Entrevista com Bruna Rocha (Revengin) (Symphonic Metal)
Após cinco anos desde seu último lançamento, a banda carioca de Symphonic Metal Revengin retornou de forma impactante com seu novo álbum, “Dark Dogma Embrace”, lançado no dia 11 de abril deste ano pelo selo italiano WormHoleDeath Records. O trabalho marca uma nova fase na trajetória do grupo, que desde sua formação em 2008 vem trilhando um caminho sólido e consistente dentro do cenário do metal nacional e internacional.
Com uma sonoridade que mescla peso, melodia e atmosferas grandiosas, o quinteto formado por Bruna Rocha (vocal) Thiago Contrera (vocal/guitarra), Themys Barros (guitarra), Diego Pirozzi (baixo) e Nacife Jr. (bateria) apresenta em “Dark Dogma Embrace” uma obra madura, densa e cheia de personalidade, rompendo o silêncio desde o EP “Inner Dark” (2020) e sucedendo o debut “Cymatics”, de 2012.
Para entender mais sobre esse novo momento da banda, os desafios desse processo, as inspirações por trás do álbum e, claro, os planos futuros, conversamos com a talentosa vocalista Bruna Rocha, que nos recebeu para um bate-papo repleto de reflexões, histórias e, acima de tudo, muita paixão pela música. Confira!
Metal Na Lata: Antes de mais nada, gostaria de parabenizar a Revengin, mais uma vez, pelo ótimo lançamento.
Bruna Rocha: Nós que agradecemos muito pelo apoio e pela oportunidade!
Metal Na Lata: Em abril de 2025, a Revengin, finalmente, após um hiato de 12 anos, lançou seu segundo álbum completo, “Dark Dogma Embrace”. Como foi a reação das pessoas que acompanham a banda há bastante tempo e, ao mesmo tempo, das mídias especializadas em Metal?
Bruna Rocha: Pelo que estamos observando, o pessoal curtiu bastante! Obviamente, além do hiato desde o Cymatics, trouxemos algo diferente do que fazíamos antes. Assumimos esse risco e acredito que isso tenha feito toda a diferença na aceitação e na repercussão do Dark Dogma Embrace. Estamos muito felizes com isso, porque, após essa longa espera, não poderíamos simplesmente lançar qualquer coisa. Tudo foi pensado com muito cuidado, para que cada música conseguisse transmitir, de forma verdadeira, o sentimento que queríamos passar.

Metal Na Lata: Como o atual quinteto avalia a evolução da sonoridade desde o lançamento do debut, “Cymatics”, até o novo álbum?
Bruna Rocha: Nós amadurecemos muito desde o Cymatics, e acredito que isso seja bem perceptível. Naquela época, tudo foi muito experimental, todo o processo. Já no Dark Dogma Embrace, nós sabíamos exatamente o que queríamos, onde queríamos chegar e como. Isso só foi possível porque temos não apenas músicos extremamente profissionais e talentosos, mas, principalmente, porque todos nós estamos olhando na mesma direção. O foco é o mesmo, e cada um, dentro da sua área, trabalha com muita confiança uns nos outros.
Metal Na Lata: Houve algum evento de lançamento para “Dark Dogma Embrace”?
Bruna Rocha: Sim! Na semana do lançamento, fizemos uma listening party para todos os envolvidos no projeto. A ideia era ouvir o álbum na íntegra, na ordem e junto da arte gráfica. Afinal, não fizemos esse trabalho sozinhos — muitas pessoas incríveis estiveram envolvidas, então nada mais justo do que elas conhecerem nosso novo “filho” em primeira mão. Essa comemoração aconteceu no próprio estúdio onde gravamos.
Metal Na Lata: Como foi o processo de produção do novo disco? Quem foi o produtor e onde ocorreram as gravações?
Bruna Rocha: O processo demorou um pouco mais do que o previsto, pois, paralelamente, estávamos produzindo todo o material visual, fechando com a gravadora, entre outros detalhes. Demorou quase um ano no total. Toda a produção foi realizada por nós, junto com o Caio Mendonça e o Rômulo Pirozzi, lá no Tellus Estúdio, aqui no Rio de Janeiro.
Metal Na Lata: Enquanto resenhava “Dark Dogma Embrace”, percebi que as composições transitam entre momentos mais pesados e intensos e outros mais suaves e melódicos. Isso, inclusive, me remeteu aos holandeses do Epica. Sendo assim, gostaria que você falasse sobre as principais referências musicais da banda e sobre os temas líricos abordados nas composições.
Bruna Rocha: Na verdade, esse álbum é muito pessoal, baseado em experiências e reflexões reais. Por isso, as músicas precisavam transmitir essas sensações e sentimentos de forma muito honesta. E quando falamos de sentimentos, é como uma montanha-russa, cheia de altos e baixos. Por isso, as músicas transitam justamente entre essas diferentes atmosferas — ora mais pesadas, ora mais melódicas.
Metal Na Lata: Agora que o segundo álbum é uma realidade, os fãs podem esperar por surpresas em um futuro próximo? Em outras palavras, quais são os planos atuais da banda?
Bruna Rocha: Este ano estamos, literalmente, na estrada para promover o novo álbum. E não só no Brasil — também estamos em negociação para uma nova turnê na Europa e participações em alguns festivais. Porém, já começamos a pensar no terceiro álbum. A produção dele deve começar assim que a turnê de divulgação do Dark Dogma Embrace terminar.

Metal Na Lata: Infelizmente, no Brasil, o Symphonic Metal vive meio que numa cena à parte, que, aliás, se organiza muito bem e parece bastante unida. Comentem, livremente, essa afirmação.
Bruna Rocha: Sim, como banda de metal sinfônico, nós da Revengin sempre apoiamos as demais bandas do gênero, mas também buscamos apoiar todas as vertentes do metal. Acreditamos que cena não se resume apenas ao gênero A ou B e suas respectivas “panelinhas”. Inclusive, tenho percebido uma movimentação diferente acontecendo nos últimos tempos, e isso é fundamental para o fortalecimento do rock e do metal no Brasil. Somos um país enorme, diverso e cheio de cores. Por que, então, só seria aceitável um único gênero ou um único grupo de bandas? Se fosse assim, não teríamos os principais festivais do mundo acontecendo todos os anos, reunindo bandas de estilos diferentes. No fim das contas, não importa se é Metal Sinfônico, Extremo, Death ou qualquer outro — o que importa é que é Metal!
Metal Na Lata: Bruna, muito obrigado pela entrevista. Este espaço é seu, e estamos ansiosos para vê-los ao vivo aqui em São Paulo, sabendo que em breve estarão por aqui.
Bruna Rocha: Nós que agradecemos pelo convite, pelo apoio e pelo espaço! Gostaria de aproveitar para convidar quem ainda não conhece nosso trabalho a nos seguir nas redes sociais e nas plataformas de streaming — estamos em todas! E, mais do que isso, convido vocês a conhecerem também as bandas novas que estão surgindo, porque tem muita banda incrível que vale muito a pena ser descoberta! Sim, em agosto estaremos em São Paulo para alguns shows. Fiquem ligados, porque queremos ver todo mundo lá!
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