Giant – “Shifting Time” (2022)
Frontiers Music
#MelodicRock, #HardRock, #AOR
Para fãs de: Perfect Plan, Survivor, Foreigner
Nota: 8,0
Em 1989, o mundo do AOR/Rock Melódico foi tomado de assalto pelo álbum de estreia, “Last Of The Runaways”, do Giant, uma das bandas mais respeitadas do Hard Rock Melódico, composto pela nata da cena de estúdio da época com Alan Pasqua (teclados), Mike Brignardello (baixo), David Huff (bateria) e liderada por Dann Huff (guitarra e vocais). Em 1992, lançam “Time To Burn”, considerado por muitos como sendo ainda melhor que o primeiro.
Surge 2001 e com ele o álbum “III”, sem Alan Pasqua, com outtakes e faixas ao vivo. À essa altura, Dann Huff era um produtor extremamente requisitado em Nashville (Faith Hill, Rascall Flatts, Keith Urban). Então, em 2010, “Promise Land” é lançado sem Dann Huff, que contribui de certa forma, com Terry Brock (Strangeways, All 4 1, Seventh Key, The Sign) nos vocais e John Roth (Winger, Starship, Jimi Jamison, Kip Winger) nas guitarras, que depois montaram o Roth Brock Project, ao lado da cozinha original.
O problema é que Dann Huff sempre foi o compositor, o vocalista e o guitarrrista, ou seja, a alma, da banda e, para alguns fãs, era melhor criar um novo nome, pois, para eles, o Giant segue o mesmo lema do Thin Lizzy: “No Lynott, No Lizzy”.
Pulamos para o ano de 2022 e um novo álbum da banda é anunciado: “Shifting Time”. Dessa vez Kent Hilli (Perfect Plan, Solo) cuida dos vocais e John Roth retorna às guitarras, ainda contando com a cozinha original, mas novamente sem Dann Huff.
E agora? É um álbum do Giant ou não?
Na verdade é injusto compará-lo com os monumentais dois primeiros álbuns, mas comparando com a quantidade de bandas do estilo lançadas “diariamente” pela Frontiers ele se destaca de forma positiva, mesmo sem o DNA de Dann Huff, apesar de um dos solos ser dele, que diferenciava a banda qualitativamente de seus pares.
Dito isso, Kent Hilli (que vocalista!) faz um trabalho excepcional, o desempenho de John Roth é inacreditável, pois não é nem um pouco fácil emular e, principalmente, substituir a guitarra de Dann Huff, e a cozinha mantém a mesma eficiência dos álbuns anteriores.
Existem muito boas músicas para serem apreciadas: “Don’t Say A Word”, “Highway Of Love”, “The Price of Love”, “Standing Tall”, “Never Die Young” (solo de Dann Huff) e “Let Our Love Win”, mas as faixas restantes, apesar de muito bem tocadas, são muito parecidas.
Claro que cada álbum precisa ser avaliado pelos seus próprios méritos, mas quando se usa a herança de uma banda é impossível fugir de determinadas situações.
Faltou aquela faísca, aquele algo fora do comum, para fazer juz ao nome da banda e tornar este álbum “gigante”.
João Paulo Gomes