Summer Breeze Brasil (30/04/2023)
Dia 2 (Domingo)
Hot Stage: Krisiun, H.E.A.T, Testament, Kreator, Parkway Drive
Ice Stage: Grave Digger, Bury Tomorrow, The Winery Dogs, Avantasia
Sun Stage: Velvet Chains, Project46, Finntroll, Beast in Black, Napalm Death, Stratovarius
Waves Stage: Bittencourt Project, Vixen, Simone Simons (palestra), Electric Gypsy, Sinistra, Evergrey
Local: Memorial da América Latina, São Paulo/SP
Produção: Free Pass Entretenimento, Roadie Crew e Summer Breeze
Assessoria: Agência Taga
Texto por Johnny Z. e Gustavo Maiato
Fotos por Johnny Z., André Tedim e Leandro Almeida


KRISIUN:
Texto por Johnny Z. | Fotos por André Tedim e Leandro Almeida
Segundo dia, corpo cansado do dia anterior, mas bora pro Rock! Ou melhor, bora para a porradaria, já que o Death Metal dos gaúchos do Krisiun é similar a um caminhão Scania sem freio e em descida íngreme!
Já perdi as contas de quantos shows já vi do trio, mas deve ter passado de 18 facilmente, e me orgulho de ter visto eles em shows divulgando todos seus lançamentos desde os primórdios. E em TODOS eu saí (moído) com sorriso de orelha a orelha
No Summer Breeze não foi diferente, e mesmo com o sol castigando a todos – e com número pequeno de fãs (mas numerosos em sua essência) – tivemos o que eles NUNCA deixaram de fazer: dar uma aula de Death Metal, selvageria e brutalidade.
É um pouco estranho vê-los num show aberto e de manhã, mas isso não estragou em nada a apresentação, somente o calor mesmo parece que deixou o público ‘de boa’, contendo-se para o restando do festival.
O som estava, da mesma forma que o dia anterior, muito alto e a bateria realmente mais alto que tudo, mas logo isso foi arrumado e tudo caminhou para a normalidade. Logicamente, algumas rodas se formaram, e Alex Camargo (vocal/baixo), como de costume, agradeceu por diversas vezes todos os presentes pelo respeito e estarem ali logo cedo prestigiando-os. Vale um comentário a parte: Alex é atualmente um baita frontman e um dos melhores vocalistas de Death Metal do mundo.
Fizeram um show correto, com alguns leves probleminhas na guitarra de Moysés ao final da apresentação, mas nada que atrapalhasse a magnitude desses caras. A relevância e importância desses irmãos estão acima de qualquer coisa, e nada os abalam.
Moysés Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria), eu não vou cansar de dizer que SÃO EXTRATERRESTRES! Não tem explicação sem ser essa!
A única coisa abalada foram as estruturas do Memorial da América Latina e os ouvidos dos vizinhos que – no dia seguinte – reclamaram para todos os cantos do barulho. Fiquei contente, se os vizinhos reclamaram significa que obtivemos êxito (risos).
Destaque? Muitos! A sempre certeira “Descending Abomination”, a ultrajante “Scourge Of The Enthroned”, as pauladas onipresentes em todos os shows “Combustion Inferno” e “Blood Of Lions”, uma das melhores músicas da banda na minha opinião, a magistral “Necronomical” (que eu ainda estava esperando pela oportunidade de um dia vê-la), o brutal cover de “Ace Of Spades” (Motorhead) e o inferno na terra com “Hatred Inherit” fizeram “quase” totalmente a alegria dos presentes. Digo quase pois “Black Force Domain” deveria voltar ao setlist, pois essa é quase uma unanimidade dos fãs de Krisiun. Pecado hein meus queridos, tragam-na de volta urgente!
Setlist:
Dawn Sun Carnage (Intro)
Ravager
Swords Into Flesh
Descending Abomination
Scourge of the Enthroned
Combustion Inferno
Blood of Lions
Necronomical
Apocalyptic Victory
Serpent Messiah
Ace of Spades (Motörhead cover)
Hatred Inherit











GRAVE DIGGER:
Texto por Johnny Z. | Fotos por Leandro Almeida
Assistir a essa instituição do Heavy Metal (tudo bem que atualmente está mais para um Epic Power Metal que somente o Heavy Metal tradicional que a consagrou) não foi uma das tarefas das mais fáceis, pois o sol e o calor estavam realmente castigando sem dó nem piedade.
