Accept – Carioca Club, São Paulo/SP (18/05/2024)

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Accept – Carioca Club, São Paulo/SP (18/05/2024)

Produção: Dark Dimensions
Assessoria: JZ Press

Texto por Samuel Souza
Fotos por Diego Vieira

Vídeo por Johnny Z.

No último dia 18 de maio, sábado, São Paulo se tornou palco de mais um espetáculo memorável da lendária banda de heavy metal, Accept. Com ingressos esgotados para o show inicialmente programado no dia 1º de maio, a Dark Dimensions atendeu ao clamor dos fãs anunciando duas apresentações adicionais no Estado, uma em São Paulo no dia 18 e outra em Santo André no dia 19, transformando essas noites em uma celebração inesquecível para a cena do metal.

Após quebrar tudo em sete países, incluindo o Brasil, com sua turnê latino-americana, o Accept trouxe novamente uma surpresa especial para os fãs brasileiros: a participação carismática de Joel Hoekstra, substituindo Philip Shouse e repetindo a dose do show do dia 1º. Conhecido por seu trabalho com Trans-Siberian Orchestra e Whitesnake, Hoekstra injetou uma dose extra de energia e maestria ao já potente repertório de mais de quatro décadas da banda. A expectativa era alta, e o Accept não decepcionou, mais uma vez no Carioca Club, oferecendo uma performance eletrizante que reafirmou seu status como titãs do heavy metal.

Antes, porém, a abertura da noite, um pouquinho antes do horário previsto, que era às 18 horas, ficou por conta da banda Skalyface, uma banda formada em 2020 na cidade de Guarulhos – SP, deixando claro as influências que vão desde o Heavy Metal até o Power Metal. Apesar de um público razoável presente, o quinteto entregou uma apresentação sólida, mesmo enfrentando um problema técnico no VS, prontamente resolvido. Apesar de ainda não terem um álbum completo, eles vem tem divulgado seu EP “Dark Angel”, contendo cinco faixas, todas interpretadas durante sua performance. Embora tenham mostrado habilidade técnica e energia no palco, seria interessante ver a banda arriscar algo mais fora da curva, explorando sua originalidade e potencial criativo como algo emergente, ao invés de optar por um cover mais convencional, como o “The Evil That Men Do” do Iron Maiden, que teve a participação do vocalista Raphael Dantas da banda Ego Absence. Destaque para as músicas “Sailing with the Gods” e “Spear of Destiny”, cujo vídeo está disponível no YouTube. Vale a pena conferir!

Setlist:

Dark Angel
Sailing With The Gods

Lord Of The Night
Time Of Miss You
Screaming In Silence
The Evil That Men Do (Iron Maiden cover)
Spear Of Destiny
Burn Your Masks

Poucos minutos após as 19h, a casa completamente lotada viu os guitarristas Wolf Hoffmann e Joel Hoekstra subirem ao palco, com os riffs iniciais de “The Reckoning”. Em seguida, “Humanoid”, faixa-título do recém-lançado álbum, foi apresentada. Embora novas para muitos, as canções foram bem recebidas pelo público. A energia explodiu com “Restless and Wild”, incendiando o Carioca Club. Mark Tornillo, que está na banda desde 2009, interagiu intensamente com a plateia, que cantava o refrão em uníssono. Tornillo, com seis álbuns gravados, provou que os fãs já o aceitam bem como substituto de Udo Dirkschneider. A noite continuou vibrante com “Midnight Mover” e “London Leatherboys”, transportando os fãs de volta à era de ouro dos anos 80. E toda essa energia antiga e até mesmo dançante do flerte entre o hard e o heavy, é algo que não tem como explicar de como soa tão perfeitamente agradável.

Prosseguindo com a fase Tornillo, a banda tocou “Straight Up Jack” e “Dying Breed”. Joel Hoekstra, de sorriso de orelha a orelha, brilhou durante “Zombie Apocalypse” e no medley “Riff Orgy (Demon’s Night / Starlight / Losers and Winners / Flash Rockin’ Man)”. “Breaker” foi um destaque, intensificando ainda mais a energia do público, tornando o Carioca ainda mais quente que o normal.

Quando “Shadow Soldiers” começou, a reação foi imediata. Embora seja uma canção da nova fase da banda, ela já pode ser considerada um clássico, com todos cantando junto com a banda. A beleza e o peso dessa música cativaram a todos, proporcionando um dos momentos mais emocionantes da noite. Com a mesma vibração das velhas canções, “Frankenstein” do disco novo chegava para manter os fãs atualizados que o Accept mantém firme sua máquina criativa de riffs memoráveis. 

A presença de três guitarristas – Wolf Hoffmann, Joel Hoekstra e Uwe Lulis – proporcionou uma experiência única, com as melodias e riffs combinando de forma magistral. Embora Uwe Lulis e o baixista Martin Motnik tenham tido uma participação mais discreta, permanecendo na fileira da bateria na maior parte do tempo, contribuíram de forma eficiente para o poderio sonoro do Accept. Durante o show, a banda executou as clássicas coreografias na linha de frente, incentivando a plateia a participar com o divertido “guitar air”, tornando a interação entre palco e público ainda mais especial. O baterista Christopher Williams, por sua vez, mostrou-se impecável ao vivo, adicionando peso e intensidade à já encorpada sonoridade da banda. Ele não deixou de interagir com a plateia, batendo forte nos tambores e sinalizando sempre que possível em direção aos fãs, contribuindo para essa atmosfera contagiante que os alemães sintetizam bem e entregam em todos os seus shows.

Não é exagero dizer que o ápice da noite foi alcançado com “Princess of the Dawn” e “Metal Heart”. A plateia batia as cabeças vigorosamente com seus punhos erguidos ao ar, entoando cada refrão com inesgotável paixão. Isso é puro heavy metal e o resto é conversa fiada! Encerrando a parte principal do show, o clima explosivo se manteve em alta com “Teutonic Terror” e “Pandemic”, do álbum “Blood Of The Nations”. Canções novas que são verdadeiros bombardeios metálicos!

No encerramento épico do show, o Accept presenteou os fãs com uma trinca de clássicos que marcaram gerações. “Fast As A Shark” não apenas abalou a estrutura do metal na época de seu lançamento, mas também influenciou diretamente o surgimento de subgêneros como Speed Metal e Power Metal. Em seguida, veio “Balls to the Wall”, representando não apenas o auge comercial da banda, mas também sua incursão em temas políticos e sociais, marcando um ponto alto em termos artísticos e exposição da banda em todo o globo. Por fim, “I’m A Rebel” encerrou a noite com sua energia contagiante, uma lembrança do glam rock com a velha pitada de diversão juvenil. A faixa, composta por Alexander Young, irmão mais velho de Angus e Malcolm Young, tornou-se um verdadeiro clássico do Accept, lembrando a todos das raízes do rock ‘n’ roll e celebrando a jornada musical que trouxe a banda até aqui, afinal de contas, com  quase 50 anos de carreira, os alemães mostraram que ainda tem muito a oferecer. E isso pode ser traduzido nesta noite que reuniu gerações de fãs, desde os veteranos até os mais novos, refletindo a capacidade do sexteto de aço de alcançar e cativar diferentes públicos.

Setlist:

The Reckoning
Humanoid

Restless And Wild
Midnight Mover
London Leatherboys
Straight Up Jack
Dying Breed
Zombie Apocalypse
Riff Orgy
Breaker
Shadow Soldiers
Frankenstein
Princess Of The Dawn
Metal Heart
Teutonic Terror
Pandemic
Fast As A Shark
Balls To The Wall

I’m A Rebel

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