Torture Squad – “Devilish” (2023)
Time To Kill Records
#DeathMetal #ThrashMetal #ProgDeathMetal
Para fãs de: Sepultura, Attomica, Claustrofobia, Death, Control Denied
Texto por Mauro Antunes
Nota: 9,5
Tem bandas que são naturalmente especiais. Lá se vão 25 anos do lançamento do clássico “Shivering” (1998), álbum de estreia da banda paulistana Torture Squad, banda esta que sempre esteve entre as mais saudadas pelos headbangers em geral, brasileiros ou não. Com algumas mudanças de lineup ao longo deste longo período de tempo, a banda se estabilizou com o quarteto Amilcar Christófaro (bateria), Castor (baixo), Rene Simionato (guitarra) e Mayara Puertas (vocal), formação que esta que após seis longos anos, lança o sucessor do fantástico “Far Beyond Existence” (2017) com ares de clássico desde suas primeiras audições.
A forma técnica da banda está de cair o queixo: Mayara é uma máquina de urros desesperadores e potentes, destacando-se inclusive, nos poucos momentos em que canta limpo; Rene é uma máquina criativa, sua capacidade de criar riffs e mudanças de andamento é impressionante; e sobre Castor e Amilcar nada é preciso declarar já que formam uma cozinha de gala há 3 décadas.
“Devilish” é o 9º trabalho de inéditas e digo sem medo de errar, que está ao menos no top 3 do Torture. Não deve absolutamente nada a clássicos como “Asylum of Shadows” (1999) e “The Unholy Spell” (2001). A produção ficou impecável, dá pra perceber os detalhes e entender o porquê da demora para o lançamento. A espera valeu a pena.
“Hell Is Coming” e “Flukeman” são um soco na cara do ouvinte, sendo a segunda um Death Metal potente que lembrou até um pouco de Deicide, com seu estupendo trampo de guitarras. “Buried Alive” mantém o nível de peso aumentando ainda mais a velocidade com seu Thrash Metal cru Old School do jeito que os fãs adoram. “Warrior” é a mais surpreendente de todas já tem um quê de AC/DC, ouça e entenderá o recado, difícil imaginar não!?
“Sanctuary” é a minha preferida. Um riff inicial mais grudento que chiclete vagabundo, o andamento é tão incrivelmente único em que todos, absolutamente todos os músicos se destacam por darem suas caras em todos os momentos da música. Poderosa demais essa, ouça com carinho!
“Thoth” é Death Metal simples e “na lata”, “Mabus” é outro grandioso destaque e onde mais uma vez, comprova-se o poderio gigantesco de Rene Simionato ao criar melodias e riffs variados (ouça o riff a 1m57s e esmurre sua parede). “A Farewell to Mankind” mostra quase todas as vertentes do Heavy Metal em seus pouco mais de 4 minutos de duração: Death, Thrash, Gothic, ah tem um pouco de tudo aqui. Ainda tem as curtas instrumentais “Gaia” e “The Last Journey” um outro com piano executado brilhantemente por Mayara Puertas.
Uma pena não terem incluído no tracklist a pedrada “The Fallen Ones” lançada como single digital em 2022 e que tem um videoclipe bem legal. Bem que poderia ter vindo como bônus ou algo do tipo.
Na humilde opinião deste redator, este é o melhor álbum nacional de 2023, e olha que tivemos lançamentos de altíssimo nível como Nervosa, Crypta, Siegrid Ingrid, Angra dentre vários outros. Fure sua mídia física, mantenha no repeat sua mídia digital, seja como for, ouça Torture Squad e enlouqueça seu vizinho. Os meus já pediram arrego! Soberbo!