Celtic Frost – “Parched with Thirst Am I and Dying” (1992) (Relançamento 2024)
Dynamo Records | Classic Metal Records
#AvantGardeMetal #BlackMetal #DeathMetal #ThrashMetal #GothicMetal
Para fãs de: Voivod, Bathory, Venom, Samael, Tiamat
Texto por Johnny Z.
Nota: 8,5
Esse relançamento nada mais é do que uma coletânea que mostra a rica e diversificada carreira da Celtic Frost até o ano de 1992, quando a banda deixou de fazer parte do catálogo da gravadora Noise Records. Este “catadão”, que fecha o box lançado no Brasil chamado “The Extreme 80’s And 90’s), oferece um panorama abrangente do que o grupo suíço foi capaz de alcançar até aquele momento, unindo faixas de estúdio, demos, versões alternativas e gravações ao vivo. O lançamento veio logo após a dissolução temporária da banda, funcionando como uma espécie de epitáfio sonoro, ao mesmo tempo em que celebra a evolução artística do nome Celtic Frost.
Ao longo das décadas, a banda se destacou por sua habilidade única de mesclar diferentes gêneros musicais, desde o black metal primitivo até o avant-garde metal, incorporando elementos de música clássica e industrial. Aqui, temos a captura dessa diversidade em toda a sua complexidade, com faixas que vão desde clássicos como “The Usurper” em uma versão regravada, até raridades de singles e EPs, faixas editadas, alternativas e raras, como “Idols of Chagrin”, que evidenciam o lado mais obscuro e experimental da banda.
As versões raras presentes na coletânea mostram como a banda estava disposta a transcender os limites do metal, flertando e experimentando com sonoridades que muitas vezes desafiavam as convenções do gênero, o que chegou a deixar seus fãs mais “die-hard” em polvorosa (alguém falou “Cold Lake”?). Faixas extraídas de ensaios e jams, como “Return To The Eve”, trazem de volta a intensidade visceral dos primeiros dias de Hellhammer, enquanto outras já mostram um nível musical à frente de seu tempo, como “Mexican Radio” (sim, de “Cold Lake”!).
Outras preciosidades são as regravações de “Juices Like Wine” e “Downtown Hanoi” (sim, também de “Cold Lake”!), e faixas até então não lançadas anteriormente, como “The Inevitable Factor” e “Journey Into Fear”, ambas sobras do EP do Hellhammer. O mais interessante é sentir a evolução da banda ouvindo determinadas faixas, como “Tristesses De La Lune”, cheia de melodia e até sinfonia, e depois uma podreira como “Circle Of The Tyrants”. Talvez seja a coletânea com a maior variedade de estilos – em uma mesma banda – já lançada na história da música.
Esse relançamento conta com slipcase, encarte super detalhado, traz 18 faixas que testemunham o impacto duradouro do Celtic Frost no cenário do metal extremo, e no metal/música extrema em geral. O título, extraído de um texto que aparece na capa do clássico álbum “To Mega Therion”, reflete a profundidade lírica e a ambição artística que sempre moveram a banda. A recepção entusiasmada por parte dos fãs e críticos, quando da publicação da coletânea, confirmou que o legado do Celtic Frost estava longe de ser esquecido, mesmo que sacudido.
Novamente, não se trata apenas de uma retrospectiva, mas de uma celebração de uma das bandas mais inovadoras e influentes da história do metal. A coletânea não só encapsula a essência do Celtic Frost, mas também serve como um lembrete poderoso de como a banda, ao longo de sua carreira, conseguiu transformar o metal em uma arte verdadeiramente expressiva e multifacetada.