Dimmu Borgir – “Enthrone Darkness Triumphant” (1997) (Relançamento 2025)

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Dimmu Borgir – “Enthrone Darkness Triumphant” (1997) (Relançamento 2025)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#SymphonicBlackMetal

Para fãs de: Emperor, Opera IX, Graveworm

Texto por Matheus “Mu” Silva

Nota: 10

Seguindo com o trabalho de relançamentos, a Shinigami Records trouxe um clássico absoluto do Black Metal norueguês: Enthrone Darkness Triumphant (1997), do Dimmu Borgir. Disco mais que obrigatório em qualquer coleção de metal extremo que se preze, essa é mais uma oportunidade de adquirir essa obra-prima por um preço mais acessível, considerando que o álbum já tem quase 30 anos e pouquíssimas edições nacionais.

Vindo de dois trabalhos cantados em norueguês, o Dimmu Borgir decidiu compor seu terceiro disco em inglês — uma decisão acertada para a época, visando alcançar um mercado mais amplo. O álbum anterior, Stormblåst (1996), já havia recebido grande atenção no cenário metálico, então essa mudança era um passo necessário para alavancar ainda mais o nome da banda. E não foi só isso: toda a musicalidade que o grupo vinha desenvolvendo atingiu aqui seu ápice, resultando em uma obra atemporal e influente até os dias de hoje.

“Mourning Palace”, que abre o disco, é um clássico incontestável. Toda a maldade que vinha desde Stormblåst aqui soa tão obscura quanto, com um brilhante trabalho de teclado de Stian, que permeia a faixa com uma atmosfera sombria e, ao mesmo tempo, cativante. A segunda faixa é outro clássico amplamente conhecido: “Spellbound (By the Devil)”, talvez uma das músicas mais famosas da banda, com sua cadência marcante e pesada, instrumental mais direto e um final instigante que convida a cantar junto — mais um momento absoluto na história do Dimmu Borgir.

“In Death’s Embrace” traz um tom mais urgente e épico ao disco, com um solo que beira o Heavy Metal e um trecho mais climático, preparando o terreno para a faixa seguinte, “Relinquishment of Spirit and Flesh” — um dos momentos mais brutais do álbum, lembrando até o que os conterrâneos do Emperor faziam na época. Começando a 220 km/h com blast beats incessantes, a faixa desacelera na segunda metade e assume uma levada mais característica do Dimmu, priorizando o peso. “The Night Masquerade” mantém a proposta do disco, com um trabalho completo de bateria por Tjodalv, alternando momentos de brutalidade e passagens mais melódicas de forma equilibrada.

“Tormentor of Christian Souls” apresenta riffs mais crus por parte de Silenoz, que, combinados com a orquestração de Stian, fazem todo o sentido no contexto musical da obra. A constância do disco é admirável — a audição flui como se fosse algo propositalmente conceitual, mesmo sem ser, e a sensação de continuidade é funcional e prazerosa. Isso se reflete em diversas bandas que vieram depois.

“Entrance”, outro clássico absoluto, é maravilhosa. Minimalista e envolta por uma aura atmosférica única, é um dos grandes destaques da obra. O clima muda completamente na faixa seguinte, “Master of Disharmony”, que traz aquele Black Metal norueguês clássico e impiedoso: riffs rápidos e cortantes, blast beats na velocidade da luz e a fúria marcante dos vocais de Shagrath.

“Prudence’s Fall” retorna ao tom mais melódico, carregada de uma imersão sombria, preparando o terreno para a derradeira e maravilhosa “A Succubus in Rapture”. Com seu tom soturno e agonizante, ela encerra o disco da mesma forma que começou: de forma apoteótica, peculiar e extremamente bem construída.

Enthrone Darkness Triumphant é o melhor disco do Dimmu Borgir. Ponto. Tudo aqui é equilibrado e bem construído, lapidando as ideias anteriores e apresentando um nível de refinamento que se perdeu nos álbuns seguintes. Um verdadeiro clássico de uma banda que ousou fugir do que era comum à época, arriscou e criou uma obra de arte dentro de um estilo que, muitas vezes, busca o primitivismo. Aqui, o extremo foi elevado a outro patamar. Obrigatório, eterno, incomparável.

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