwire Kerry King (guitarrista) comentou: “Sempre fomos os bandidos. Liricamente, nós escrevemos sobre merdas sobre as quais ninguém mais vai escrever. Nós nos consideramos os bandidos há muito tempo. Eu não me importo com isso. É quem eu vejo em um filme. Estou sempre torcendo pelos bandidos. ”
Reign in Blood estrou na posição 127 do Top 200 da Billboard, e algumas semanas depois foi para a posição 94. O álbum recebeu ótimas impressões da maioria dos veículos de metal, e muitas revistas de guitarra elogiaram a dupla King/Hanneman por seus ritmos e solos confusos.
É uma missão praticamente impossível selecionar as músicas que se destacam nesse petardo, já que recomendamos que ele seja ouvido por completo, mas se você nunca ouviu falar de “Angel of Death” ou “Rainning Blood”, talvez devesse procurar mais a respeito do disco e das faixas, antes de ser chamado de poser (ironia). O álbum, que contava com 10 faixas no lançamento, foi relançado em 1998 com duas faixas bônus, “Aggressive Perfector” e um remix de “Criminally Insane”.
Reign in Blood continua sendo um dos melhores álbuns de todos os tempos, mostrando ao mundo o verdadeiro Thrash Metal e, mesmo 35 anos tendo se passado e a banda ter encerrado suas atividades, a importância desse disco é mais do que relevante. É a melhor forma de demonstrar a agressividade em forma de música. Perfeito!
Lucas David