Tormenta – “Batismo da Dor” (2019)
Independente
#ThrashMetal, #Hardcore
Para fãs de: Slayer, Korzus, Anathema
Nota: 10
O Brasil sendo Brasil, nos proporciona várias experiências e olhando por um prima de positividade, o Heavy Metal oriundo de nossa terra é indiscutivelmente uma das maiores belezas que esse país nos gera. O Tormenta não é novidade na praça, pois sua criação se deu há mais de 20 anos, na cidade de Ribeirão Preto –SP e apesar de esse ser o segundo lançamento da banda, a experiência e maturidade nas composições fizeram valer a espera.
Assim que o disco começa, na instrumental “Cumulonimbus”, já pude perceber um clima diferente no Thrash Metal, pois os bons duetos de solos e harmonias não características nesse tipo de som já chamam a atenção para o que está por vir. Quando “Batismo da Dor” surge, fica nítido que o Tormenta não é apenas mais uma banda de Thrash, com todas as características que conhecemos desse estilo. O Grupo acrescentou um cuidado a mais no trabalho de guitarras, bases, mostrando uma técnica e preocupação com melodias, sempre bem encaixadas ao peso. As músicas não são lentas, mas não há aquela velocidade exacerbada e isso tudo deixa o som muito cativante. Chega a ser prazeroso poder ouvir riff por riff e batida por batida. Essa cadência das músicas abriu espaço para esse deleite dos arranjos e composição acima da média.
Os temas das letras dão um ar crítico a humanidade diante de todas as suas podridões de uma forma que engloba a política e religião nas entrelinhas. Cantadas em português, não tem como não associarmos a uma esfera Hardcore e me lembrou um pouco das músicas em português do Korzus, acredito que devido a semelhança de timbre dos vocalistas auxilie nessa impressão.
Todo o disco é impecável. Provavelmente a faixa “Em Nome de Deus” seja a que esbanje um pouco mais de velocidade desde os seus riffs iniciais, mas não foge a essência do álbum. Pode ser algo inocente, mas essa preocupação em valorizar o som, aliado a uma produção, com um ar de ao vivo, deu uma opção de música que foge do “mais do mesmo”, na qual estamos acostumados a ouvir. Dentro de uma certa simplicidade, recheada de técnica e inspiração e sentimentos, “Batismo da Dor” não poderia ser algo menos do que excelente.
Victor Augusto