Gates To Hell – “Death Comes To All” (2025)
Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#DeathMetal #Deathcore #Metalcore #Hardcore
Para fãs de: Year of The Knife, Incite, Kublai Khan TX, Go Ahead and Die
Texto por Lucas David
Nota: 8,0
Às vezes, este planeta é tão estúpido que o tormento eterno no Inferno começa a parecer uma proposta razoável. O Gates To Hell pode não estar lidando especificamente com a decadência da humanidade rumo à loucura autodestrutiva em seu álbum de estreia, mas Death Comes To All soa como o grito de quem está profundamente irritado com tudo o que anda acontecendo no mundo.
O título Death Comes to All serve como um lembrete oportuno de que a vida é curta — mas, musicalmente, é um soco forte no rosto. A banda entrega um deathcore arrasador com toques de metalcore, em músicas diretas e sem rodeios. Com faixas geralmente abaixo dos três minutos e quase sempre deixando hematomas feios, a explosiva abertura “Rise Again” e a frenética “A Summoning” trazem riffs de quebrar os ossos, com um foco admirável em grooves que certamente vão incentivar muitos a se jogarem nos moshs.
O disco também se destaca pela concisão. São dez músicas em 22 minutos: o Gates To Hell não perde tempo, e isso facilita o replay imediato ao fim da audição. Você já sabe o que esperar da próxima faixa, mas isso não diminui o impacto de cada uma delas.
Outro ponto alto é o peso herdado do hardcore, evidente em faixas como “Weeping in Pain” e “Next to Bleed”, que adicionam uma camada extra de brutalidade muitas vezes ausente em outros discos do gênero. As músicas variam pouco entre si, incorporando toques de math-rock e thrash metal aos breakdowns, mas isso se torna irrelevante diante da agressividade que conquista já na primeira audição — e, convenhamos, variação é o que menos importa quando se está tentando sobreviver ao mosh com “Crazed Killer” e “Locked Out” explodindo nos falantes.
O Gates To Hell não reinventa o estilo, mas executa uma fórmula já conhecida com competência, pegada e fúria. Death Comes To All tem impacto suficiente para não passar despercebido — é violento, direto e impossível de ignorar.