Hammerfall – “Threshold” (2006) (Relançamento 2024)

Hammerfall-Threshold
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Hammerfall – “Threshold” (2006) (Relançamento 2024)

Nuclear Blast Records | Shinigami Records
#PowerMetal #EpicPowerMetal

Para fãs de: Freedom Call, Primal Fear, Helloween

Texto por Will Menezes

Nota: 6,0

Exatamente um ano após o lançamento do morno Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken, os suecos — patriarcas do power metal — retornam com seu sexto álbum de estúdio, Threshold, relançado em 2024 por meio de uma parceria entre a Nuclear Blast e a Shinigami Records.

O álbum começa de forma promissora com sua faixa-título — talvez um dos riffs mais pesados compostos pela banda até então — e a energia se mantém ao longo da música, revelando um bom progresso no amadurecimento do trabalho de guitarras. Parecia tudo o que os fãs esperavam desde os aclamados primeiros álbuns: melodia, ferocidade, guitarras mais bem trabalhadas — uma ode às raízes da banda em uma roupagem mais madura e visceral.

Essa energia inicial persiste em outras faixas, como “Natural High” e “The Fire Burns Forever”, que, inclusive, foi executada pela banda ao lado de atletas suecos no Campeonato Europeu de Atletismo daquele ano. Temos que admitir: quando inspirados, o Hammerfall realmente entrega faixas interessantes. Mas, aparentemente, essa inspiração não durou muito…

O restante do álbum é notavelmente morno, e a qualidade das composições cai vertiginosamente. Ao longo dos álbuns, percebe-se que o Hammerfall migrou das músicas mais rápidas — marcadas pelos pedais duplos velozes, típicos dos primórdios do power metal — para um metal mais cadenciado e mid-tempo. No entanto, talvez tenham se escorado exageradamente nessa estrutura. A audição do álbum soa bastante genérica, sem contribuir muito para o repertório mental do ouvinte. Assim, a nova energia apresentada pela banda não é suficiente para suprimir a sensação de estagnação, falta de criatividade e genericidade nas composições — um problema já apontado por fãs muito antes deste trabalho.

Além disso, as baladas do álbum soam como se tivessem sido feitas apenas “para cumprir o checklist”: superficiais e sem emoção. É possível, sim, perceber que a banda evoluiu tecnicamente; no entanto, fica a sensação de que o trabalho instrumental se sustenta principalmente na qualidade técnica da dupla de guitarristas, cuja evolução se destaca em relação aos demais membros. Ainda assim, até mesmo as guitarras tropeçam no aspecto criativo — vide o primeiro solo de “Howlin’ with the ‘Pac”, um remake evidente do solo da clássica “Hearts on Fire”. Sério, Hammerfall??

Assim, mesmo sendo um álbum com seus momentos interessantes, Threshold continuou dividindo os fãs da banda, desviando o Hammerfall de um início estratosférico para um meio de carreira à deriva nos mares da mediocridade — enquanto outras bandas remodelavam e enriqueciam verdadeiramente o cenário metálico em meados dos anos 2000.

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