Outros pontos difíceis foram os problemas técnicos, um com o microfone do vocalista e único remanescente da formação original Chris Boltendahl, deixando simplesmente ou inaudível ou sumindo o tempo todo, e a bateria de Marcus Kniep que praticamente explodia nossos ouvidos num grave ensurdecedor (da mesma forma que os primeiros shows do dia anterior).
O restante do quarteto completado por Jens Becker (baixo) e Axel Ritt (guitarra) se matavam ali para ‘cobrir’ esses problemas da forma mais natural possível, mas eu notei certa apreensão em seus rostos. Foram praticamente as três primeiras músicas nessa pegada, causando certo impasse no público que gritava e gesticulava para a banda e os técnicos na parte traseira do evento, mas em vão. Foi somente em “Dia de Los Muertos” que enfim a coisa meio que se normalizou.
Estragou um pouco? Sim, mas gente… estamos falando da porra do Grave Digger!!! Uma das instituições mais relevantes do Heavy Metal do mundo e que criou uma obra que deu uma verdadeira surra na cena da época chamada “Heavy Metal Breakdown”!!!
Meus queridos, após tudo ‘se normalizar’ o que se viu foi outra aula no dia! Ninguém nem lembrava mais dos problemas do início, pois Chris comandou tudo com tanto afinco, dedicação e paixão que até os que não estavam ali para vê-los chegaram mais perto, curtiram e aplaudiram.
Muitas pessoas reclamaram do guitarrista Axel Ritt, mas eu sinceramente não tenho queixas e gostei muito da pegada mais Zakk Wylde dele, com bastante peso, e isso eu gostaria de estender a toda banda, pois estava visceral e pesadíssima no palco! Pura empolgação!
“Excalibur”, “Rebellion (The Clans Are Marching)” contando com a mascote Reaper na gaita de fole, e “Heavy Metal Breakdown”, que só elas já valeriam a parcela do ingresso pago, encerram o espetáculo! Mesmo com problemas técnicos, foi insano!!!
Setlist:
Lawbreaker
Hell Is My Purgatory
Ballad of a Hangman
Dia de los Muertos
The House
The Dark of the Sun
Highland Farewell
Healed by Metal
Excalibur
Rebellion (The Clans Are Marching)
Heavy Metal Breakdown



















H.E.A.T:
Texto por Johnny Z. | Fotos por Leandro Almeida
Outra atração do Summer Breeze que eu estava ansioso para assistir, pois me agrada demais essa sonoridade Hard Rock com peso, a famosa Hard N’ Heavy, e bandas como Eclipse, Heat, e o nosso Marenna – que deveria estar por merecimento e qualidade nesse evento, por exemplo, me representam demais.
Com saída de Erik Grönwall (que foi para o Skid Row), a volta do empolgado Kenny Leckremo – vocalista original da banda – após dez anos fora, me provou que o Heat sabe realmente escolher seus vocalistas. Como esse cara canta e tem uma presença de palco que me lembrou um Bruce Dickinson dos anos 90.
Seu set foi empolgante do começo ao fim, super dinâmico, qualidade impecável e nítida de qualquer lugar do público. Vale ressaltar que a grande maioria dos shows tinham qualidade excelente em pontos diferentes, mas o Heat foi algo impressionante nesse quesito.
Público, com muitos à caráter achando que estavam numa Sunset Strip nos anos 80 e outros que nem se incomodavam que estavam destoando do mundo (risos), cantou todas as músicas e essa energia foi notada rapidamente pelos músicos. Interessante que Kenny cantou as faixas que eram originalmente de Erik (maioria no set) de uma forma que ele poderia facilmente se apropriar delas! Incrível!
Dave Dalone (guitarra), Jimmy Jay (baixo) e Don Crash (bateria) parecem uma máquina regulada precisamente, mas Dave se mostrou um BAITA guitarrista e com uma técnica fora da curva. “Beg Beg Beg” prova tudo isso que eu disse!
O calor ainda estava castigando geral, mas ninguém nem prestou atenção nisso e se soltou como se não houvesse amanhã, já que a sinergia de banda/público estava no nível máximo!
