Udo Dirkschneider – “My Way” (2022)
Atomic Fire Records | Shinigami Records
#HeavyMetal
Para fãs de: Accept, Judas Priest, Primal Fear, Grave Digger
Nota: 9,0
É indiscutível a grandeza do Udo Dirkschneider no Heavy Metal mundial. Simplesmente tem uma voz atemporal e uma carreira repleta de clássicos tanto pelo Accept quanto pelos seus outros projetos (U.D.O., Dirkschneider etc) que nas apresentações ao vivo acabam virando hinos que o público canta do início ao fim.
Agora, o “setentão” lança o álbum “My Way” que é repleto de releituras de clássicos da música que influenciaram sua extensa carreira, passando por covers de Uriah Heep, Tina Turner, Rainbow, Motörhead, The Rolling Stones e diversos outros grandes grupos. “Faith Healer” de Alex Harvey abre o presente trabalho com um som de guitarra tipicamente Udo, com backing vocal que tem o mesmo estilo desde a época de Accept.
A segunda faixa é simplesmente “Fire”, do Arthur Brown. Essa música é simplesmente fenomenal e o músico original deveria ter muito mais mídia do que realmente tem, afinal, a versão original psicodélica não possui guitarras, mas ela é tipicamente uma música de rock lançada em 1968. Além disso, Arthur foi um dos pioneiros no uso de “corpse paint”, ainda na década de 60. Mas em relação à versão do Udo, ficou absolutamente fantástica e lembra a versão que já foi tocada ao vivo pelo Alice Cooper e a voz “resmungada” combinou perfeitamente.
“Man On The Silver Mountain”, do Rainbow merece destaque porque, apesar de ter a voz diferente do Dio, Udo utilizou do seu estilo tradicional e os teclados ao fundo ficaram fenomenais. Por falar em diferença de voz, “No Class” do Motörhead também ganhou sua versão digna de aplausos. “Rock And Roll” do Led Zeppelin manteve bem a sua estrutura original e o Udo canta em um tom bem alto, mostrando que, apesar de estar com 70 anos, a voz continua excelente.
A grande maioria das músicas seguem a mesma linha original, contudo, “Paint It Black”, dos Rolling Stones e uma das minhas preferidas de toda a vida, ganhou uma versão mais diferenciada, não tendo a bateria seguindo a originalidade, mas não deixou de ficar muito boa. “T.N.T.” do AC/DC era uma música que seria essencial no álbum. Quando conheci o Accept com o Udo sempre vinha em mente que era um “AC/DC mais pesado” pela similaridade no estilo de cantar e, “pra variar”, o cover ficou impecável.
Já na reta final, “Hell Bent For Leather” do Judas Priest ficou muito fiel à versão original, mesmo que os vocais de Rob Halford e Udo sejam extremamente distintos. Agora o inesperado foi a versão de “We Will Rock You” do Queen. Quem já pensou que seria possível fazer um cover dela sem a bateria absolutamente típica e reconhecível por todo o mundo? Pois é, Udo conseguiu. Seguiu a linha dos vocais, mas o instrumental é completamente diferente, adaptando bem ao estilo do vocalista alemão.
Fechando o álbum, a faixa título, original de Frank Sinatra ficou muito bonita e não-metal, finalizando muito bem o CD.
Caio Siqueira Iocohama