Abbath – Vip Station, São Paulo/SP (19/11/2023)
Produção: Caveira Velha
Texto por Mauro Antunes
Domingo é o dia da semana em que muitos que vivem na cidade que nunca para aproveitam para recarregar as energias para a semana que se inicia. No entanto, o feriado do dia seguinte trouxe uma reviravolta nesse cenário, e a noite se mostrou propícia para desfrutar de uma grande atração que visitava a cidade mais uma vez.
Infelizmente, por conta de afazeres pessoais, não consegui chegar a tempo para assistir as bandas de abertura Sangue de Bode (RJ), Infamous Glory (SP) e Vitam Et Mortem (Colômbia), chegando alguns minutos antes da atração principal subir ao palco.
Abbath, também conhecido como Abbath Doom Occulta ou Olve Eikemo, é uma atração imponente, quer gostem ou não de sua música. Uma figura caricata, verdadeiro ícone do Black Metal norueguês, encerrou sua turnê na capital paulista, passando também por outras duas cidades brasileiras: Joinville e Porto Alegre.
O show teve início pouco após as 20 horas e, logo de cara, apresentou um clássico do Immortal, “Triumph”, faixa de abertura de “Damned in Black” (2000). Foi uma verdadeira pancadaria, na qual Abbath indicou aos fãs que a noite seria avassaladora. Completando a formação, estavam Ole Andre Farstad (guitarra), Andreas Salbu (baixo) e Ukri Suvilehto (bateria), que se mostraram uma formação fantástica ao vivo, extremamente afiados e motivados, exibindo grande presença de palco e interação com os fãs.
Apesar do público presente ser relativamente pequeno para o tamanho da casa, puderam testemunhar ao vivo algumas das melhores faixas da carreira solo do cantor, como “Ashes of the Damned”, “Winterbane”, “The Artifex” e a apocalíptica “Acid Haze”, uma das mais pesadas da noite.
Para os apreciadores do projeto “I”, que infelizmente teve apenas um disco lançado em 2006, “Battalions” e “Warriors” foram destaque na noite, levando os fãs ao delírio do disco mais elaborado da carreira do vocalista. Eu, pessoalmente, considero esse meu favorito na carreira de Abbath, ao lado do mega clássico “Sons of the Northern Darkness” (2002) do Immortal, sendo este um dos melhores discos de Heavy Metal dos anos 2000.
Falando nisso, três faixas desse álbum apareceram na noite. A insanidade de “In My Kingdom Cold” com seu solo impecável, uma das coisas mais belas que já ouvi na vida, a melódica e elaborada “Beyond the North Waves”, e o sucesso “One by One” que encerrou a noite com a casa quase desabando e deixando a todos com a sensação de querer mais.
É lamentável que o show tenha sido tão curto, mas a incrível performance da banda fez valer cada segundo dos aproximados 90 minutos de espetáculo. Outro ponto a ser destacado foi a casa Vip Station, da qual nunca tinha sequer ouvido falar, mas que apresentou boas condições para receber um show desse porte, tornando-se mais uma boa opção para os headbangers paulistanos. Abbath pareceu estar em boa saúde, lúcido, profissional e focado novamente no que ele faz de melhor: Metal, muito Metal! Para mim, ele é um ícone de carteirinha que sempre terá minha presença em seus shows, seu carisma é incrível. Um show fantástico, soberbo, sem mais o que dizer!
Setlist:
Triumph (Immortal)
Dream Cull (Abbath)
Hecate (Abbath)
Acid Haze (Abbath)
Battalions (I)
Ashes of the Damned (Abbath)
Dread Reaver (Abbath)
In My Kingdom Cold (Immortal)
Beyond the North Waves (Immortal)
The Artifex (Abbath)
Winterbane (Abbath)
Fenrir Hurts (Abbath)
Warriors (I)
Endless (Abbath)
One by One (Immortal)