“Back To The Rhythym”, que abriu o show com os dois pés na porta, seguida por “Dangerous Ground”, “Rock Your Body” e a bem AOR “Come Clean” ganharam o público de uma forma que nem se tocassem depois apenas lados B seria um pecado. “Living On The Run” e “A Shot At Redemption” fecharam de forma apoteótica uma apresentação cheia de energia, envolvente e vibrante!
Hard N’ Heavy de primeira linha, e se você gosta de guitarras explodindo nos falantes eis a sua banda nesse estilo. Grande show e, com certeza, um dos melhores do evento! Vamos torcer para a banda voltar para um show ainda maior muito em breve… acredito que não vá demorar!
Setlist:
Back to the Rhythm
Dangerous Ground
Rock Your Body
Come Clean
Redefined
Hollywood
One by One
Solo de guitarra
Beg Beg Beg
1000 Miles
Living on the Run
A Shot at Redemption
















PROJECT 46:
Texto por Johnny Z. | Fotos por Leandro Almeida
Consegui assistir um pouco do show do Project 46 e meus amigos, o bagulho é pesado! Pesado DEMAIS!!!
Foi o primeiro show que assisti da banda, e sabia que que os caras colocavam o peso das guitarras lá nas alturas, mas eu me espantei que ao vivo o negócio tende a te cortar por dentro de tão brutal que é!
Rifferama brutal e groovada de Vini Castellari e Jean Patton que dava para ouvir quase que do outro lado do Memorial, na rampa de subida para o Sun Stage já dava para se ouvir a porradaria!
Muita gente se aglomerava, pulava, gritava e me provou que a banda tem um público muito fiel, que cantava todas suas músicas (todas em português) e até os palavrões – um pouco exagerados ao meu ver – vomitados pelo vocalista Caio MacBeserra, que canta e grita muito! Sem contar as inúmeras rodas. Uma beleza de se ver essa interação e sinergia entre banda e público.
Definir como Metalcore é completamente errado, da mesma forma que citar New Metal, mas acredito que sua sonoridade – para quem ainda não conhece – gira em torno de um Brutal Groove Metal com pitadas de metalcore por causa dos gritos incessantes (risos).
Adorei o que vi, vou procurar mais material sobre a banda (sim, eu só conhecia de nome e pouco tinha ouvido antes desse dia), mas o mais legal é que, em breve, esse show teremos disponível para audição, já que a banda comentou lá na apresentação no dia que estava gravando tudo para um futuro álbum/lançamento ao vivo. Grata surpresa para mim! Showzão!
















BURY TOMORROW:
Texto por Lucas David | Fotos por Leandro Almeida
Começando o show pontualmente às 14h10, o Bury Tomorrow apresentou seu Metalcore pela primeira vez no Brasil, com músicas que foram perfeitamente executadas, e apesar do calor que fazia, a banda resistiu e agitou todos que acompanhavam a apresentação. A banda tem uma dinâmica que divide os vocais mais guturais/berrados de Daniel Winter-Bater com os limpos de Tom Prendergast, que também assume as funções de teclado e percussão.
A banda tocou músicas do seu mais recente álbum, “Seventh Sun”, que foi lançado em março deste ano, e a essa altura já estavam na ponta da língua dos presentes. Outras faixas mais clássicas como “Earthbound” (a melhor do show para esse que vos escreve), “Cannibal”, “Choke” foram tocadas e cantadas por todos, assim como “Death ‘(Ever Colder), que finalizou a apresentação.
Mesmo não sendo uma banda tão nova, tendo surgido em 2006, muitos da “velha guarda” acabaram não se interessando pelo show, e muitos aproveitaram também para descansar já que o Testament começaria na sequência no palco ao lado. Infelizmente para esses, perderam um show com uma energia incrível, com músicos excepcionais, ótimos solos de guitarra e breakdowns de partir o pescoço, com o vocalista Daniel agitando, correndo pelo palco e chamando todos para cantarem juntos.
A banda levou 17 anos para chegar em terras brasileiras, e entregou tudo aquilo que os fãs esperavam, prometendo ao final da apresentação retornarem para o show solo, o que deixou muitos alegres.
