Harem Scarem – “Chasing Euphoria” (2025)
Frontiers Music
#MelodicRock #HardRock #AOR
Para fãs de: Fair Warning, Treat, Hardline
Texto por João Paulo Gomes
Nota: 9,0
Fazer a resenha de um álbum de uma banda que não apenas tem uma importância tremenda para mim, mas que se confunde com a minha própria essência como ouvinte de rock, pode fazer com que esse significado mascare a qualidade do disco. Mas tentarei ser o menos tendencioso possível…
Acompanho o Harem Scarem desde o primeiro álbum, lançado em 1991. Passei pela fase áurea, pelo período grunge, pelos trabalhos solo, bandas spin-off (pré e pós), pela fase quase sem inspiração que misturava experimentação com crise de identidade — e pelo retorno à sua melhor forma nos últimos anos.
Por isso, a notícia do lançamento do seu 16º álbum, o primeiro em cinco anos, foi motivo de comemoração. Estamos falando do retorno dos mestres do rock melódico canadense: a dupla dinâmica Harry Hess (vocais, guitarra e teclados – Dr. Rock & The Wild Bunch, Fiore, solo, Blind Vengeance, First Signal) e Pete Lesperance (guitarras – Dr. Rock & The Wild Bunch, Minotaur, Fiore, Fair Ground), acompanhados pelos escudeiros do álbum anterior: Creighton Doane (bateria – solo), Mike Vassos (baixo) e Darren Smith (ex-baterista da banda, que aqui contribui “apenas” com seus vocais de apoio únicos – Darren Smith Band, Emerald Rain, Red Dragon Cartel, Helix).
O Harem Scarem sempre soube se adaptar ao passar dos anos. Mas essa vantagem camaleônica pode, às vezes, se voltar contra a banda, sugerindo uma certa perda de identidade. O ideal, ao se adaptar aos novos tempos, é utilizar a modernidade em favor do seu som – e não o contrário.
Dito isso, “Chasing Euphoria” é uma fusão do som clássico da banda com uma abordagem moderna do rock melódico. Não faltam composições impressionantes, melodias memoráveis, refrães cativantes e aquela criatividade que potencializa os principais ingredientes da banda: os vocais poderosos e dinâmicos e as guitarras afiadas e eletrizantes a todo vapor.
Duvida? Basta ouvir o quarteto de abertura: a poderosa e emocional faixa-título, que mergulha no DNA da banda e encapsula seu som histórico; a impactante “Better the Devil You Know”, que arranca um sorriso enorme do ouvinte; a divertida e envolvente “Slow Burn”; e o groove fantástico da inspiradora “Gotta Keep Your Head Up”, com Darren Smith nos vocais principais.
A bela e arrasadora balada “World on Fire”, “In a Bad Way” com seu refrão super-hiper-mega grudento, e “Reviving History”, poderosa o suficiente para transportar o ouvinte a um lugar melhor durante a audição, também merecem destaque.
Trinta e quatro anos após sua estreia, a banda segue consistente, provando que ainda tem muita lenha para queimar. Tudo isso faz com que “Chasing Euphoria” deva, sim, ser celebrado.