Bleed From Within – “Zenith” (2025)
Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#Metalcore #GrooveMetal #MelodicMetalcore
Para fãs de: Bury Tomorrow, Sylosis, While She Sleeps
Texto por Lucas David
Nota: 9,0
Surgido como uma banda de deathcore no final dos anos 2000, o Bleed From Within marcou o mundo do metal com uma mudança significativa em seu som antes de entrar em um pequeno hiato em 2014. Uprising foi um grande marco para o metal moderno — um trabalho inspirador que prometia muito, mas que, na época, parecia ser um canto do cisne. Quando retornaram em 2017, iniciaram uma sequência de álbuns que pouquíssimos conseguiram igualar, levando a banda dos pequenos palcos de clubes e porões a abrir shows de nomes como Trivium e Slipknot, além de causar grande impacto em turnês pelos Estados Unidos ao lado do August Burns Red.
Agora, em 2025, aproveitando essa excelente fase, a banda lança seu mais novo trabalho, o excelente Zenith, via Nuclear Blast Records.
A esta altura, o som dos escoceses já está bem estabelecido. Scott Kennedy tem um estilo vocal distinto — poderoso e cru, mas capaz de cativar com ganchos incríveis. Ali Richardson (também do Sylosis) é um dos melhores bateristas do metal atualmente, e Steven “Snev” Jones faz um trabalho incrível na guitarra, com riffs épicos, intensos e incendiários. Snev é um dos principais responsáveis pela boa fase da banda nos últimos anos, já que sua chegada adicionou um riffman de peso a um grupo já extremamente talentoso.
Em um cenário onde bandas como Machine Head e Lamb of God — embora ainda ativas — não estão no auge criativo (Unatoned, do Machine Head, não foi tão bem recebido por alguns críticos), o Bleed From Within se juntou ao Trivium no topo da cena. Há partes perfeitas para o mosh, solos de derreter o rosto, grooves capazes de sacudir um gigante — tudo isso sem abrir mão da melodia e da beleza.
Isso não significa que faltem momentos dignos de arenas. Desde o emocionante trecho com gaitas de fole em “In Place Of Your Halo” — que toca o coração e desperta o desejo de empunhar uma espada contra os ingleses — até a pisada monolítica de “God Complex”, que será, sem dúvida, um marco nos shows futuros. Outro destaque que se aproxima do impacto quase divino de “Levitate” (faixa do disco Shrine, de 2022) é “A Hope In Hell”, que mistura versos melancólicos e atmosféricos com um refrão empolgante e antológico, que certamente se tornará um hino para os que lutam na vida.
As duas participações especiais de alto nível também agregam muito ao disco. “Immortal Desire”, com Brann Dailor (Mastodon), é uma faixa mais lenta e melódica, com abertura dramática e vocais belíssimos. Já a lenda do metal britânico Josh Middleton (do Sylosis, colega de banda de Ali) aparece em “Hands Of Sin”, oferecendo ótima interação vocal e alguns dos melhores riffs e linhas de bateria do álbum.
Com um som já definido neste ponto da carreira, é quase inevitável que algumas faixas soem semelhantes — e talvez a fórmula um dia pareça cansada. Mas a musicalidade da banda e sua disposição para misturar elementos sonoros variados neutralizam isso, ao menos por enquanto. Poucos estão fazendo metalcore moderno tão bom quanto o Bleed From Within neste momento. Surpreendentemente, como em cada lançamento anterior, Zenith pode levar a banda a outro degrau, rivalizando com seus pares mais próximos, como o Trivium, em termos de qualidade.
Toda a conversa sobre os futuros headliners dos grandes festivais precisa mudar. Enquanto muitos lutam para manter o ritmo, o Bleed From Within já se consolidou como uma das melhores bandas de metal da atualidade com Zenith.