Desalmado encara o caos contemporâneo com fúria e sensibilidade em “Monopoly of Violence”

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Desalmado encara o caos contemporâneo com fúria e sensibilidade em “Monopoly of Violence”

Novo álbum marca recomeço emocional e sonoro da banda com formação renovada e olhar crítico sobre a era digital

Por trás de todo grito há uma dor. Por trás de todo riff cortante, um mundo em colapso. É com essa dualidade entre brutalidade e sensibilidade que o Desalmado entrega “Monopoly of Violence”, quarto álbum de estúdio da banda, lançado nesta sexta-feira, 2 de maio de 2025. Não é apenas mais um disco: é um reencontro com as raízes, uma catarse coletiva e uma denúncia urgente travestida de death metal afiado, técnico e desafiador.

O novo trabalho chega em um momento crucial na trajetória do grupo paulistano. Após mudanças na formação, o Desalmado renasce com fôlego renovado e uma química poderosa entre os integrantes: Caio Augustus (voz), Bruno Teixeira (baixo), João Limeira (bateria) e Marcelo Liam (guitarra). A sintonia da nova formação não só reforça a potência do grupo, como também imprime um frescor que é perceptível faixa após faixa.

Ouça no streaming aqui: https://bfan.link/monopoly-of-violence

Gravado no prestigiado estúdio Family Mob e lapidado pelas mãos experientes de Hugo Silva na mixagem e masterização, “Monopoly of Violence” é ao mesmo tempo cru e polido. Há uma urgência nos arranjos, uma fúria que pulsa nos vocais, mas também há camadas, detalhes, nuances. Em um cenário onde o excesso de produção pode esterilizar até o mais pesado dos estilos, o Desalmado consegue soar contemporâneo sem perder o instinto visceral que sempre os guiou.

Liricamente, o álbum não poupa ninguém. O título, que faz alusão ao conceito de monopólio da violência do sociólogo Max Weber, é apenas a porta de entrada para reflexões profundas sobre o controle estatal, os tentáculos das big techs, a precarização das relações humanas e o esvaziamento emocional da sociedade. Mas o que torna essas críticas ainda mais impactantes é que elas partem do íntimo — das dores, crises e esperanças dos próprios integrantes. O pessoal e o político se fundem, e a música vira manifesto.

“Esse disco é sobre encarar o que o mundo tem de pior e ainda assim continuar”, diz Caio. “Tem momentos em que a gente sangra, mas também momentos em que a gente se reconstrói. É brutal, mas é honesto.”

O videoclipe de “Blood Thorns”, lançado dias antes do álbum, serve como síntese visual e sonora desse novo momento. Riffs densos, blast beats impiedosos e um clima sombrio dão vida a uma faixa que fecha o ciclo iniciado em “No Peace, Only Death”. A narrativa audiovisual é forte, mas é na melodia da destruição que a banda se destaca: há groove, há caos, mas também há uma beleza áspera que se revela nos interlúdios mais reflexivos.

Em sua essência, “Monopoly of Violence” é um disco de transição — mas não no sentido de incerteza. É uma afirmação. Um grito de maturidade de uma banda que nunca teve medo de dizer o que pensa, que nunca aceitou se acomodar e que entende que, para sobreviver num mundo tão violento, é preciso lutar com inteligência, ética e, sim, música extrema.

Distribuído digitalmente pelo selo Blood Blast, da gigante Nuclear Blast, o álbum reforça a presença internacional do Desalmado e coloca o grupo como uma das vozes mais coerentes e relevantes do metal extremo latino-americano. Mas, acima de tudo, é uma carta aberta sobre o nosso tempo — escrita com sangue, suor e acordes pesados.

Próximos shows do Desalmado

10/05 – São Paulo/SP (Burning House)
07/06 – Rio de Janeiro/RJ (Heavy Beer Bar)
08/06 – São José dos Campos/SP (Hocus Pocus Studio Café)
24/08 – Porto Alegre/RS (local a ser anunciado)

Desalmado nas redes:

www.instagram.com/desalmado.band
http://merch.desalmado.com

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