A parte boa de um festival é certamente poder conhecer mais bandas, diferentes da que já é acostumado a ouvir e ser surpreendido por elas. Eu conhecia apenas algumas faixas da banda, e ao final essa foi a apresentação que mais me impressionou, então, ponto para o Bury Tomorrow.
Setlist:
Boltcutter
Black Flame
Abandon Us
Earthbound
Life (Paradise Denied)
Begin Again
The Age
Cannibal
Choke
Death (Ever Colder)
TESTAMENT:
Texto por Johnny Z. | Fotos por Leandro Almeida
Tenho muito prazer em cobrir um show do Testament, grudado na grade já que é uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos junto ao Exodus e Metallica, não tem preço.
Chuck Billy (vocal), Eric Peterson (guitarra), Alex Skolnick (guitarra), Steve DiGiorgio (baixo) e o novo baterista Chris Dovas, entregaram exatamente o que os fãs queriam: Thrash sem frescura e sem muito bla bla bla.
Após a introdução em playback da martelada chamada “Catacombs”, que se vocês escutarem a faixa “Legions (In Hiding)”, do álbum “Low” (1994), vão notar que é a repetição do mesmo riff de guitarra inicial (risos), entraram mesmo embaixo de sol com “Rise Up”. Tal faixa, por conta de sua letra, acredito que hoje é perfeita para abertura de seus shows, fazendo todos se matarem logo de cara.
O som não estava muito alto em relação aos outros shows anteriores, inclusive o microfone do gigante Chuck – sim de perto o bicho também é grande! – deu alguns probleminhas rapidamente sanados, e acredito que o pessoal lá atrás não deve ter gostado muito, mas ali na frente para mim estava ótimo e meus ouvidos agradeceram depois de “seguidos espancamentos” nesses dois dias (risos).
Num set list bem equilibrado, metade material mais recente e metade clássicos, mesmo sendo curto, deu conta do recado, pois estavam ali presentes algumas queridinhas de todos. Faltaram clássicos? Muitos, mas tirar “Disciples Of The Watch” do setlist deveria ser passível de multa em contrato. Mancada hein gente!
A guitarra de Erik Peterson não estava tão alta, e isso me chateou um pouco, pois aquele peso ‘ogro’ e único da sua mão direita fez falta, mas mesmo assim vê-lo em ação junto ao mestre Alex Skolnick sempre devemos agradecer e enaltecer a oportunidade, não é mesmo? Esses dois, junto a Gary Holt e Rick Hunolt (ambos da formação clássica do Exodus) deveriam ter suas mãos esculpidas em ouro presas na ponte Golden Gate (entendedores, entenderão).
Agora Steve DiGiorgio – o maior baixista de Thrash Metal do mundo (junto ao saudoso Cliff Burton) – deu um show em todos os sentidos. O cara é um monstro, com uma simpatia e humildade fora do comum, sempre brincando e interagindo com todos ali na frente.
“Children Of Next Level”, única do mais recente álbum “Titans Of Creation” (2020), mostrou que tem um grande potencial para se tornar – quem sabe – uma “Disciples Of The Watch” do novo milênio! Sua intensidade, energia e vigor ao vivo são bem similares. Agora, “DNR” e “3 Days In Darkness”, seguida da (outra) cacetada “The Formation Of Damnation” nunca deveriam sair do setlist, pois é o momento de bater no amiguinho ao lado. Inclusive nessa última tivemos um wall of death no meio da pista normal a pedido de Chuck, mas infelizmente não consegui ver direito. Seu pedido é uma ordem, aliás, Chuck fala, público obedece seja lá o que for, o cara tem a plateia na mão, também aquele tamanho e vozeirão todo, quem encararia discordar? (risos)
Agora meus amigos, “Over The Wall”, “Into The Pit” e “Alone In The Dark”, a trinca que finalizou a apresentação eu acredito que tenha dado PT (não seus bobos babacas, não é o partido político) em muita gente!
Senti falta de “Disciples Of The Watch”, já falado, algo do “Practice What You Preach” – talvez uma “Sins Of Omission”, e “Electric Crown” (essa faz tempo que não é tocada, mas eu continuo sonhando), do lado de material mais novo eu incluiria aí “True American Hate”, “Native Blood” ou até mesmo algo do esquecido “Brotherhood Of The Snake”, como “The Pale King”, por exemplo. Mas não dá para agradar a todos, e o tempo era curto mesmo.
