Benediction – “Ravage Of Empires” (2025)
Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#DeathMetal #DeathThrashMetal
Para fãs de: Deicide, Suffocation, Immolation, Malevolent Creation, Exodus, Slayer, Sepultura
Texto por Johnny Z.
Nota: 9,5
Para quem vive em Marte e não sabe, um dos mestres do Death Metal, o Benediction, sempre incorporou em sua sonoridade influências que vão do Thrash Metal, Grindcore e até Hardcore, tendo verdadeiros clássicos em sua discografia desde sua estreia com o desgraçado Subconscious Terror, que ainda tinha Barney Greenway (Napalm Death) nos vocais.
De lá para cá, já com Mr. Dave Ingram nos vocais – um dos maiores, melhores e mais simpáticos vocalistas de Death Metal da história – a banda nunca se submeteu a modismos, sempre apresentando o que há de mais fino dentro do estilo. Ok, tivemos dois álbuns com Dave Hunt (Anaal Nathrakh) nos vocais entre 1998 e 2019 e, longe de serem ruins, pelo contrário, mantiveram o alto nível. Mas sejamos francos: Dave Ingram é o cara e não tem para ninguém!
Quando soube que ele tinha voltado ao lugar de onde nunca deveria ter saído, em 2019, foi uma grata surpresa – concretizada com o excelente álbum Scriptures (2020). No entanto, a pandemia acabou atrapalhando os planos da banda.
Porém, em 2023, pudemos testemunhar uma apresentação simplesmente maravilhosa e caótica no Summer Breeze Brasil. Mesmo sob um sol escaldante, tivemos uma noção perfeita de como é o inferno na Terra ao ver Dave Ingram à frente da banda, acompanhado pelos membros originais – e que nunca abandonaram o barco – Darren Brookes e Peter Rew (guitarras), além dos ‘novatos’ Giovanni Durst (bateria) e Nik Sampson (baixo).
E é com essa formação que, no próximo dia 4 de abril, será lançado Ravage of Empires, o nono álbum dessa instituição do metal extremo mundial.
Se você gostou do que ouviu em Scriptures, eu aposto todas as minhas fichas que vai amar Ravage of Empires! O álbum segue a mesma linha, mas com uma rifferama ainda mais intensa, trazendo o melhor do Thrash/Death Metal, com melodias infernais que remetem ao Slayer, somadas a uma produção extremamente pesada, certeira e digna dos monstros que são.
Excelentes exemplos disso são as faixas “Engine of War” (primeiro single), “Crawling Over Corpses” e a faixa título, que – se o Exodus fosse uma banda de Death Metal – soariam exatamente assim! Prestem atenção na bateria e na rifferama dessas músicas, e se nada sobrar pela sua frente, pode culpar a banda (risos)!
Essas referências são perceptíveis ao comparar os dois álbuns: Ravage of Empires é muito mais Thrash/Death, enquanto Scriptures se aproxima mais do Death/Thrash, mas sem se desprender da alta qualidade que sempre esteve presente em todos seus lançamentos.
O fator old school sempre esteve presente nos mais de 35 anos de carreira do Benediction, e os fãs das antigas podem ficar tranquilos: aqui o negócio é brutal e old school até o osso! Faixas como “Drought Of Mercy” e “Psychosister” vão te fazer ajoelhar perante essa constatação!
Sem sombra de dúvida, esse álbum será nomeado como um dos melhores lançamentos do ano em diversas publicações. Ele entrega tudo aquilo que os fãs de porradaria clamam, sem soar modernoso ou preguiçoso. São 11 petardos extremamente caóticos, destilando o mais puro suco da aniquilação Death Metal.
Bandas novas, aprendam com os mestres – e não com essas porcarias de influencers/youtubers que não entendem merda nenhuma de metal, com seus joguinhos de “qual é o melhor?”, por exemplo. Não alimentem parasitas – alimentem os reais artistas!
Resumindo, um álbum totalmente focado na agressividade dos riffs, com vocais monstruosos que atingem a espinha do ouvinte, além de melodias criativas e extremas, de muito bom gosto. E o melhor: sem soar como uma mera repaginada de antigos clássicos – aqui é coisa de mestre mesmo! Obrigado ‘Benê’ por existir!