In Flames – Tokyo Marine Hall, São Paulo/SP (09/11/2023)
Produção: CKConcerts | Free Pass Entretenimento
Assessoria: Miriam Martinez Assessoria de Imprensa
Banda de abertura: Kryour
Texto por Mauro Antunes
Fotos por André Santos
A noite de quinta-feira prometia bastante! O trânsito estava caótico, mais do que o normal, que já é enlouquecedor. Portanto, chegar em casa naquela data não foi uma tarefa das mais fáceis, mesmo para aqueles que moram na Zona Sul. Da Zona Oeste até em casa, foram mais de 60 minutos no carro, já que optei por dirigir em vez de pegar o trem. Infelizmente, não foi uma boa escolha minha, e, como resultado, não consegui chegar a tempo para acompanhar o show da banda de abertura, os paulistanos do Kryour.
Entramos na casa por volta das 20h, e a espera foi, até certo ponto, longa até o início do show principal, mais de uma hora. O número de pessoas já na casa era muito bom, e comparado ao show do Machine Head, realizado 11 dias antes no mesmo local, acredito que o público foi bem equivalente, com números similares. Ambas as datas não estavam superlotadas, mas a presença era excelente.
Pontualmente às 21h05, começou a apresentação do In Flames com a introdução “The Beginning of All Things That Will End”, seguida por “The Great Deceiver”, uma das faixas do mais recente trabalho de estúdio, “Foregone” (2023), que abriu o show com uma boa aceitação. Chamou minha atenção o exímio guitarrista Chris Broderick (ex-Megadeth), já que estava na grade e bem em frente a ele; sua técnica realmente se sobressaiu, o cara parecia uma criança se divertindo com seu brinquedinho. Os membros mais antigos, os carismáticos Björn Gelotte (guitarra) e Anders Fridén (vocal), são daqueles cujas presenças já tornam o evento algo especial. O início prometia muito!
Em “Pinball Map”, clássica do álbum “Clayman” (2000), a empolgação do público me chamou muito a atenção. É incrível como este álbum é cultuado aqui no Brasil, sendo um divisor de águas na carreira do In Flames. Tratando-se de uma opinião pessoal, a discografia deles pode ser resumida em antes e depois de “Clayman”, mas isso é assunto para outra hora. “Only for the Weak” foi outra faixa deste trabalho presente no setlist e que também levou ao delírio os fãs da banda.
Outro momento grandioso foi a execução de “Behind Space”, a primeira faixa do primeiro trabalho completo da banda, “Lunar Strain” (1994). Foi curioso ver o In Flames tocando Death Metal cru e ríspido dos primórdios de sua carreira, sendo esta a que mais me empolgou. Momentos icônicos dos anos 90, a era de ouro dos caras, como “Graveland”, “The Hive” e “Ordinary Story”, foram indiscutivelmente as mais saudadas pelo público.
Faixas como “Trigger”, pedida pelo público durante todo o show e que ficou de fora, algo quase imperdoável, já que ela foi recentemente tocada depois de anos em um show na Suécia e é idolatrada no Brasil (a plateia merecia essa!), “Embody the Invisible” e “Bullet Ride” também poderiam ter entrado no setlist para dar mais destaque ao período clássico. Os fãs do período mais recente não tiveram do que reclamar.
O show, no geral, foi burocrático! Com curta duração (uma hora e meia) e discursos protocolares, como “A plateia de São Paulo é a mais insana do mundo, preciso dizer isso aos europeus”, além de outras falas clichês, deram o ar das graças. A conexão maior acontecia nos famosos cantos “Olê Olê Olê In Flames, In Flames”, que a banda curtiu ouvir, mas nada muito além disso.
Quem é fã da banda certamente gostou, e quem não é tão fã, mas esteve no show para curtir música boa, pode ter gostado. Esperava mais do show como um todo, mas fiquei feliz de assistir novamente a uma banda que me marcou tanto nos anos 90 e que, mesmo mudando bastante seu estilo durante sua já longa carreira, ainda consegue ser relevante na cena metálica. Não há do que reclamar!
Setlist:
The Beginning of All Things That Will End (intro)
The Great Deceiver
Pinball Map
Everything’s Gone
Ordinary Story
Deliver Us
Behind Space
Graveland
The Hive
Cloud Connected
Only for the Weak
The Quiet Place
Foregone, Pt. 1
State of Slow Decay
Alias
The Mirror’s Truth
I Am Above
Take This Life