Angra – “Cycles of Pain” (2023)

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Angra – “Cycles of Pain” (2023)

Atomic Fire Records | Voice Music Gravadora
#ProgressivePowerMetal

Para fãs de: Kamelot, Shaman, Helloween

Texto por Luiz Gustavo Santos

Nota: 8,5

Vivendo raros anos de calmaria “fora de campo”, depois de tantas turbulências, o Angra passa com vitalidade por seus 30 anos de carreira e chega, com “Cycles of Pain”, a seu décimo disco completo de estúdio.

Contudo, ao menos nessas primeiras 4 ou 5 ouvidas pré-lançamento oficial, o disco me decepcionou um pouco. Isso porque esse álbum, contrariando a tradição da banda de sempre se reinventar (nem sempre acertando, é bom que se diga), não faz mais do que seguir os passos de seus antecessores, sem grandes rompantes criativos.

De todo modo, as características que fizeram os caras se destacarem mundo afora continuam bem presentes. O apuro técnico quase inacreditável, a beleza das melodias, as pitadas de música clássica e da musicalidade brasileira, enfim, os elementos do “selo Angra de qualidade” estão aqui. Contudo, por vezes isso se traduz em faixas um tanto arrastadas e sem inspiração, tais como “Dead Man on Display”, “Tide of Changes Part II” e a própria faixa título.

Falemos agora da parte boa. Há sim momentos em que “Cycles of Pain” empolga. É o que acontece em “Ride Into the Storm”, faixa de abertura típica, com o já tradicional miolo instrumental Prog Metal de tirar o fôlego. Outro grande momento é “Vida Seca”, com Lenine. Mas as melhores faixas vêm do meio pro fim do disco, com destaque para “Faithless Sanctuary”, essa sim bem fora da fórmula conhecida da banda, e “Tears of Blood”, que traz duetos operísticos entre Fabio Lione e a vocalista americana Amanda Sumerville que podem arrancar lágrimas dos mais sensíveis. Não tô dizendo que aconteceu comigo..

Lione, aliás, merece um comentário especial. Que monstro! Cada vez mais solto e protagonista na banda, o cara solta todo o seu repertório, indo dos sussurros aos vocais rasgados, dos agudos extremos à ópera. Já disse e repito: é um dos maiores vocalistas de sua geração e o Angra tem muita sorte de contar com ele em seus quadros.

Em resumo, posso dizer que o disco é bom, mas deixa um certo gostinho de quero mais justamente por se tratar de uma obra do Angra, de quem sempre espero maravilhas. Sem as grandes mudanças trazidas em “Secret Garden” (2014), nem o apelo midiático de “Omni” (2018), o disco tende a ficar meio largado na discografia da banda.

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