Black Priest – “Fatal” (2024)
Independente
#Heavy Metal #DarkHeavyMetal
Para fãs de: Mercyful Fate, King Diamond, Candlemass, Memento Mori, Judas Priest
Texto por Johnny Z.
Nota: 9,5
E temos em mãos mais uma grande promessa do Heavy Metal nacional! “Fatal”, o novo trabalho dos cariocas do Black Priest, usa e abusa de influências e referências (ou seria reverências?) ao trabalho de bandas clássicas como Mercyful Fate, King Diamond e Judas Priest, não somente pelo vocal de Vinícius Libânia (The Priest), que mescla incrivelmente as partes altas e agudas de King Diamond com as mais graves de Rob Halford. Tudo isso com um peso que transcende o estilo Heavy Metal mais clássico (alguém lembro também do Black Sabbath? Sim!), pois a produção/mixagem deixou os timbres da guitarras de forma gorda, robusta e muito pesada.
Fazendo uma comparação meio descabida, mas quem ouvir o trabalho vai entender bem, seria uma espécie de Mercyful Fate/Judas Priest (vocais e melodias) com Memento Mori (guitarras). Mas não é só isso que define o som do Black Priest, pois existe um teor sombrio em profusão em todas as nove faixas, o que nos vem rapidamente a cabeça bandas como Candlemass e Memento Mori, tudo com muita personalidade e engana-se o ouvinte que ousar falar o termo “cópia”.
Adotando temas como filmes de terror, fantasmas, bruxas, psicopatas e vampiros, temos uma verdadeira ode ao ocultismo e ao horror. Embora a banda adote a alcunha de “Doom” em sua sonoridade – e eu entenda isso por conta das ambientações sombrias aqui e ali – não a classificaria como tal. Acredito que “Dark/Occult Heavy Metal” seria a melhor rotulação para ouvintes principiantes a descobrirem, pois eu não suporto esses rótulos que usam atualmente por aí que mais parecem receita de poção mágica do Harry Potter (risos).
Meus grandes destaques são muitos:
A assustadora introdução “Crux Tempesta”, que parece ter sido criada para algum ritual de exorcismo; a porrada com excelente refrão “Catacombs” (Judas Priest pesadão/atual com vocais à la King Diamond); a arrastada e sombria “Predator’s Lust”; “Let Me In” (se isso não é Mercyful Fate, eu já não sei mais nada); a épica e belíssima “Fear Itself”; a cacetada pesadona e sabática “Secret Desire” (a melhor de todas na minha humilde opinião, pois traz um ótimo trabalho de baixo, riffs de guitarra e vocais com texturas melancólicas que me remeteram ao saudoso Warrel Dane); e, é claro, o conjunto dos vocais de The Priest (o cara é literalmente uma enciclopédia do gogó) e os riffs poderosos de Raphael Ribeiro fizeram a diferença entre algo que poderia soar “parecido” (eu continuo não falando cópia!) e algo originalmente impactante para os aficionados pelas palhetadas como eu.
Enfim, adorei a sonoridade “Memento Fate Priest” da banda, e Vinícius Libânia (The Priest), Raphael Ribeiro (The Spectre, guitarra), Gg Neto (The Evil, baixo) e Phil Drigues (The Healer, bateria) marcaram um belo gol na ‘segunda’ partida do campeonato do metal nacional, já que o primeiro foi o ótimo EP de estreia “The Soul Scars”, de 2021. Nos resta saber agora – e acredito que não há dúvidas disso – que mais vitórias serão conquistadas até o objetivo, que não está longe se continuarem nessa caminhada!