TarLung – “Beyond The Black Pyramid” (2017)
Black Bow Records
#DoomMetal , #Stoner
Nota: 9,0
O impacto e a relevância do Black Sabbath na música extrema é algo imensurável. 10 de 10 bandas, principalmente as voltadas ao Doom, obedecem à risca seus ensinamentos, e com o TarLung não foi diferente.
Investindo em uma sonoridade que agrega Doom e Stoner (um pouco mais do primeiro elemento), os austríacos do TarLung tornam explícita sua admiração pelo som criado na década de 70, aquela tonalidade vintage, principalmente nas guitarras ensebadas, abafadas e exacerbadamente pesadas que roncam nos ouvidos durante a execução de “Beyond the Black Pyramid”, seu mais recente material.
Um pouco da psicodelia da época torna o som levemente datado, mas isso é só um charme para deixar as composições muito mais orgânicas e viscerais. Enquanto muitas bandas do estilo se utilizam de teclados para oferecer mais climas sombrios e tétricos, aqui o trio age da forma mais minimalista possível, abrindo mão inclusive do baixo (a formação conta com dois guitarristas e o baterista).
A aspereza instrumental é uma constante, bem como o andamento letárgico. O vocal corrosivo de Philipp “Five” ainda confere um certo toque Sludge ao álbum, que certamente será muito concorrido em meio aos entusiastas do estilo.
“Dying of the Light” é mais Stoner, caindo para o Doom lá pela metade e, no alto de seus mais de oito minutos de duração, é um dos destaques do disco. “Mud Town” vem na sequência e impressiona pela densidade. Também outro bom momento; e pra quem gosta de epopeias sonoras, que tal uma viagem às fronteiras da lisergia numa jornada introspectiva chamada “The Prime of Your Existence”. Mais de dez minutos sorumbáticos, que colocam uma bigorna sobre seus ombros, tamanho o peso emanado pelo instrumental.
“Beyond the Black Pyramid” é o novo ato de uma banda totalmente ignorada por mim até então, mas que me fez abrir os ouvidos para novas opções dentro do gênero. Que puta banda esse TarLung!
Ricardo L. Costa