Triumph of Death – “Resurrection of the Flesh: Triumph of Death Live 2023” (2023)
Noise/BMG | Shinigami Records
#DeathMetal #BlackMetal
Para fãs de: Celtic Frost, Hellhammer, Venom
Texto por Ricardo L. Costa
Nota: 10
Tom Warrior, líder fundador do Hellhammer e Celtic Frost, afirmou categoricamente em recente entrevista que o Hellhammer nunca será reformulado e nunca mais voltará, pois é uma banda que está intrinsecamente conectada a uma fase muito específica e importante da história, mas afirma também que pelo legado e importância histórica, é uma música que merece ser tocada e divulgada.
Não tem como discordar, afinal, uma banda que durou apenas um único disco, o fabuloso “Apocalyptic Raids”, e três demo tapes, ter pavimentado um caminho para todas as formações do Death e Black Metal que vieram depois deles, sendo enaltecidos e exaltados como referência máxima por todos, merece ter sua obra apreciada, degustada e absorvida em toda sua obscura essência.
“Resurrection of The Flesh” não traz novidades nem tampouco explora uma necessidade de se reinventar, pois traz as mesmíssimas músicas que aprendemos a amar desde a tenra juventude executadas por uma banda de competência ímpar. Triumph of Death, o nome da banda em questão – por fim -, vem pagar tributo ao velho Hellhammer, consistindo em um dos “revivals” mais aguardados de todos os tempos.
Gravado ao vivo em 2023 em três shows (nos EUA, Alemanha e Portugal), uma banda de pouca conversa, interagindo discretamente e somente o necessário com a plateia, toma o set com composições que moldaram todo um cenário extremo ao redor do mundo, composições que ditaram os rumos do que viria a ser o Black Metal.
Um tracklist pesado, soturno e vigoroso, composto inteiramente por clássicos da extremidade profana, onde temos uma “ressureição” do Hellhammer em sua breve e impactante carreira (apenas uma composição presente no álbum, “Visions of Mortality”, é do Celtic Frost).
Além da atualizada em “The Third of the Storms”, “Massacra” e “Horus/Aggressor” (presentes no ep “Apocalyptic Raids”), a cereja do bolo são as versões aniquiladoras registradas com ótima produção para faixas como “Maniac”, “Blood Insanity”, “Reaper”, “Revelations of Doom” e outras (presentes nas demos “Death Fiend”, “Trimph of Death” e “Satanic Rites”, respectivamente), que além de serem raras hoje em dia, foram gravadas em condições precárias, mas que aqui as temos em toda sua magnitude infernal!
Ao vivo, todas elas têm um impacto fulminante em toda sua intensidade! Uma aura maligna e monocromática invariavelmente é construída durante a audição, tornando perceptível o porquê de serem composições reverenciadas até hoje, atemporais e intrigantes, que perduram desde a época que o termo “Death Metal” ainda estava em construção.
Quem conhece, sabe; quem não conhece, tem a obrigação moral de conhecer. A música é datada, sim, mas é das melhores, portanto, afirmo pra quem quiser ouvir: “Resurrection of the Flesh” é o disco ao vivo de 2023! Não almejo com ele que a banda retorne, nada disso. Por mim podem ficar restritos a esse mesmo repertório empoeirado pelo resto da vida (ou morte). Uma genuína celebração ao caos e a destruição em formato de música é o que prevalece aqui, e é só disso que eu preciso!