Destruction – “Birth of Malice” (2025)

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Destruction – “Birth of Malice” (2025)

Napalm Records | Shinigami Records
#ThrashMetal

Para fãs de: Kreator, Sodom

Texto por Mauro Antunes

Nota: 9,0

Que a Alemanha é um dos berços do Heavy Metal, talvez um expoente máximo no Thrash Metal, nós bem já sabemos. Se temos naquele país tantas bandas icônicas, idolatradas e especialmente relevantes para o estilo que tanto amamos, quem não for bom de verdade será esquecido ou, ao menos, deixado na geladeira. Mesmo tendo lançado, nos anos 90, discos até certo ponto dispensáveis, os açougueiros alemães do Destruction jamais deixaram de ser uma potência e um dos queridinhos do Thrash Metal mundial.

Os anos se passaram e, desde o lançamento de All Hell Breaks Loose (2000), os caras não lançaram, desde então, absolutamente nada de mediano. Tudo lindo, ótimo, perfeito e, como não, alguns clássicos. Em 2007, os caras ousaram mexer nos clássicos trabalhos dos anos 80, regravando boa parte dos hinos daquela década e, pasmem, conseguiram elevar ainda mais o altíssimo nível daquele material que, até então, parecia irretocável e intocável.

Confesso que cheguei a ficar temeroso quanto ao futuro do Destruction após a saída de Mike Sifringer, icônico guitarrista e uma das caras do trio, mas, felizmente, os caras se reinventaram e superaram o episódio. Birth of Malice já é o segundo trabalho sem ele, trabalho este que, ao menos para mim, supera o antecessor, o ótimo Diabolical (2022).

O trabalho começa com a dispensável intro que dá nome ao álbum, emendada com “Destruction”, que chega aos nossos fones de ouvido com a sutileza de um elefante em uma loja de cristais. O clipe desta faixa, inteiramente gravado no Brasil e que você pode conferir abaixo, é repleto de imagens de seus fiéis fãs brasileiros – uma verdadeira pérola da música extrema. Já consigo imaginar a abertura dos shows da nova turnê com ela.

“No King – No Masters” abre com um riff sensacional, e a bateria de Randy Black parece possuída. Soberba! “Scumbag Human Race” é tão boa que tem um dos melhores refrões de Thrash Metal que já ouvi. A aura dessa faixa é amedrontadora. Tudo aqui parece feito com a intenção de chocar: a voz de Schmier, em que ele capricha no gutural; os riffs demoníacos; e a bateria, que complementa essa orquestra maléfica com a precisão de um metrônomo recém-calibrado.

Destaque absoluto para “A.N.G.S.T.”, que tem um quê meio épico, até moderadamente progressivo. Se é difícil para você, caro leitor, imaginar o que irá ouvir, dê um play nessa faixa e surpreenda-se. “Chains of Sorrow” tem uma passagem que me lembrou a clássica “Phantom of the Opera”, do Iron Maiden, o que, por si só, já é motivo para celebrar – afinal, estamos falando de bandas icônicas. Ah, e como não vibrar com o poderoso cover de “Fast as a Shark”, do Accept? Faixa que, para muitos – nos quais me incluo –, foi a primeira de Speed Metal da história. Coisa de fã para fã mesmo!

Outro fato que chama a atenção é a maturidade das letras, em que Schmier e cia. trazem mensagens claras de preocupação com os rumos da humanidade, o avanço da tecnologia, a decadência humana e outros temas que poderiam – e deveriam – ser mais explorados pelas bandas em geral.

O que sei é que bandas como Destruction têm lugar cativo no coração dos thrasheiros de todo o planeta e, particularmente, é a minha banda preferida do Big 4 germânico. Birth of Malice é ótimo, quase podemos dizer clássico. Mas não falta tanto assim para isso – só o tempo pode dar-lhe essa alcunha. Agora, é esperar por eles no Bangers Open Air para testemunhar o poderio bélico do novo material. Obrigado à Shinigami Records por nos proporcionar o material físico, que é de primeira! Compre!

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