Scour – “Gold” (2025)

SCOUR
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Scour – “Gold” (2025)

Nuclear Blast Records
#BlackMetal #DeathMetal

Para fãs de: Dark Funeral, Marduk, Belphegor

Texto por Lucas David

Nota: 10

Surgindo como um dos grandes supergrupos dentro do metal, o Scour lançou recentemente seu mais novo disco, Gold, que, falando de forma simples, faz jus ao seu nome. O que temos aqui é a mais pura essência do Black Metal, com toda a agressividade da escola norueguesa e o sentimento de gelo na espinha causado pelos riffs e vocais rasgados, entregando um verdadeiro ouro para o ouvinte.

O novo trabalho de Phil Anselmo (Pantera) nos vocais, Derek Engemann (ex-Cattle Decapitation) e Mark Kloeppel (Misery Index) nas guitarras, John Jarvis (Agoraphobic Nosebleed) no baixo e Adam Jarvis (Pig Destroyer) na bateria é um dos grandes concorrentes a melhor disco do ano, não apenas no Black Metal, mas no metal extremo em geral.

O disco abre com Cross, um ataque impiedoso aos ouvidos, com um grito estridente de Anselmo e os blast beats dominando e criando uma parede sonora. O riff principal é cortante e tirado diretamente dos primeiros trabalhos do Mayhem. Blades, o segundo single do disco, também leva você para a Escandinávia, com Anselmo entregando alguns vocais mais guturais do que os rasgados presentes no Black Metal, o que mostra a versatilidade do músico, que passeia sem problemas por esse lado mais extremo do metal.

Mesmo tendo o Black Metal como base, a banda consegue encaixar de forma brilhante passagens de Death e Grindcore, como podemos ouvir em Infusorium, onde os vocais são mais guturais e o ritmo rápido e sujo se assemelha ao Napalm Death, para citar um exemplo. Hell também segue a linha do Grindcore em seu começo e logo cai em um riff pesado que deixaria o Immortal orgulhoso, relacionando também os vocais ao que os noruegueses fazem.

Outro destaque, e que coloca um sorriso no rosto dos fãs do Black Metal — principalmente daquele que é feito para provocar e causar reações aterrorizadas — é Invoke, com sua letra contendo versos como:

“All hail Satan
Invoke the master’s goat
All hail Satan
Be at one with hell
Give the body to Satan!”

Os irmãos Jarvis criaram um conjunto de faixas brutais e cruéis para não deixar nada em pé, trazendo todas as influências possíveis ao disco e entregando um soco na cara do ouvinte. Para deixar tudo ainda mais brutal, Gary Holt (Exodus, Slayer) ainda faz um solo matador na faixa. É peso para fã nenhum botar defeito!

Gravado em 2023 e 2024, o disco tem uma ótima mixagem, e fico feliz por a banda não ter adotado o caminho low-fi que muitas dentro do gênero utilizam, o que ajudou na experiência geral do álbum. Certamente é algo que já ouvimos, mas Gold é feito com tanta maestria que seu lugar entre os grandes discos do rock foi marcado, e ainda estaremos falando dele por muitos anos. Não recomendado para ouvidos sensíveis, mas ouça no volume máximo!

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