Grave Digger – “Return of the Reaper” (2014) (Relançamento 2025)

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Grave Digger – “Return of the Reaper” (2014) (Relançamento 2025)

Napalm Records | Shinigami Records
#HeavyMetal

Para fãs de: Running Wild, Accept, Iron Angel

Texto por Matheus “Mu” Silva

Nota: 9,0

Seguindo com o trabalho de relançamentos, a Shinigami Records traz de volta o décimo sexto disco de estúdio do Grave Digger, Return of the Reaper (2014). Esse álbum, até onde me lembro, só teve a tiragem original na época e não havia sido relançado no Brasil — o que torna essa nova edição muito bem-vinda. Eu mesmo estive à procura desse CD algum tempo atrás, sem sucesso. Quem tem, tem; e quem não tem, agora tem uma nova oportunidade de adquirir esse excelente disco.

Desde The Reaper (1993), o Grave Digger passou por diferentes “eras”, muito apoiadas nas mudanças de guitarristas. Nos anos 1990, com Uwe Lulis, suas verdadeiras obras-primas foram compostas entre o já citado The Reaper (1993) e Excalibur (1999). Na primeira década dos anos 2000, a banda passou por uma revitalização sonora muito bem-vinda com Manni Schmidt, entre The Grave Digger (2001) e Ballads of a Hangman (2009). Por fim, na manutenção do legado, veio Axel Ritt, que esteve à frente das guitarras entre The Clans Will Rise Again (2010) e Symbol of Eternity (2022). A fase com Axel sempre foi um tanto contestada, com muitas críticas apontando que era “mais do mesmo” — e Return of the Reaper (2014), seu terceiro álbum com a banda, felizmente é um dos melhores desse período.

Começando com a breve introdução fúnebre “Return of the Reaper”, o disco já explode com “Hell Funeral”, uma faixa com aquela veia Speed/Power clássica do Grave Digger: simples e direta. Não tem como ser mais “Grave Digger” que isso. Foi uma das que mais ouvi na época do lançamento e ainda conta com um ótimo videoclipe. “War God” é simplesmente brutal. Só o trecho inicial — “Raging through fields of agony / Soldiers kill without morality” — já prepara o ouvinte para um verdadeiro atropelo sonoro. Vale destacar a fúria na guitarra de Axel, que aqui destila riffs cortantes e mortais.

Na sequência, a banda tira o pé do acelerador para entregar uma das músicas mais divertidas da fase com Axel: “Tattooed Rider”. E, fazendo jus ao nome, dá até vontade de pegar a estrada ouvindo essa faixa — perfeita para bater cabeça do começo ao fim. “Resurrection Day” é mais “arroz com feijão”, ou seja, uma música básica, mas funcional, mantendo a pegada do disco.

“Season of the Witch” não é só uma das melhores do álbum, como também uma das melhores músicas do Grave Digger desde a saída de Uwe Lulis. Pesadíssima, com uma construção perfeita, alternando entre momentos soturnos e explosões características da banda. Um verdadeiro petardo — só ela já vale o disco inteiro. “Road Rage Killer” recoloca tudo nos trilhos do Speed Metal, enquanto “Grave Desecrator” soa como mais do mesmo — bacaninha, no máximo. “Satan’s Host” traz aquela veia Speed oitentista pulsante: Heavy Metal cru e direto. “Dia de Los Muertos” apresenta uma pegada mais Hard Rock, bem divertida por sinal. “Death Smiles at All of Us” é mais um momento 100% Grave Digger, com aquela sonoridade mandatória e registrada que aparece em praticamente todos os álbuns da banda — o que, longe de ser um defeito, transmite uma bem-vinda sensação de familiaridade. A faixa é seguida pela derradeira “Nothing to Believe”, uma semi-balada que encerra a obra com beleza e estrutura.

Return of the Reaper, no contexto da fase com Axel Ritt, é um ótimo disco — para mim, o melhor, empatado com The Clans Will Rise Again (2010), e até o supera em alguns momentos. Mesmo que os álbuns posteriores tenham tido seus destaques pontuais, é aqui que a coisa realmente ganha força e merece várias audições. Não chega ao patamar da fase dourada dos anos 1990, mas, nos últimos 25 anos, esse álbum ocupa um lugar de destaque em comparação com o que foi feito.

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