Para finalizar, devemos pesar a falta/saída de Dave Lombard (ex-Slayer) da banda? Sim e não. Chris Dovas (Seven Spires, FireWing) é um IGNORANTE! Como esse cara tocou, martelou e esmurrou a bateria, mostrando uma precisão inacreditável, não tinha como mensurar! O Testament sempre teve grandes bateristas, mas esse cara vai marcar sua passagem em questão de pouquíssimo tempo! Jesus Cristo que cara fantástico!
Setlist:
Catacombs (Intro)
Rise Up
The New Order
The Preacher
Children of the Next Level
D.N.R. (Do Not Resuscitate)
3 Days In Darkness
The Formation of Damnation
Over the Wall
Into the Pit
Alone in the Dark





















THE WINERY DOGS:
Texto por Lucas David | Fotos por Leandro Almeida
Como se funcionasse como uma “pausa” entre dois shows de Thrash Metal (mesmo sem ter sido a intenção) o The Winery Dogs iniciou sua apresentação no Ice Stage pontualmente às 16h20, trazendo um show incrível do supergrupo formado por Richie Kotzen (ex-Poison) no vocal e guitarra, Billy Sheehan (ex-David Lee Roth) no baixo e backing vocals e Mike Portnoy (ex-Dream Theater) na bateria e backing vocals.
Durante a apresentação o que se notava não eram mosh pits, pessoas batendo cabeça ou pulando, e sim todos de queixo caído e olhos atentos no show e desfile de técnica que acontecia no palco. Com um setlist que passou pelos três álbuns da banda o Winery mostrou porque são um dos nomes mais em alta ultimamente, seja pela técnica vocal, surpreendente, e solos mais do que inspirados de Kotzen, pelas linhas de baixo absurdas de Billy, que merece um certo destaque já que faz coisas que muitos não acreditavam que poderiam ser feitas, ou pelas viradas e quebradas que Portnoy apresenta e ajudam a elevar ainda mais a energia.
Outro ponto a se destacar é o entrosamento que a banda tem, já que todos tocam com a mesma vontade, a mesma pegada e dispostos a dar o melhor de si na apresentação. Isso certamente ganha mais pontos com o público que acompanhou e cantou todas as músicas, sendo o destaque, para mim, “I’m no Angel” e “Elevate” que finalizou o show.
Setlist:
Gaslight
Xanadu
Captain Love
Hot Streak
Breakthrough
The Other Side
Stars
I’m no Angel
Desire
Oblivion
Elevate



















NAPALM DEATH:
Texto por Johnny Z. | Fotos por Leandro Almeida
O êxodo entre palcos foi grotesco! Muitos do Sun Stage saiam para o Ice Stage, e todos do Ice Stage tentavam correr para o Sun Stage. Resultado: Caos na passarela!
Agora confesso que a ausência de Shane Embury (baixo) deu uma brochada em muita gente, inclusive em mim, um grande fã da banda. Substituído por Matt Sheridan (roadie) foi explicada por Barney Greenway (vocal), dizendo que Shane tinha passado mal e não conseguiria se apresentar.
Metade do set foi dedicada ao material mais recente da banda, “Narcissus”, do excelente EP “Resentment Is Always Seismic – A Final Throw Of Throes” (2022), deu início a violência, seguindo-se por “Backlash Just Because”, “Fuck the Factoid” e “Contagion” vindas do mais recente álbum “Throes of Joy in the Jaws of Defeatism” (2020), onde todos assistiam a banda até que de forma civilizada, já que são – digamos assim – experimentais para os fãs mais antigos do grupo.
Não faltaram discursos políticos e contra religiões, xingamentos gerais a vocês sabem quem por parte do público (gente, o cara é um lixo? Sim, mas virem a página!), mas clássicos como Lucid Fairytale”, “Scum”, “The Kill” e as sempre matadoras “Suffer The Children”, “Mentally Murder”, “Unchallenged Hate” e “You Suffer”, se mesclavam a novas faixas que mantem o pique dos reis do grindcore lá em cima!
John Cooke (atual guitarrista ao vivo) da conta do recado? Sim, muito, mas sentir falta de Mitch Harris é quase uma unanimidade e obrigação.
