Helloween – “The Time of Oath” (1996) (Relançamento 2024)

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Helloween – “The Time of Oath” (1996) (Relançamento 2024)

Castle Communications | Dynamo Records
#PowerMetal

Para fãs de: Judas Priest, Accept, Running Wild, Blind Guardian, Gamma Ray

Texto por Ivan Luiz de Oliveira

Nota: 9,5

O Helloween é uma das, senão a maior banda de power metal da história, e The Time of the Oath é um dos álbuns mais importantes da banda alemã. Em especial, tenho um carinho extra por esse álbum, pois foi o primeiro disco que escutei no lançamento. Toda aquela empolgação de adolescente me marcou a tal ponto que, até hoje, considero-o um dos melhores discos do estilo. Lembro-me como se fosse ontem, quando escutei o início arrasador com “We Burn” e “Wake Up the Mountain”. Foi uma sensação de ouvir algo totalmente novo, e mesmo após tantos anos, ainda consigo ter o mesmo sentimento. Mas vamos ao review.

Este disco marcou uma fase de transição e amadurecimento para a banda, após as dificuldades enfrentadas com a saída de Michael Kiske e a morte de Ingo Schwichtenberg, ex-baterista. Foi também um momento de consagração da nova formação, que contava com Andi Deris nos vocais e Uli Kusch na bateria, além da consolidação da parceria entre Roland Grapow e Michael Weikath nas guitarras, com Markus Grosskopf no baixo. Este álbum não só ajudou a banda a restabelecer seu lugar no cenário do metal, como também se tornou um clássico indiscutível do gênero, sendo considerado por muitos o melhor álbum de Andi Deris na banda.

O álbum foi lançado em um período desafiador para o metal, com a cena musical dominada pelo grunge e pelo rock alternativo que prevaleceram nos anos 90. A recepção de Master of the Rings (1994) já havia indicado que a banda estava recuperando sua base de fãs, mas The Time of the Oath foi crucial para reafirmar o Helloween como uma força no power metal. Com uma sonoridade que misturava elementos clássicos e modernos do metal, o álbum é frequentemente citado como um dos pilares da ressurreição do gênero.

Esse é daqueles discos em que fica difícil escolher as melhores faixas, pois todas são ótimas. Porém, cada um tem suas preferidas:

“Power”: Esta faixa se tornou um dos maiores hinos da banda, alegrando fãs em apresentações ao vivo pelo mundo, com seu famoso coro. Com um riff contagiante e um refrão poderoso, a música resume bem a essência do Helloween — melodia vibrante e letras motivacionais. A performance vocal de Andi Deris é uma verdadeira declaração de confiança e domínio de palco, mostrando que ele estava perfeitamente à vontade como frontman.

“Forever and One (Neverland)”: Uma das baladas mais emocionantes da banda em todas as suas fases. É um verdadeiro destaque tanto pela melodia quanto pela entrega emocional de Deris. A música tem um impacto especial por seu contraste com as faixas mais rápidas, oferecendo um momento de introspecção e sentimento. Mostra a versatilidade da banda em criar tanto faixas rápidas e pesadas quanto momentos suaves e tocantes. Um dos mais inspirados, sem dúvida.

“Before the War”: Uma das minhas favoritas da banda e do disco. Esta faixa apresenta uma das performances mais intensas do álbum, com uma bateria que ressoa como uma metralhadora e guitarras com palhetadas rápidas que parecem fatiar o inimigo. As letras, carregadas de crítica social, adicionam uma camada de profundidade à música, abordando temas de conflito e a dualidade entre bem e mal. O desempenho de Uli Kusch nesta faixa é notável, mostrando sua habilidade técnica e precisão.

“Kings Will Be Kings”: Resolvi citar esta faixa por ser uma das mais subestimadas do álbum. Ela destaca a habilidade da banda em criar estruturas complexas dentro do power metal tradicional. As harmonias de guitarra e a energia contagiante são exemplares do estilo clássico do Helloween, lembrando os álbuns da era Keeper of the Seven Keys. Roland Grapow e Michael Weikath entregam solos espetaculares e bem sincronizados, que se destacam como um dos melhores momentos do disco.

“The Time of the Oath”: Por fim, a faixa-título é o ápice do álbum e, provavelmente, uma das canções mais épicas já compostas pela banda. Com uma atmosfera densa e uma construção melódica complexa, a música aborda temas de profecias, ciclos de destruição e renascimento. É uma faixa que cresce ao longo de seu instrumental, atingindo o ápice no refrão memorável.

“Anything My Mama Don’t Like”: é uma das faixas mais enérgicas e descontraídas do álbum. Diferente das composições mais sombrias e profundas presentes no disco, essa música se destaca por seu tom mais leve, quase roqueiro, que remete aos clássicos do hard rock. A faixa é divertida e traz um alívio cômico em meio à seriedade e ao tom épico das outras músicas, mostrando que a banda também sabe explorar seu lado irreverente.

Este relançamento de The Time of the Oath adiciona uma camada de clareza e profundidade ao som, realçando ainda mais a energia e precisão dos instrumentos. Além disso, a edição remasterizada traz faixas extras que são verdadeiros tesouros para os fãs, incluindo versões ao vivo e demos que oferecem uma perspectiva mais crua e energética das canções. Essas faixas adicionais não apenas enriquecem a experiência do álbum, mas também mostram a força da banda em suas performances ao vivo.

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