Grand Magus – “Sunraven” (2024)

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Grand Magus – “Sunraven” (2024)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#StonerMetal #HeavyMetal #DoomMetal

Para fãs de: Candlemass, Spiritual Beggars, Cathedral, Wolftooth

Texto por Johnny Z.

Nota: 8,0

Ao longo de sua trajetória, o Grand Magus sempre manteve uma forte conexão com temas heroicos e mitológicos, mas em Sunraven, seu décimo álbum de estúdio, a banda sueca eleva essa relação a um novo patamar. Inspirado no épico poema Beowulf, o trio cria uma experiência sonora que mistura o peso característico de sua música com a grandiosidade de uma narrativa atemporal, resultando em um trabalho que engrandece ainda mais sua relevância no heavy metal contemporâneo mais cadenciado e sombrio. Dentro de um multiverso do metal, o Grand Magus é uma espécie de mistura de Candlemass com Judas Priest, para aqueles que ainda não estão familiarizados com sua sonoridade.

Logo na faixa de abertura, “Skybound”, é evidente que Sunraven não é apenas mais um álbum na discografia da banda. Com um refrão poderoso e riffs cortantes, a música estabelece o tom de um disco que combina energia avassaladora com melodias cativantes. A voz de JB Christoffersson brilha intensamente, carregando cada palavra com emoção e força, enquanto o baixo de Fox Skinner, colocado em destaque na mixagem, confere um peso adicional às composições.

Entre os destaques, “Grendel” se sobressai como uma verdadeira homenagem ao monstro que dá nome à faixa. Evocando a essência sombria do Black Sabbath, especialmente da era Dio, a canção combina riffs carregados de tensão com uma atmosfera densa e ameaçadora. Já “The Wheel of Pain” entrega um groove marcante e um vocal melódico que remete aos melhores momentos de Iron Will, enquanto a faixa-título, “Sunraven”, impressiona pela força de seus riffs e um solo de guitarra de tirar o fôlego.

Embora o álbum traga momentos memoráveis, nem todas as faixas mantêm o mesmo nível de excelência. “Winter Storm” e “The Black Lake”, por exemplo, não são ruins, mas carecem do vigor presente nas demais músicas, apresentando estruturas que, em certos momentos, parecem menos inspiradas, vulgo ‘tapa buracos’. No entanto, essas pequenas oscilações não prejudicam a experiência geral, que se mantém coesa e satisfatória do início ao fim.

O ponto alto do disco é a forma como a banda consegue traduzir os temas heroicos de Beowulf em uma sonoridade que equilibra peso e melodia com precisão. A conclusão, com “The End Belongs to You”, oferece um final melancólico e majestoso, com um ritmo cadenciado que evoca tanto a glória quanto a melancolia de uma grande jornada.

Após cinco anos desde seu último lançamento, Grand Magus retorna com um álbum que representa uma de suas melhores obras desde Iron Will (2008). Sunraven é um trabalho que não apenas celebra a força e a nobreza do heavy/stoner metal, mas também reafirma a capacidade do gênero de contar histórias épicas com intensidade e paixão. O álbum é uma evolução sólida na discografia do Grand Magus, mas ainda deixa espaço para ajustes que poderiam elevá-lo ao patamar dos clássicos absolutos da banda. Para fãs de longa data e novos ouvintes, este álbum é uma experiência indispensável.

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