Não foi um dos melhores shows da banda no Brasil, mas não fizeram feio, pelo contrário, deram conta do recado como sempre, e ver Barney berrando como nunca e correndo desengonçado feito um cara que acabou de ter um ataque epiléptico somado a um AVC de proporções quase fatais no palco, e as marretadas de Danny Herrera, sempre é bom demais!
“Nazi Punks Fuck Off” e “Siege Of Power” arrebentaram o pouco de vida que tinha neste ser humaninho aqui! Meu corpo já não atinava direto de tão cansado, mas aguentei ficar até o último instante, indo para casa sem nem pensar duas vezes depois (risos)
Setlist:
Narcissus
Backlash Just Because
Fuck the Factoid
Contagion
Lucid Fairytale
Everyday Pox
Invigorating Clutch
Scum
Throes of Joy in the Jaws of Defeatism
Amoral
The Kill
Suffer the Children
When All Is Said and Done
Mentally Murdered
Unchallenged Hate
You Suffer
Smash a Single Digit
Dead
Nazi Punks Fuck Off (Dead Kennedys cover)
Siege of Power
STRATOVARIUS:
Texto por Gustavo Maiato | Fotos por Leandro Almeida
Se o power metal estava bem servido no Summer Breeze Brasil, o prato principal era o Stratovarius. A banda finlandesa passou longe de fazer feio e encantou o público que lotava o Sun Stage. Hits eternos como “Eagleheart”, “Father Time”, “Black Diamond” (a melhor da noite) e “Hunting High And Low” botaram todo mundo para cantar e até quem apenas passava pelo palco em direção a outra atração se pegava cantarolando as melodias.
Na plateia, famosos como Fernanda Lira (Crypta) e Rikard Zander (Evergrey) foram avistados curtindo o show e isso mostra que o Stratovarius é cultuado até mesmo por artistas de outros estilos. O problema, entretanto, é que a banda errou no setlist. Muitas músicas recentes que não são sucessos esfriaram o povo, como a fraca “Survive” (que abriu o show) e “World on Fire”.
Uma aposta que se mostrou acertada foram as baladas. A triste e bela “Forever” conseguiu arrancar um grande coro dos presentes e “Winter Skies” também emocionou. Por outro lado, não havia necessidade de ter um solo de teclado de Jens Johansson. Só o solo de baixo de Lauri Porra já estava de bom tamanho.
Alternando momentos bons com ruins, o show do Stratovarius teve sim saldo positivo. Apresentações em festivais, entretanto, não podem se dar ao luxo de errar. Mesmo que o público tenha esfriado em certos pontos com certeza o clima era de vitória e o fator nostalgia falou alto em São Paulo.












KREATOR:
Texto por Johnny Z. | Fotos por Johnny Z. e Leandro Almeida
Simplesmente um espetáculo visceral de Thrash Metal e visual catártico, caótico e brutal como de costume para os professores da porradaria teutônica alemã!
Show do Kreator é sempre não tem erro, sempre você sai ‘machucado’ e sorrindo, e neste segundo dia não foi diferente. Foi, sem sombra de dúvidas, a maior e melhor qualidade sonora de todo o festival, beirando a perfeição de uma gravação em estúdio de tão cristalino que estava o negócio!
E o que falar do palco? A banda trouxe toda a parafernália pirotécnica (a primeira até então), pano de fundo, mascote inflável, decoração de palco assustadora com cadáveres enforcados, cortina com o gigantesco logo, etc., tudo que tinha de direito (e dever!), para nós meros mortais e súditos.
Se você ler por aí alguma coisinha negativa, seja ela a menor possível, sobre este show, a pessoa não sabe o que fala, não gosta e está somente cumprindo tabela para ganhar confete ou lacração. Foi P-E-R-F-E-I-T-O!
Ainda era final da tarde, o calor e o sol já tinha dado trégua, eis que Mille Petrozza (vocal/guitarra), Jürgen “Ventor” Reil (bateria), Frédéric Leclercq (baixo) e Sami Yli-Sirniö (guitarra) entraram arregaçando com a faixa título do mais recente álbum, “Hate Über Alles”.
