Hypocrisy – “The Arrival” (2004) (Relançamento 2025)

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Hypocrisy – “The Arrival” (2004) (Relançamento 2025)

Nuclear Blast | Shinigami Records
#DeathMetal

Para fãs de: Arch Enemy, Carcass, At The Gates

Texto por Matheus “Mu” Silva

Nota: 8,0

Seguindo com o trabalho de relançamentos, a Shinigami Records trouxe o nono disco de estúdio do Hypocrisy, The Arrival (2004). Como esse disco já tem mais de vinte anos, tornou-se uma raridade entre colecionadores, já que, pelo menos por aqui, teve poucas tiragens até mesmo na época — o que torna oportuno o momento de adquirir o CD em formato físico.

Vindo de um disco um tanto quanto controverso, Catch 22 (2002), o Hypocrisy deu sequência à sua discografia lançando um de seus álbuns mais, digamos, acessíveis: The Arrival (2004). Aqui, a banda lapida elementos que acabaram se tornando marca registrada — seja pelas guitarras dobradas e melódicas, o vocal de Peter se consolidando de forma cada vez mais funcional, o mergulho em temas sci-fi ou a melhora na produção. A partir daqui, começou a se formar o que conhecemos hoje como a sonoridade do Hypocrisy. Na época, a formação contava com Peter Tägtgren (vocal, guitarras), Mikael Hedlund (baixo) e Lars Szöke (bateria), line-up que durou apenas este álbum.

“Born Dead Buried Alive” abre o disco de forma enérgica, com uma estrutura mais simples e direta. O dueto de guitarras no início funciona bem, embora as linhas vocais soem meio deslocadas em alguns momentos. Mas isso só serve para abrir o caminho para “Eraser”, clássico absoluto da banda, presença constante nos shows, e que teve seu videoclipe amplamente divulgado na época. Com cadência simples, peso e um refrão viciante, mostra por que é uma das músicas mais queridas pelos fãs.

“Still Born” tem uma boa construção, ótimas partes para bater cabeça, e um som bem “de época”, lembrando o que era feito por bandas como o In Flames. “Slave to the Parasites” tem uma estrutura parecida com a de “Eraser” — tipo, muito parecida mesmo —, mas isso não chega a ser um problema, pois a faixa também é divertida e instiga o ouvinte a bater cabeça e cantar junto. “New World” é uma faixa mais fraca, soando como um emaranhado de riffs, mas do meio para frente melhora bastante, o que evita que seja totalmente descartável.

Agora… “The Abyss” é matadora, resgatando a sonoridade da fase em que Peter assumiu os vocais da banda em The Fourth Dimension (1994), com um peso descomunal — um dos pontos altos do disco. Na verdade, essa faixa era um bônus da (hoje raríssima) edição digipack de The Fourth Dimension, e foi regravada para este álbum. Mesmo destoando um pouco do restante por ter uma pegada diferente, ainda assim é uma excelente música.

“Dead Sky Dawning” também é mais uma “música de época”, refletindo o auge do Death Metal melódico — um prato cheio para os fãs do estilo. “Departure”, com seu tom mais soturno e melancólico, é muito boa. Peter transmite agonia na voz, há um maravilhoso trabalho de guitarra, e é mais um ponto alto do disco. Um momento de verdadeira abdução musical: dependendo do estado de espírito do ouvinte, ele pode mergulhar completamente na música.

Fechando o disco, “War Within” é uma faixa que faria mais sentido se trocasse de posição com “Departure”, já que é mais enérgica e pesada — mas, ainda assim, é um pouco esquecível.

Como mencionei no início, The Arrival (2004) é um álbum acessível, fácil de digerir, intermediário na discografia — melhor que o anterior, Catch 22 (2002), e não tão brutal quanto o seguinte, Virus (2005) —, tornando-se uma boa porta de entrada para quem quer conhecer o Hypocrisy ou para ouvir quando se está com vontade de algo mais melódico. Mesmo com algumas faixas que poderiam ter ficado de fora, ainda assim é um bom disco no geral.

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