Era impressionante o tanto de público presente nessa hora e a banda deu tudo aquilo que essa trupe louca e maníaca queria: agressividade e violência! Mille com sua simpatia peculiar onde consegue mostrar carinho e ódio ao mesmo tempo (risos), conversou e brincou muito com o público, pedindo para os fãs do Kreator agitar muito, e, também, os fãs do Avantasia que estavam esperando no palco ao lado sem dar atenção aos mestres do caos, em momentos muito inesquecíveis de engraçados.
A roda mais violenta do festival surgiu no meio da pista normal (na vip o pessoal estava mais preocupado em filmar e/ou assistir ao show, vai entender), e essa sinergia passou-se rapidamente ao grupo a cada nota.
Mille dispensa comentários, o cara pode citar uma receita de bolo de padaria no palco que vai ser ovacionado numa espécie de líder religioso que pode falar qualquer abobrinha que o povo aceita sem perguntar (risos). Fora a mão direita do cara que é de respeito! Ventor (batera) é monstro, um dos pilares do Thrash europeu que só a presença dele ali parado valeria todo o cachê do Avantasia nem 20 anos. Sami Yli-Sirniö (guitarra) sempre foi correto, as vezes burocrático, no palco, mas nesse show ele se soltou bastante e mandou muitíssimo bem, agora, Frédéric Leclercq (baixo) foi – para mim – o grande destaque pontual de toda apresentação. Toca MUITO, agita MUITO, um verdadeiro lunático no palco, que me faz pensar seriamente se não é o melhor baixista que a banda já teve!
Destaco de bate e pronto “People Of The Lie”, “Enemy Of God” (cantada por todos), “Phobia”, “Satan Is Real” (essa as labaredas para quem estava próximo do palco como eu queimou até alma), “Flag Of Hate” (com a bandeira e bla bla bla que vocês já sabem, pois em todo show tem isso), as melhores de todas no set “Violent Revolution” e “Pleasure To Kill”, que quebraram todos os presentes de uma forma que a cicatrização dos ossos vai demorar mais do que o normal.
Achei um pouco curto o setlist dos alemães, mas pode ser que a intensidade tenha me colocado em modo 2x (risos). Show impecável, e, caso você – nobre leitor – tenha perdido, pode se revoltar, culpar, ajoelhar no milho, cortar os pulsos, fazer textão no “feice”, ou seja, não importa, você SE F&*@*! (risos)
Setlist:
Hate Über Alles
People of the Lie
Enemy of God
Phobia
Satan Is Real
Hordes of Chaos (A Necrologue for the Elite)
666 – World Divided
Flag of Hate
Violent Revolution
Pleasure to Kill



















AVANTASIA:
Texto por Gustavo Maiato | Fotos por Leandro Almeida
A missão de encerrar a noite no Ice Stage coube ao Avantasia e seus inúmeros convidados. Tobias Sammet contou com nomes de peso como Eric Martin, Ralf Scheepers, Ronnie Atkin e Bob Catley, que se revezaram entre hits como “Twisted Mind”, “Scarecrow” e “Sign of the Cross” e músicas novas como “Book of Shallows” e “The Wicked Rule The Night”.
Os pontos positivos ficaram com as participações acertadas (Ralf Scheepers mandou muito bem segurando os agudos de “Reach Out For The Light”, por exemplo) e também com a naturalidade de Tobias, que fez piadas e conversou com a audiência o tempo todo. Ele precisou até mesmo contornar um pequeno problema técnico que ocorreu na bateria de Felix Bohnke e começou a elogiar a performance do músico para desviar a atenção.
Ainda que tenha apresentado um set reduzido em função do formato de festival, o Avantasia tem enorme mérito de ter segurado o público até o final. Isso prova por A + B que há vida além de figurões como Metallica e Iron Maiden e os fãs estão sim interessados em bandas que não sejam essas clássicas.
Ainda deu tempo de Tobias deixar o palco para que Herbie Langhans assumisse o vocal principal em “Shelter From The Rain”, que originalmente é na voz de Kiske, mas que ao vivo era interpretada pelo saudoso Andre Matos. Já Eric Martin foi um dos convidados mais divertidos da noite e brilhou em “Dying For An Angel”.
Um dos momentos mais icônicos do show foi em “Farewell”, com participação de Adrienne Cowan, que fez todo mundo levantar as mãos ao som da balada. Já a outra mulher do show, Chiara Tricarico, estreou no Avantasia e fez um belíssimo dueto com Catley em “The Story Ain’t Over”. Falando sobre o projeto de Tobias, ele conseguiu demonstrar que pode contar com um rodízio de convidados e não ficar preso aos tradicionais Michael Kiske e Jorn Lande (embora eles tivessem caído como uma luva também).
Infelizmente, da mesma forma que no dia anterior, não conseguimos cobertura de alguns shows (Parkway Drive foi um deles), principalmente no Waves Stages, e antes que algum espertinho metido a dono de “patente que só ele acha que tem” venha falar asneira como, por exemplo, que “só cobrimos medalhões”, eu digo que NISSO eu, Johnny Z., errei por não ter pedido credenciamento para outras pessoas do site. Se tivéssemos em maior número tudo seria coberto. Podem ver que algumas pessoas participaram das resenhas, pois eu mesmo não consegui percorrer tudo que gostaria. Reclame menos, faça mais!
MELHORES SHOWS na opinião de Johnny Z.: Blind Guardian, Skid Row, Sepultura, Project 46, Accept, Kreator, H.E.A.T e Testament
O QUE MELHORAR PARA 2024:
Sim, teremos Summer Breeze em 2024, já confirmado pela produção, e além de todos elogios à organização, logística, local, cast, etc, como já foi citado nos dois textos, gostaria de pontuar algumas poucas ‘críticas’ construtivas para o ano que vem:
1- Banheiros químicos próximos/ao lado de onde o público assiste aos shows no início do festival sem problemas, mas o cheio de urina que ficou mais para o meio da tarde e final da noite foi quase impossível de se aguentar. Talvez uma outra localização seria o ideal, ou até mesmo (viajando alto agora, ok?) uma parceria com a Prefeitura de São Paulo para ter banheiros construídos, de alvenaria mesmo, já pensando sempre na locação do espaço para grandes eventos.
2- Ordem das bandas: Colocar Accept no Sun Stage e Stone Temple Pilots no Ice Stage defenestrou o bom senso.
3- Uma única entrada lateral pela direita para a pista premium, dando acesso ao Ice Stage e Hot Stage, não foi uma boa ideia, pois o pessoal que não quer acabou de ver um show no Ice Stage e não quer ver o outro no palco ao lado se chocava violentamente, criando verdadeira faixa de gaza. Após o show do Viper/Shaman, ir até o palco ao lado e assistir ao Skid Row – como citado no primeiro texto – não foi nada fácil, e não sei como ninguém saiu ileso daquilo. Era assustador, esmagador, para dizer o mínimo. Se tivéssemos outra saída pela esquerda NADA disso aconteceria.
4- Compra de cartão para alimentação: A ideia é ótima, mas pagar os valores que lá estavam sendo cobrados para as coisas (e entendo o motivo disso), e ter que PAGAR mais R$ 7,00 só par TER O CARTÃO – mesmo o trocando ao final do evento por água (eu não sei, não usei, mas me falaram isso) – não é muito convidativo. Mas como disse, a ideia foi ótima, e sei que a elaboração dos cartões e sistema possuem um custo, mas que tal disseminar esse custo (também) no valor dos ingressos?
5- O som muito alto (bateria) em alguns shows, e a variação e oscilação de qualidade em outros. Isso realmente é ruim, mas não é especifico ao Summer Breeze, mas num festival do porte enorme desse, isso deveria ser o mínimo possível. Me deram relatos que em alguns shows o público ficava gritando e pedindo para aumentar (eu não notei isso, pois assistia todos bem próximo ao palco como imprensa).
6- Algumas atrações destoantes do evento – não estou dizendo ruins – (Marc Martel, Stone Temple Pilots, Pertubator – que não consegui assistir, palestras? etc.), e, como citado, em palcos/locais errados.
É isso, são pequenos pontos que podem SIM ser melhorados e até mesmo sanados, que não denigrem em nada a soberba e assertiva produção que fez me sentir num festival europeu bem no meio do meu quintal! Parabéns a toda equipe, sem exceção, que fizeram deste o MELHOR e o MAIOR festival de METAL da América do Sul!
Que venha 2024, pois estou aguardando ansiosamente!
Agradecimentos à Free Pass Entretenimento, Roadie Crew e Agência Taga pela parceria e credenciamento de sempre.